08- Vitória

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Dona Amélia que me desculpe mais eu fiquei com vontade de mandar ela calar a boca no exato momento em que ela pôs a minha cabeça numa bandeja na frente de Jean.

Foi nítido o encomodo dele em me levar junto pra uma noite que com certeza vai ser daquelas que ele chega bem tarde.

Eu tentei desconversar, tentei arrumar o que fazer, mais realmente eu não tinha nada que fazer a não ser ler, mais como eu faço isso sempre, não convenci Amélia de que isso fosse uma boa desculpa.

- eu não tenho nada pra vestir Amélia.

Eu disse como sendo a última tentativa minha de ficar.

- ah mais não seja por isso, algum vestido meu deve te servir.

É, no fundo eu sabia que ela ia sugerir isso, eu já tinha usado um e deu certo.

Depois de todo o desconforto da situação Jean anunciou que ia sair às 20:00, então, eu tinha pouco mais de uma hora pra me arrumar.

Tomei meu banho, lavei os cabelos, fiz fitagem e sequei, estava calor mais eu decidi deixar os cachos soltos.
Amélia me emprestou um vestido simples, vermelho, de alça, que ficou bem justinho e umas sandálias de salto baixo.

- ah quando eu era solteira e tinha esse corpo... O vestido ficou lindo em você, olha.

Fui de frente pro espelho e realmente tinha ficado lindo, ele se ajustou bem as poucas curvas que eu vinha ganhando nos últimos dias.

Amélia fez questão de me deixar linda, segundo ela mesma disse.
Ela passou um blush e um batom em mim, que por incrível que pareça ficaram ótimos no meu tom de pele, apesar de serem dela e sua pele ser bem clara.

Quando eu me olhei no espelho de novo eu fiquei muito impressionada em como uma roupa e pouca maquiagem me fizeram parecer outra pessoa.

- agora só falta um detalhe.

Ela se aproximou colocando um colar de pérolas no meu pescoço e sorrindo satisfeita.

- vamos que já está na hora e Jean não gosta de esperar.

Dizendo isso ela foi me empurrando em direção a sala onde jean já me esperava.
Ele estava de costas e quando se virou eu senti um frio na barriga.
Ele estava numa calça jeans justa, uma camisa preta dobrada até os cotovelos, um sapato preto e alguns acessórios.
Ele me olhava de cima a baixo e eu senti meu rosto esquentando de vergonha.

- ela não está linda meu filho?

Eu percebi a relutância dele em confirmar o que a mãe disse. Não tinha problema, eu não preciso da afirmação de ninguém pra me dizer se estou bonita ou não, eu nem queria ir.

- tá ok, agora vamos?

Ele disse isso e começou a sair, e então eu comecei a segui- lo mais não sem antes ouvir conselhos de Amélia.

- vitória, você está linda! Se divirta bastante, aproveite sua noite e se permita conversar com algum dos rapazes da cidade.

- vaaaaaaamos vitória!

Jean me chama já sem paciência.
Ah, imagina minha noite ao lado dele como será divertida.

Deus me ajude

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O caminho todo até o restaurante foi feito em um silêncio constrangedor, ainda bem que não era tão longe ou seria insuportável.
As vezes eu percebia que ele me olhava pelo canto do olho e quando percebia que eu tinha notado ele disfarçava e bufava. Se eu o encomodava tanto porque ele simplesmente não disse a mãe dele que não podia me trazer?
Inventasse alguma desculpa sei lá.

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