Capítulo 7: Hora de dormir

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Sexta-feira.

Era a terceira semana que Toni passava com Benjamin, e Cheryl sentia que a ligação que eles estavam criando ficava cada vez mais forte. Benjamin era carinhoso, afetivo. E isso acabava despertando um medo compreensível no peito da ruiva; temia que as pessoas nas quais ele se apegava, poderiam ir embora algum dia.

Antoinette é uma boa pessoa. Cuida bem de Benjamin e o entende da melhor maneira possível, mas, continua sendo apenas a pessoa que cuida dele quando sua mãe está estudando e trabalhando.

Nada garante que eles irão continuar com essa ligação por tanto tempo.

— Como ele está? – A latina perguntou quando sua irmã voltou para trás do balcão.

— Dormindo. Não sei mais o que fazer.

— Dá um tempo pra ele. Não é a primeira vez que isso acontece, vai passar.

A negra assentiu.

As irmãs ainda não estavam na melhor situação entre elas. A verdade é que à medida que o tempo foi passando, elas simplesmente não conversavam sobre o que aconteceu em casa. Veronica continuava chateada e Toni seguia fingindo que nada aconteceu.

Sabiam que não era a melhor solução, que hora ou outra teriam que conversar e se resolver de verdade. Mas, Veronica não seria quem daria o primeiro passo para aquela conversa. Enquanto a Toni, não sabia como começar.

Ultimamente suas conversas tem se resumido a Benjamin. O menino passa mais tempo na loja com a mulher do que em sua própria casa, já que só vai para ajudar a Toni com a comida e água de seus animais e almoçar. E, claro, nos fins de semana e noites.

Era a segunda vez que Toni presenciava um dos maus dias de Benjamin, onde ele simplesmente não queria conversar, brincar ou dar importância a presença de alguém. Talvez fosse saudade da mãe. Poderia ser mau humor. Ou, apenas um péssimo dia.

O celular de Toni tocou, a melodia indicava quem estava ligando e ela nem precisava conferir para ter certeza. Havia trocado o toque dela já fazia uma semana.

Oi. Só liguei para saber como ele está.

— Ele está bem, apesar do desânimo. Veronica conseguiu fazê-lo comer uma maçã com muito custo e eu esperei até que ele dormisse.

Ah… – O baixo suspiro pôde ser ouvido. – Talvez ele acorde melhor. 

— Espero que sim. Detesto ver ele assim… – Confessou, sem sequer perceber.

Eu também. – Um silêncio foi feito, até que Cheryl ouviu o som estridente do alarme. – Preciso ir. Qualquer coisa me liga, qualquer coisa mesmo.

— Não se preocupe. Estamos de olho nele. Boa aula.

Obrigada, Toni.

E a ligação foi encerrada. 

As horas foram se passando e o fluxo de clientes começou a diminuir, isso geralmente acontecia quando já se passava das cinco. E, quando a latina ergueu o celular com a tela acesa na direção de sua irmã, Toni teve certeza de duas coisas: já estava na hora de fechar a loja e Benjamin dormiu como nunca antes.

Ela deveria se preocupar com aquilo? Ele poderia apenas estar com sono ou muito cansado? E se estivesse doente? Toni não sabia como lidar com aquilo, ou o que pensar sobre. 

Já fazia mais de um ano que ela não era mãe e Benjamin não era seu filho.

— Veronica. ­­– A negra chamou. – Ele não acordou até agora?

Benjamin | CHONIOnde histórias criam vida. Descubra agora