Depois do acordo feito por Akaza, sua manhã de sono aumentou e o tédio diminuiu. Faz quase dois meses desde a melhor escolha da sua vida.
Nesses dois meses, acabou pegando afinidade com os garotos. Eles lhe alegravam com suas confusões e brigas sem sentido. Ficavam uma boa parte da manhã consigo, e isso tirava o seu tédio matinal.
Com o tempo de convivência, aprendeu muitas coisas sobre a dupla. Por exemplo; os dois estavam juntando dinheiro para irem fazer intercâmbio na Alemanha. Achou legal eles estarem lutando pelo sonho deles, por esse motivo e outros, sentia que deveria ajudá-los.
O dia estava começando, o homem estava na janela olhando o céu enquanto bebericava um pouco de chá. O céu estava nublado e a temperatura fresca, o vento balançava os galhos das árvores, sem contar o cheiro forte de terra molhada. Isso significa, um dia chuvoso, ótimo para ficar em casa sem fazer nada.
Hakuji estava pensativo. Desde sua aposentadoria no esporte, sua vida tem sido tão tediosa e sem sentido. Estava preso na mesma rotina: acordar, tomar café, dormir mais, almoçar, dormir mais ainda e quem sabe ler um livro até pegar no sono novamente.
Saiu da janela e foi para a sala. Sentou-se no sofá, pegou um livro aleatório sobre lutas e foi ler. Estava tudo relaxante, ficou mais ainda, quando pingos de chuva começaram a bater na janela.
Por um momento, imaginou que não iriam trazer as limonadas. Não se importou. Em dias chuvosos, é melhor ficar em casa para evitar resfriados. Bom, era o que pensou, escutou batidas em sua porta.-É sério? - sussurrou para si. Levantou-se contra a vontade e foi atender. Abriu a porta se deparando apenas com um loiro contente com a roupa cheia de pingos de chuva. Se perguntou porque estava sozinho, mas ignorou esse fato, sabia que Giyuu odiava sair de casa em dias nublados por morar longe.
-Oi, tio!
-Garoto, o tempo está uma merda. Deveria ter ficado em casa. Vai se resfriar! - disse Hakuji vendo o rapaz sorrir e entregar duas jarras - Entre, idiota - Deu espaço para o loiro passar.
-Obrigada, tio! - agradeçeu.
Kyoujurou colocou as duas jarras na mesa e foi até o homem e o abraçou.
-Obrigada por nos ajudar, tio.
Aquele ato repentino pegou o moreno desprevenido. Apenas deu leves tapinhas nas costas do garoto.
-Eerr, de nada? - encarou o jovem com uma expressão confusa, o mesmo apenas riu.
-Tio, falta pouco para irmos para a Alemanha. Eu não queria te deixar... - Kyoujurou não queria deixar Hakuji sozinho. Com o tempo, descobriu sua história.
Akaza era um ótimo lutador, a casa dele deixava explícito, já que tinha muitos troféus. Ele participou de diversos campeonatos carregando o nome do Japão nas costas, era conhecido como "Akaza" . Mas, após a perda da esposa Koyuki, seu desempenho caiu; e tudo piorou quando sofreu uma grave lesão no joelho, por conta disso nunca mais conseguiu lutar, então teve que se aposentar.
O loiro olhava os quadros dele no pódio de primeiro lugar, achava incrível e admirava sua história por ser forte e ter aguentado toda a dor por anos sozinho.-É, garoto. Você vai embora como todos da minha vida... - sussurrou, mas o rapaz ouviu. Por mais rabugento que Akaza fosse, gostava dele. Tinha uma vibe lula molusco. Sempre acreditou que o homem fosse coração mole, e estava certo.
Durante todo aquele período, viu que Hakuji não era apenas um velho triste, mas era gentil e dócil. Uma pessoa que precisa de amor e carinho. Mesmo sendo um pé no saco a maior parte do tempo.
-Tio, não quero te deixar sozinho...- a voz saiu abafada por estar com o rosto enterrado no peito do mais velho - Vem comigo para a Alemanha - disse o que fez o moreno rir.
-Sério? O que vou fazer na Alemanha? - perguntou irônico.
-Cozinhar para mim - respondeu - Poxa, você cozinha super beeem - disse olhando nos olhos azuis do homem, que ria do mais baixo.
-Tá bom, fedelho. Digamos que eu aceite ir com você para a Alemanha, o que você faria? - Agora ele pegou o loiro de jeito, mas não exitou em responder.
-Eu não te deixarei sozinho! - disse confiante de sua resposta.
-Uau, viraria minha esposa! - debochou o mais velho enquanto desgrudava o chiclete, vulgo Rengoku, de si.
-Ei! Não serei sua esposa, você vai ser minha esposa!
-Vai sonhando, fedelho - debochou do garoto enquanto dava um "leve" cascudão - E vou pensar sobre o assunto.
-Sério?! - encarou o mais velho com os olhos brilhando - ISSO! - Comemorou fazendo dancinhas e cantando coisas indecifráveis.
-idiota - sossurrou para si e se retirou de lá - vem, vamos tomar um café - chamou pelo menor, que o seguiu até a cozinha na qual conhecia muito bem
Os dois passaram a tarde juntos, a chuva se estendeu até o anoitecer. Conversaram e riram a tarde inteira, no final, acabaram dormindo no sofá vendo filmes de comédia romântica - que eram os preferidos de Kyoujurou -.
Naquele dia, Hakuji sentiu a chama da paixão queimar seu coração. Não achou normal sentir isso por um fedelho de apenas 19 anos. Gostava da presença do rapaz, era confortável.
Aproveitou cada momento, cada risada e pensava seriamente na proposta. Pensou tanto que acabou pegando no sono com o rapaz babando em seu ombro.O que seria de si sem aquele sorriso?
Continua...
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;loiro da limonada - akaren
RomanceHakuji, um ex lutador olímpico. Só queria uma vida tranquila, mas isso não teria, ainda mais com aquele loiro barulhento gritando sem parar. ೃ🍋、๋⌲ história contém muitos erros ortográficos, algum dia irei rescreve-la com minha atual escrita :)