Contagem regressiva para o fim do mundo

VI- Shen Qingqiu

Desde já peço desculpas pelos erros kkk
Aqui o Shen Yuan (Qingqiu) e o Hua Qinghua (avião atirando para o céu) vão ser parente.

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Shen Qingqiu

Shen Qingqiu - ou Shen Yuan, como gostava de se denominar aos novos conhecido. Estava no auge de sua juventude (quase no fim, julgava ele) aos 28 anos. Lembrava-se de seu professor da faculdade, que parecia até mesmo um imortal de tanta energia que o velho tinha aos quase 70 anos de idade.

"Existe a lenda de que a velhice traz consigo um estado mental mais tranquilo, uma felicidade mais serena - e, principalmente, uma grande sabedoria. Mas, embora a sabedoria aumente um pouco com a idade, cientistas descobriram agora que ela é muito mais um estado de espírito do que um traço de personalidade adquirido."

E sinceramente, Shen se sentia acabado. "Só o pó da rabiola" ele diria.

Se fosse parar para notar seu grau de sabedoria, talvez até sentisse orgulho, mas vendo os traços da sua personalidade atual, julgava que seu espírito era o de um velho rabugento que odeia o mundo e não de um jovem que adquiriu tanto conhecimento ao longo dos anos. Shen até invejava seu professor às vezes, mas logo botava na sua cabeça que quando estivesse naquela idade, teria certeza de já ter virado pó anos antes de que trabalhar.

Shen acabou se tornando um professor universitário de literatura em ascensão, por ter conseguido se tornar ainda muito jovem. Os anos como professor universitário de literatura clássica logo tiveram um inesperado fim, quando Shen sofreu um acidente que quase o matou e deixou-o inconsciente por dias, o deixando com um certo trauma social ( ou era o que ele dizia aos outros). Com a recém baixa da faculdade e uma indenização boa o suficiente para ele viver sem muitos problemas durante certo tempo, comprou uma casa na montanha e adotou um novo hobby para o tirar do tédio: pesquisar relíquias antigas nas horas vagas.

Não demorou muito para que Shen abandonasse esse hobby também. O que era angustiante para alguém como ele, que não gostava de ficar parado por muito tempo -fazendo uma única coisa quando podia estar fazendo outras - e logo se irritou com a mesmice. Com a chegada de uma grande nuvem cinza de desânimo, Shen começou a procurar coisas aleatórias e que muitas vezes não valiam nada realmente significante.

De qualquer forma, seu passatempo favorito não era ser professor, ler e escrever poemas, e muito menos procurar por coisas velhas e antigas, mas sim estar de volta a sua casa solitária, que ficava afastada de uma pacata comunidade simplista ao pé da montanha. Havia escolhido aquele lugar em específico para poder ficar o máximo que podia longe das pessoas, e evitar que acidentes voltassem a acontecer consigo.

A única coisa que ainda o preocupava bastante, era a quantidade de degraus que tinha que subir para chegar a sua casa ou a mesma quantidade para descer e comprar qualquer coisa que precisasse. A falta de um corrimão o deixava ansioso e com uma maldita vontade de se jogar de cima, e rolar até embaixo para poupar o tanto de trabalho que teria que fazer.

Shen costumava dizer que sua melhor companhia era ele mesmo - e as diversas plantas que compunham seu belo jardim exótico, que rodeava-se em torno de sua casa em uma pequena floresta de bambu. Uma paisagem exótica o suficiente pra ele não se sentir neurótico e solitário consigo mesmo ao ponto de clamar aos céus por alguém. Uma coisa que Shen nunca havia se importado antes, por não ter se interessado por muitas pessoas romanticamente e até mesmo socialmente, e isso chegava a ser perturbador aos amigos.

A única namorada que teve, foi na adolescência, quando ainda passava por dificuldades em casa e em um surto fugiu, abandonando a pobre garota apaixonada como se fosse um nada. Quando parava para pensar na jovem, ele se arrependia de ter ido embora sem nem ao menos se desculpar, mas preferiu assim. Precisava mudar e foi o que fez.