Capítulo 4: Mamãe e mala

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O dia na casa de Cheryl havia começado agitado. Benjamin acordou realmente animado com a ideia de alimentar Lilo e Stitch sozinho, como Betty havia prometido. Se ele cuidava de seu melhor amigo Dois então poderia cuidar de seus novos amigos também.

— Tia Betty. – Ele chamou baixo, sua mão livre de Dois puxava o cobertor do corpo adormecido. – Tia Betty, vem.

— Hm? – Murmurou.

— Tia Betty. – Chamou novamente, agora descobrindo completamente o corpo da mais velha.

Betty se revirou na cama uma e duas vezes até se dar por vencida ao sentir o ar gélido do ar-condicionado bater contra seus braços e pernas. Se sentou na cama e encarou Benjamin com seus olhos espremidos de sono.

— Oi, piloto. O que foi? – Perguntou com sua voz rouca, exatamente como ficava toda vez que acordava.

— Vamos.

— An?

— Comida pro Lilo e pra Stitch, tia. – Relembrou.

— Ah... Mas que horas são? – Se esticou para alcançar seu celular e quase chorou ao ver que ainda não eram nem sete da manhã. – Está muito cedo, Ben. Eles comem só às oito.

— Oh. – Abraçou Dois e olhou para baixo antes de voltar a erguer a cabeça. – Falta muito?

— Só uma horinha e alguns minutos. O tempo certo de um bom cochilo.

— Dormir um pouquinho e acordar?

— Exatamente isso. Cochilo. – Ela sorriu. – Vem aqui, meu piloto inteligente. Tira um cochilo comigo e oito horas eu te dou a comida pra botar pra eles.

O ruivo assentiu e segurou Dois com mais força para que pudesse subir na cama, não era tão alta quanto a cama de sua mãe, mas ainda achava difícil subir quando Dois queria atenção.

Se deitou no lado esquerdo e Betty chegou mais para o beira direita da cama, ergueu o cobertor para cobrir o corpo de Benjamin e enfiou novamente a cabeça no travesseiro. Estava realmente cansada pelo semana anterior, nunca varreu tanto chão ou fez tantas flexões em toda sua vida. Começar de baixo não era fácil, mas havia começado.

Fecharam os olhos e não demorou até que o sono pesado pegasse a loira, enquanto Benjamin contava os segundos para poder alimentar seus amigos. Mesmo de olhos fechados, continuava igualmente ansioso. Ele sabia que não iria dormir tão fácil, mas bastou apenas um abraço protetor de Betty e uma carícia em seus fios ruivos de cabelo para que suas pálpebras realmente pesassem. E eles dormiram naquela posição, da mesma forma que dormiam juntos desde que Betty começou a morar com Cheryl.

Quando o relógio marcou quase oito da manhã, Cheryl estranhou o fato de não ter visto seu filho saindo do quarto e nem assistindo ou brincando na sala de estar da casa. Viu os potes de comida dos filhotes vazios e só então percebeu que Elizabeth também não havia aparecido na casa. Sendo assim, achou melhor conferir se a loira ainda estaria dormindo ou com Benjamin em seu quarto, já que seu filho era grudado na garota. Afinal, cresceram juntos como irmãos.

Abriu a porta do quarto da jovem com certo cuidado e acendeu as luzes do cômodo. Percorreu com seus olhos o edredom amarelo e sorriu em puro êxtase ao ver a cena.

Benjamin dormia tranquilamente com seu cabelo bagunçado e o braço agarrando Dois, o impedindo de se perder. Enquanto isso, sua bochecha era esmagada por ele mesmo por estar com o rosto no peito da loira. Betty o abraçava de forma protetora com seu braço enquanto sua respiração era um tanto pesada. Estava cansada e Cheryl sabia. Betty e Benjamin estavam crescendo, mas sempre iriam ter uma conexão que nem Cheryl saberia explicar.

Benjamin | CHONIOnde histórias criam vida. Descubra agora