.cɑpítulo cinco - O que o ɑmor nα̃o fɑz?

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Após aquela confusão toda, Kyoujurou jurou que seria um adeus e que aquele seria seu primeiro e último beijo com o moreno.
Saiu correndo pela vizinhança com lágrimas no rosto, ignorou o comprimento de algumas idosas que estavam passando.
Se sentia tão mal e culpado, não queria acabar tudo daquele jeito. Provavelmente Hakuji não gostou de seu ato repentino. Foi imprudente de sua parte, mas não conseguiu resistir aqueles lábios rosados e aquela expressão fechada na qual havia se apaixonado. Tudo em Akaza lhe fazia ter vontade de cometer loucuras e atrocidades na qual não conseguia controlar ou explicar. Akaza estava deixando o loiro louco e completamente apaixonado.
O que o amor não faz? Ficamos completamente apaixonados ao ponto de fazer loucuras. Kyoujurou quando escutava essa frase que sua mãe contava, não entendia; como poderia ficar louco por amor? Bom, a resposta ele finalmente tinha descoberto. Estava vivendo isso. Sentiu na pele o que é ser um apaixonado sem noção.
Enquanto o loiro corria sem parar chorando que nem um bebê, se arrependia de seus atos. Se sentia um merda.
Akaza estava em casa arrumando as malas de qualquer jeito, não estava preocupado com isso. Ligou para Giyu perguntando que horas iriam partir, e o rapaz respondeu às 04:00 da manhã.
O moreno não entendeu a repentina ligação do homem, mas se despediu e disse que sentiria saudades. Achou estranho. Ele estava afoito, não se importou, estava ansioso demais para se preocupar com isso, conversaria com mais calma depois.
Hakuji comprou uma passagem para Alemanha qualquer, de última hora, por sorte conseguiu comprar.
Aquela seria a primeira vez em que o homem esteve tão decidido de algo. Nunca esteve tão ansioso. Estava decidido que iria para a Alemanha e ficaria com aquele loiro.
De última hora? Sim. Resolveria tudo depois. Não estava com cabeça para nada além de Rengoku.
Akaza estava tão louco quanto Kyoujurou, seria a maior loucura de sua vida, mudaria a vida inteira apenas por um garoto, de agora, vinte anos. Sim, ele ia, iria até dar uma volta no inferno pelo garoto.

...

A dupla já estava no aeroporto, estavam sentados esperando ser chamados para finalmente irem embora.
Kyoujurou estava mal, os olhos inchados e a cara vermelha, entregando-o completamente. Tomioka era muitas coisas, menos burro e lerdo, era óbvio que tinha notado a aproximação que o amigo teve com o rabugento que os bancou por quase um ano e meio.

-Quem diria, você se apaixonou pelo aposentado rabugento - disse encarando o colega, que estava com uma expressão incrédula - Qual é! Não me olhe assim. Não sou bobo! Percebi sua aproximação com o velhote, só não pensei que era tanto...

-Eu sou um idiota, né? - escondeu o rosto entre os joelhos, já que estava sentado com o pé na cadeira abraçando as pernas.

-Um idiota total...

-Poderia mentir, né!

-Olha Kyoujurou, vou ser bem sincero com você. A gente não controla nossas emoções, não se sinta idiota por ter se apaixonado por um fóssil de dinossauro... digo, por Hakuji - segurou o riso, queria ajudar o amigo, mas sempre ao lembrar do moreno, lembrava de um fóssil de um homosapien que havia visto em um museu.

-Ele não é tão velho assim...

-Quase nada, só dezessete anos. Se liga, loiro pateta. Não há o que fazer, você se apaixonou e vai ter que lidar com as consequências, tenta falar com ele - falou enquanto puxava uma das bochechas do amigo.

-Eu beijei ele - disse com os olhos cheios de lágrimas.

-Você o que?! - aquilo pegou o moreno desprevenido, segurou o riso mais uma vez. Suspirou profundamente se recuperando da surpresa - Como assim "beijei ele" ? - imitou a voz de Kyoujurou, só que com um tom mais debochado.

-Eu fui na casa dele... meio que me despedir. Não sei o que deu em mim... só tive uma imensa vontade de beijá-lo, e assim fiz - contou e o moreno ficou lhe encarando com uma cara engraçada - o que foi? - perguntou entre risos frouxos.

-Você já chegou se agarrando nele? - perguntou rindo. O rosto de Giyu estava vermelho e tinha lágrimas escorrendo, o rapaz não conseguia mais controlar o riso.

As poucas pessoas que estavam ali, encaravam a dupla de amigos que falava alto e ria. Giyu estava passando mal.

-Eu não cheguei me agarrando, seu louco! - ele começou a rir mas logo parou ao lembrar do moreno, começou a chorar.

-Meu Deus! Bipolaridade tá foda, hein! - debochou mas parou ao ver que era sério, abraçou o loiro, acolheu como o ótimo amigo que era.

-Eu só queria ver ele uma última vez - Sussurrou entre o abraço.

Estava um momento fofo, até Tomioka olhar para o lado e ver um adulto retardado correndo com uma maleta e uma malade rodinhas, contou que o moreno quase caiu sete vezes, sem contar que xingava a mala de rodinha que a roda estava travada.

-Acho que isso não é impossível - disse deixando o loiro confuso.

-Com... - Giyu o interrompeu. Virou o pescoço do loiro para a direção - Hakuji?!

-Kyoujurou! Espera! - gritou o moreno chamando a atenção de todo mundo.

Kyoujurou nem pensou duas vezes. Se soltou do amigo e correu em direção a Hakuji, pulou em cima do mais velho, que teve que fazer um sacrifício soltando as malas e agarrando as pernas do rapaz evitando-o cair.

-Eu te amo Kyoujurou. Eu te amo muito, muito mesmo - o homem falou colando as testa uma na outra.

O loiro começou a chorar, não sabia como reagir, então apenas abraçou o moreno.

-Eu também te amo, tiozão! - retribuiu o sentimento.

Kyoujurou o puxou para um beijo, era repleto de paixão e amor que o acomularam por meses. As línguas se esfregavam uma na outra de um jeito erótico.
Os dois ficaram naquele momento clichê por um bom tempo, Giyu olhava de longe e achava tão fofo. Só pararam quando escutaram uma voz feminina anunciando a chegada do tal avião.
A viagem foi tranquila, Giyu sentou no lugar de Akaza para deixar os dois pombinhos juntos.
E assim foi a viagem, tranquila, os dois trocando beijinhos e carinhos o percurso inteiro. A partir de agora, uma nova vida se iniciava para o doce casal.

Continua...

;loiro da limonada - akarenOnde histórias criam vida. Descubra agora