Capítulo 11: Segunda chance e arrependimento

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Para toda mudança é necessária uma atitude. 

Joshua Vallent era a última pessoa que Cheryl imaginou que veria ali, nos corredores da casa de seus pais. Seu pai. Era óbvio que Clifford Blossom queria algo, mas a ruiva não entendia em que, exatamente, Joshua poderia estar envolvido.

— Meu filho. – Corrigiu com certa rispidez ao ouvir a fala do loiro.

— O que? – A fitou confuso.

— O meu filho, Joshua. Não é “nosso” filho, é meu.

A Terceira Lei de Newton diz que para toda força de ação existe uma força de reação que possui o mesmo módulo e direção, porém em sentido contrário. No dia a dia costumamos adaptar a definição dessa Lei para algo mais simples, mas ainda com exatamente o mesmo significado: “Tudo o que vai, volta.” Ou seja, cada escolha que você faz hoje, vai ser diretamente responsável por algo no futuro. E, quando esse algo acontecer, será apenas a força da reação voltando para o mesmo lugar de onde a ação saiu.

Joshua desviou o olhar, agora fitando o chão. Ambos ficaram calados, Cheryl com a cabeça a mil, completamente confusa e desnorteada. Enquanto a Joshua, chateado. Mas não com a mulher à sua frente; com ele mesmo. Com uma versão dele que fez uma escolha errada. Chateado com um passado que não pode ser mudado, já que agora ele só tinha controle do seu futuro e o seu presente. Ele sabia o que poderia acontecer se Cheryl realmente aparecesse naquele dia, não estava esperando por um abraço ou um sorriso seguido de “caramba, que saudades!”. Mas não podia deixar de tentar. Se cada ação tem uma reação, tentaria mostrar que ele estava disposto a ficar.

— Eu realmente entendo que esteja tão chateada comigo. – Falou, por fim. Voltando a erguer o olhar.

Cheryl tornou a encará-lo de imediato, indignada com o que acabara de ouvir. Deu um passo para frente em direção ao homem.

— Chateada?! Você me abandona grávida, na adolescência, não procura saber sobre o meu filho que afinal eu não fiz sozinha, por seis anos, para aparecer de repente na casa dos meus pais e dizer que entende eu estar “tão chateada” com você? Vai pro inferno, Joshua! – Proferiu.

— Marjorie, eu só quero conversar. Só isso, tá bom? Eu não vim para discutir com você, não vou justificar meu erro porque foi exatamente isso que eu fiz, eu errei. – A ruiva tentou interromper, mas ele continuou antes que ela pudesse. – E eu sei! Tá? Eu fui muito idiota, eu ouvi o que você passou desde que descobriram da sua gravidez, fui covarde e imaturo e não passei por isso com você. Tudo o que eu posso fazer agora é conquistar o seu perdão.

Cheryl não chorava com tanta facilidade, apenas em momentos de exaustão emocional e psicológica. Mas ali, diante daquele homem e revendo os flashbacks da época passando em sua cabeça enquanto ele falava, foi impossível impedir que seus olhos lacrimejassem. Ela negou com a cabeça, no fundo implorando para que aquilo não passasse de um pesadelo. Mas ela sabia que não era. Era real. Tão real quanto todos os seus pesadelos, quanto suas inseguranças e medos. 

— Não tenho o que falar com você, então por favor, vá embora. 

— Marjorie. – Chamou com mais cautela. – Eu só quero resolver tudo. Você pode, por favor, tentar me ouvir? Eu nem moro mais aqui, literalmente peguei um voo e a roupa do corpo quando seu pai me ligou. Eu não me importo com você me xingando e gritando comigo, eu mereço. Estou maduro o suficiente para dizer isso olhando nos seus olhos. Mas, tudo o que eu quero, Marjorie, é conhecer o nosso filho. Só olhar para ele. E eu te imploro, não me negue isso.

Cheryl negou com a cabeça e deu um passo para trás.

— Não. Sabe por que?

— Por que?

Benjamin | CHONIOnde histórias criam vida. Descubra agora