Eu não acredito no que estava fazendo, e nem sequer sei se realmente era o correto. Seria algo realmente necessário isso? Mas, do que adianta se eu já estava fazendo, não é mesmo?
—Sabe que eu não deveria estar fumando com você,né, Styles? — respiro fundo.
Esse não é o momento onde se cria uma esperança que sejamos eternos amigos e só boas relações daqui em diante. Porque eu e Harry nunca estamos em uma maré de coisas boas. Vivemos assim, uma hora se dando bem enquanto outra nós queremos um ver o outro morto.
— Mas já está fazendo. — ele traga o cigarro. — Por que me critica tanto se você faz o mesmo?
Silêncio.
— Nicotina é o meu vício, não o uso como saída para apagar lembranças ou suprir algo, se é que você me entende.
Ele coloca os lábios para dentro da boca.
— Touché. — ele me responde singelo.
Esse era o pouco dos nossos momentos onde nós realmente estávamos conversando sem ser com ironias e patadas diárias.
— Por que decidiu fechar contrato em Bratislava? — eu o perguntei, ainda olhando a pequena praça em frente ao hotel, que com a graça do amanhecer fazia tudo parecer bem mágico. O céu estava misturado com laranja e rosa, e as árvores espalhadas pela rua fazia parecer um filme.
— Eu gosto daqui.
Mentiu.
— Não seja mentiroso. Eu sei bem que o outro local para fechar contrato era em Paris.
Ele coloca a cabeça apoiada aos braços, olhando seus pés.
— Então por quê pergunta? — ele assopra, e vejo a fumaça de frio sair de sua boca.
— Porque quero ver você dizer isso com suas palavras. Você ainda não está preparado. Vai viver eternamente evitando ir a Paris como se o local fosse a culpa de tudo?
Ele levanta a cabeça para me olhar, apaga o cigarro no cinzeiro da mesa e ri ironicamente.
— Não é o que você faz o tempo todo? — ele olha bem no fundo dos meus olhos, parecia que queria investigar minha vida. — Com seus pensamentos obsessivos, você simplesmente evita tudo como se tal local, pessoa ou situação fosse a causadora das suas obsessões sendo que tudo começa aqui. — ele coloca o dedo indicador no meio da testa, indicando a imaginação.
Assinto.
— Eu vou indo. — levanto, já virando para direção da porta e andando. — Pensa no que te falei, ok? O que você disse para mim, não é nada mais do que já sei. Mas o que eu te disse, é nem um porcento do que você se engana.
Seguro na maçaneta, ainda sentindo o olhar dele queimar nas minhas costas o caminho inteiro.
— Eu te conheço ainda. — abro a porta, sem dar a chance da resposta dele e apenas saio.
...
Acordo, ainda baleada de sono. Hoje não iríamos fazer nada, mas alguém batia sem parar na minha porta e eu não sabia quem.
Levanto, ainda com a alma na cama para abrir a porta.
— Bom dia flor do... Nossa, você anotou a placa do caminhão que te atropelou? — Payne me olha assustado.
Bufo, dando as coisas e ele entra, logo em seguida fechando a porta. Retorno para a cama, me jogando nela e me cobrindo.
— Eu juro por Deus, se não tiver acontecendo a terceira guerra mundial lá fora ou a rainha Elizabeth morreu de tão especial para me acordar, eu te mato. — reclamo, entre as cobertas maravilhosas que tal hotel proporcionava.
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Touch me.| H.S
Fanfiction+18| "Arabella Moreau é uma mulher diagnosticada com transtorno obsessivo-compulsivo e acaba se jogando no universo particular de Harry Styles, onde ela o põe com duas opções: A salvar do TOC ou a afundar cada vez mais nele."