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Império da Coreia do Sul, 1624

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Império da Coreia do Sul, 1624

Benevolência e humildade sempre fizeram parte dos costumes da família imperial Park. O imperador era conhecido por ser respeitoso com todos seus servos, desde o soldado de sua guarda até o mercador que chegava no reino.

A imperatriz também não ficava atrás, Swuji era o próprio altruísmo em pessoa, uma alma caridosa que fazia questão de dar suas roupas do corpo para aqueles que necessitavam. Ela era descendente do primeiro imperador do reino, casou-se com Ho Min com uma idade considerada tarde pela grande maioria, mas o que importava para ambos era o amor que sentiam um pelo outro.

Seu único herdeiro também possuía tais características em sua gene, Park Jimin poderia ser facilmente considerado a pessoa mais doce e altruísta que todo aquele povo já teve a oportunidade de conhecer.

Por esse motivo, quando estrangeiros chegavam ao reino eram muito bem tratados, alguns até ficavam hospedados nos anexos do palácio, como um sinal do quão hospitaleiro aquele povo era.
Eles só não imaginavam que um dia hospedariam o motivo de sua queda.

(...)

A cada gargalhada que o outro dava, a imperatriz Swuji sentia seu coração se quebrar um pouco mais. Era como se aquele som fosse um martelo e seu mísero órgão vital fosse um prego, principalmente por ter seu esposo jogada à sua frente.

A sensação de imponência era horrível, desejou poder fazer algo que realmente machucasse seu adversário, mas era impossível, ela era apenas uma humana estúpida — palavras de seu sequestrador —, desejou que Jimin, não voltasse a tempo para o castelo e que sua guarda pessoal não o deixasse saber que aquilo estava acontecendo.

Bom, o destino nem sempre joga a nosso favor, e também age sempre do jeito que ele quer.
As batidas fortes na porta ecoaram por toda masmorra, o raptor riu mais alto ainda, finalmente teria a família imperial morta e o império da Coreia do Sul, seria seu. O homem indicou para o guarda corrompido ali dentro que abrisse, pois já estava preparado para o que viria.
Jimin não conseguia ter um pensamento coerente naquele momento, suas lágrimas não aguentaram ficar muito tempo em seus olhos e agora escorriam por suas bochechas gordinhas.

— Ora, ora, o que temos aqui? Um passarinho chorão? – o homem perguntou se aproximando dos dois.

— Solte a minha mãe agora! – Jimin gritou, em uma tentativa de fazer com que o outro o levasse a sério e sentisse seu tom de ameaça.

— Jimin, meu pequeno. – a voz da imperatriz atingiu o menor como um soco no estômago, o príncipe sabia que ela não deveria falar nada, pois estava fraca demais, mas a imperatriz era teimosa e lá estava ignorando toda dor que sentia. — Fuja, salve sua vida, meu filho, eu e seu pai já estamos mortos.

— O que? – o Park mais novo pareceu mais tonto do que já estava, a ânsia de vômito estava mais forte agora, sua visão ficou turva por um momento, mas clareou assim que viu Ho Min jogado no canto oposto ao que estava.

Se Jimin chorava antes, agora ele soluçava muito mais, ele correu até seu pai, o corpo dele jazia morto, mas ele ainda tinha esperanças que pudesse fazer algo para mudar aquilo. Jimin se perguntava o que eles tinham feito aquele homem, e qual motivo para destruí-los? Seus pais sempre foram boas pessoas, ele mesmo fora ensinado a ter respeito por tudo e todos,  aquilo não fazia sentido nenhum em sua mente. Seus pensamentos e soluços foram interrompidos quando ouviu o homem bater suas mãos.

Park Jimin já tivera alguns momentos de impulso para se salvar, como de uma queda de cavalo, de uma árvore ou até mesmo das brincadeiras com Ji Jeongyeon, seu primo mais novo, mas nunca de algo sobrenatural.

E agora lá estava ele correndo na direção da mãe.

O homem havia conjurado alguma coisa, Jimin não conseguiu identificar o idioma, talvez fosse algo mais antigo e ele ainda não havia estudado. Jimin não havia pensado duas vezes, impulsionou seu corpo para que ficasse em frente a mãe, que pedia sôfrego e baixinho, para que ele não fizesse aquilo e que se mantivesse vivo, porém Jimin havia herdado algo dela, a teimosia, e era ela que estava falando mais alto naquele momento.

Jimin só teve tempo de ver uma energia rosa e branca o atingir, pois o impacto foi tão grande que ele caiu desacordado aos pés de sua mãe.

— Bom, já que seu querido passarinho tomou para ele o que deveria ser seu, você vai receber o que era dele. – dito isso, o homem sorriu enquanto retirava da parte de trás de seu hanbok, uma faca afiadíssima.

A Imperatriz Park fechou seus olhos no momento exato em que a lâmina da faca lhe atingiu, seu sangue escorria pela vestimenta imperial até chegar ao corpo de seu filho. Seu choro copioso se tornou mais alto conforme ela sentia a vida deixando seu corpo, era quase como as canções que ouvia quando criança, só um pouco mais dramática e doída.

Jimin não tinha consciência de nada do que acontecia ao seu redor, seu único sentido ativo era o olfato, ele conseguia sentir o aroma doce de flores, mas não sabia a qual delas pertencia.

— É, passarinho, sinto muito pelo triste fim. – o homem disse rindo enquanto arrastava o corpo do herdeiro dos Park para uma área mais limpa.
Ele observou o corpo do menor se modificar por completo até caber na palma de sua mão e novamente, aquele sorriso de satisfação apareceu em seus lábios.

— Agora você vai ficar comigo, passarinho.

Jardim Real • YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora