Jean

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Depois de uma noite maravilhosa e uma rapidinha pela manhã no chuveiro, vitória e eu descemos pra tomar café, bem tarde.

- olha eles - disse minha mãe bem animada, muito animada na verdade.

-bom dia - falamos os dois juntos

- bom dia, dormiu bastante hoje em meu filho.

- eu estava cansado. - olhei pra vitória que já tinha soltado a minha mão e ja estava agarrada a garrafa de café servindo duas xícaras.

- eu imagino o quanto vocês estavam cansados. - minha mãe fala e pisca.

Eu faço uma careta pra ela, muito abusada. Mais por dentro eu quero rir. Minha mãe sempre foi bem espertinha, lembro de quando eu era adolescente e escutava ela e meu pai no quarto.
Chacoalho a cabeça, pra afastar esses pensamentos. Ninguém gosta de pensar nos pais desse jeito.

Olho pra vitória que está esfriando o café.
Ela é tão linda de manhã.

- você vai trabalhar hoje meu filho ou vai enfim tirar um dia de folga?

- acho que vou tirar um dia de folga, vou levar vitória pra cavalgar.

Ela cora. E aí eu entendo que as minhas palavras tiveram um duplo sentido.
Em minha defesa eu nem estava pensando em sexo. Mas agora pensando bem, vitória cavalgando em cima de mim. Huuuum, seria bom.

- você está de folga Jean mais eu não.

- a fazenda é minha, você trabalha pra mim, e eu tô dizendo que vou te levar pra passear.

- e eu não preciso de você hoje vitória. A gente se vira por aqui. - disse minha mãe como sempre, dando uma forcinha.

Tomamos nosso café, por um bom tempo.
Rimos a mesa, compartilhamos várias histórias de família e pela primeira vez vitória se abriu completamente conosco, quando nos contou toda a história ela não disse como se sentia com relação a tudo e hoje ela o fez, contando partes que se eu pudesse não teria ouvido.

- eu tenho medo que ele apareça, tenho medo que me ache, que faça alguma coisa com vocês, porque ele é louco

- comigo? Ele não sabe o que o espera se ele aparecer aqui nas minhas terras. Eu tô preparado pra gastar meu réu primário se for preciso.

- nós temos funcionários armados aqui, se aparecer alguém estranho por aqui eles estão autorizados a assustar com tiros e ameaças, eu mesma me encarreguei de pedir isso. -- eu tenho tanto orgulho da minha mãe. Ela sempre defendeu a família, e mesmo conhecendo vitória a tão pouco tempo, ela ama e cuida como se fosse da família.

Na verdade vitoria ja fazia parte de mim,  da minha família, de tudo.
Depois do que minha mãe disse eu olhei de soslaio e vi vitória de cabeça baixa.

- eu não sei o que seria de mim se não fosse vocês.

- você foi um anjo nas nossas vidas vitória. - queria que ela entendesse o quanto tudo isso significa pra gente.

- obrigado por me acolherem aqui, quero fazer de tudo pra merecer estar aqui pelo tempo que isso durar.

- espero que muito tempo. - eu disse procurando sua mão para segurar.

Minha mãe em seguida levantou.

- certo meus amores, vão! Quero que passeiem e se divirtam.

Alisando o avental que ela já vestia eu percebi que ela olhava pra baixo, reação comum quando ela se emocionava mais não queria que ninguém percebesse. Era minha mãe, eu conhecia ela, porque eu também fazia isso. Nas poucas vezes em que chorei na vida, eu também agia assim.

Sei que ela ama muito vitória. E sei que mesmo passando segurança pra vitória, ela está com muito medo do que pode vir a acontecer.
Eu também estou não vou negar.
Não com medo de que ele faça algo comigo e nem com medo de que ele faça algo ela. Tenho medo que ela volte com ele. Não por ele, mais pela ex sogra e pela ex cunhada que pelo visto ela ama muito, mesmo que a velha não se importe com ela.

- pra onde nós vamos?

- sei que vc gosta da cachoeira. E se nós fizéssemos um pique nique lá a tarde?

- ah eu ia adorar, lá é muito lindo e calmo, nunca tem ninguém, e o som da água batendo nas pedras me acalma.

- lá nunca tem ninguem mesmo, e você está me dando uma boa ideia.

Vitoria me olha desconfiada.

- o que você quer dizer com boa ideia?

- eu não posso te contar, quero que seja surpresa.

Ainda desconfiada ela arrisca.

- eu preciso ficar pelada nessa sua boa ideia?

- você pretende nadar numa cachoeira com roupas?

Ela da um tapinha no meu ombro.

- ah para, você me entendeu.

- você é muito maliciosa dona Vitória.

Falo isso fazendo cócegas nas laterais da sua cintura fina. Ela ri, feliz e entusiasmada.

- certo. Vamos mais tarde né?
Porque acabamos de tomar café, não faz sentido um pique nique agora.

- mas o que nos impede de ir agora?

- estou cheia.

- podemos preparar tudo e ficar na cachoeira nos divertindo até sentir fome. Você sabia que ficar na água da fome? E você sabia também que praticar exercícios de alta intensidade também da fome? Agora imagine os dois juntos.

Ela sabia onde eu queria chegar e com certeza nada disso era surpresa pra ela.

- certo vou me preparar!

Ela subiu as escadas correndo e eu fiquei olhando e pensando como era uma menina mulher incrível essa vitória.

Enquanto pensava o telefone de casa tocou.

- alô

- com quem eu falo?

Uma voz masculina e embriagada fala do outro lado da linha.

-Jean, quem é?

- você é o filho da puta que está com a minha mulher?

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Deixa eu contar pra vcs que eu voltei e vou acabar a história até o fim do mês. Tem muita coisa pra acontecer e a historia logo chega ao fim.
Eu fiquei um tempo sumida porque estava organizando minha vida, mas agora eu engajei aqui hein.

Me ajude curtindo e comentando.


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