Touch me.| H.S

f.ive.

  Minha boca estava reta e eu estava monossilábica. Apenas assentia enquanto Harry falava e Liam me cutuca.

— Quando você vai parar com isso, bem? — ele sussurra.

Suspiro notando minha infantilidade. Já tenho quase trinta anos — tudo bem que ainda faltam cinco anos, mas tá mais perto do que longe, cá entre nós —, estava mais do que na hora de eu parar de agir como se ainda tivessemos dezoito.

— Vou parar, me desculpa. — colo meus lábios um no outro e decido interagir.

Harry falava sobre como foi seu ensino médio e me deixo olhar atentamente por seus detalhes.

  Harry tem o maxilar marcado, olhos verdes que me chamam a atenção não por serem de tal cor e sim porquê eles dizem muito mais que sua boca. Há pessoas muito expressivas, Styles já foi assim, mas hoje em dia seus olhos dizem muito mais do que ele acha.

Sua boca tem o formato perfeito, lábios rosados e bem articulados enquanto falam. Como se fossem já treinados para sair cada palavra de sua boca. Com os dentes mais lindos que já vi, os poucos sorrisos que ele da me trazem um pingo de esperança para que ele volte a ser como antes.

Harry tem alguns pelos da barba pelo rosto, e confesso que a sua barba não combina com o rostinho angelical que ele tem. Desde a adolescência.

— Eu lembro da última festa do ensino médio antes da Arabella ter que ir embora. — Styles diz e eu levo um pequeno choque mental.

Geralmente nos ignoramos e hoje ele disse meu nome e lembrou de algo nosso juntos.

— Eu lembro... Era legal, mas me causa bastante saudades do que vivi e deixei de viver. — rio e Harry concorda.

Em partes, já que aquele dia foi o mais traumatizante da minha vida.

— Holmes Chapel foi bom para mim durante um tempo. Infelizmente não consegui ficar na cidade por muito tempo e tive que me mudar para Bradford. — sorrio, já que foi lá onde conheci Zayn. — Mas, meu coração pertence aqui mesmo.

— Londres é incrível. — Niall diz. — Melhor coisa que fiz foi me mudar para cá, hoje em dia sou rico.

Rimos, e balanço a cabeça em negação.

As horas iam passando, e beirava às 4 horas da madrugada. Eu balançava a cabeça ao ritmo da música que tocava, que por coincidências ou não, tinha o meu nome.

  Via o Zayn fumando, ele passa na minha frente deixando um maço de cigarros orgânicos que eu fumo e sai em busca de uma pessoa para beijar enquanto tenta esquecer a mãe de sua filha.

Eu estava sentada no gramado da casa de Tomlinson, observando de longe as poucas pessoas que estavam até agora. Acendo o cigarro, e deixo o sabor vir.

— Sabe, Arabella... Essa música tem muito de você. — Ouço a voz de Harry e viro o rosto para o lado.

— Tem? — pergunto, observando ele sentar se ao meu lado e tirar o cigarro da minha mão.

— Tem muito. Ousaria dizer que foi escrita para você. Tem seu nome, as coisas que você sempre fez... — ele traga o meu cigarro, deixando o maxilar mais mercado.

— Ficaria lisonjeada, mas nos desconhecemos já há muito tempo. Então, eu mudei bastante. — pego o cigarro de sua mão, tragando.

— Arabella tem uma cabeça dos anos 70, mas ela é uma amante moderna. — ele cantarola junto a música e me dá um olhar sugestivo.

— Talvez.

— Bem, uma vez que alguém te conhece, é marcado para sempre. Acha mesmo que eu não sei que você continua a mesma? Sua essência nunca muda. — ele umedece os lábios com a própria língua e eu arqueio a sobrancelha. — Você não se permite mudar. E você sabe disso.

— Acho que você está bem enganado. — solto a fumaça de minha boca.

— Cá entre nós, você tem intolerância à incertezas. Você fuma porquê não quer se matar, mas faz isso aos poucos. Quando você era mais jovem tinha tricotilomania, e quando saiu do ensino médio mudou o jeito de se machucar para fumar. — ele me encara, e eu engulo seco duas vezes. — Arabella, você teve vários tipos de TOC ao longo da sua vida e agora você tem TOC com contagem. Eu sei bem mais do que você imagina.

Passo a língua entre os dentes, sem muito o que dizer.

— Não estou dizendo que devemos voltar a nos falar, estamos bem longe um do outro. Só não quero que ache que estou cagando para você. — mordo a pele interna da boca.

— Eu também ainda te conheço bem. — falo com um leve tom de raiva. — Você ainda sente falta delas. Ainda bebe para esquecer os problemas, se sente triste a maior parte do tempo. Você não seguiu a profissão que quis e põe na sua cabeça que queria sim. Afinal, você é um endinheirado e tem tudo o que pode. Você tem depressão e esconde isso de todo mundo, criou um bloqueio onde acha que todo mundo é seu inimigo e perderá todos.

Disparo, falando tudo de uma vez cansada dessa tal ladainha.

— Você está enganada. Tirou isso com base no que? — ele pergunta sério.

— Embasado na mesma coisa que você. Então, estamos quites. — falo séria, e nos levantamos juntos

— Você não muda mesmo. Eu acho incrível como nós realmente não podemos ter uma conversa civilizada.— ele revira os olhos.

— Parabéns, querido. Quer o que? Um brinde? Eu não me arrependo de ter me afastado!

— Você se afastado? — ele grifa a primeira palavras. — Quem se afastou foi eu!

Rio ironicamente, e eu já nem sei onde meu cigarro estava uma hora dessas. Porque se estivesse na minha mão, eu já teria queimado na cara desse homem.

— Se você realmente tivesse se afastado primeiro nem iria me procurar para conversar como tá fazendo agora! Eu nem toco no seu nome, eu nem falo com você.

— E eu estou completamente arrependido de ter vindo falar com você, Arabella. A sua sorte é que eu só não te demito porquê não dá! Se não seria daqui pra rua! — ele fala mais alto, e eu chego mais perto.

— Você não me demite por não ter coragem, e sabe bem que não é só você que decide essa merda! — Harry também chega perto, e sinto um puxão no meu braço.

— Chega vocês dois, bando de crianças. Anda, Arabella! Você vai embora, toma conta desse bêbado também. — escuto Louis falando com Niall que estava atrás dele, e eu dou dedo do meio para Harry enquanto Tomlinson me puxava.

Hello! Iai, gente? Estão gostando?

Várias emoções nos próximos capítulos, espero que vocês estejam gostando, heinn.

TPWK.

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