XVI - Chico Guapo

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Azura

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Azura

Os detalhes foram acertados. Para a missão precisaríamos obviamente de Edward nosso anfitrião, Mike - por questão de segurança, e por último Nowa, simplesmente por ele ser um príncipe demoníaco e achar que sou obrigada a aturar sua ilustre companhia e definitivamente não estava nada animada com o último detalhe. E também havia a vampirinha, ela nos encontraria diretamente em Midnight, e seria nosso trunfo com Verida.

Já estava outra vez em meu quarto, catalogando todos os itens que eu achava ser necessário, pois logo partiríamos. Não tínhamos mais tempo a perder e não poderia me dar ao luxo de outra soneca por sete dias. Pois de acordo com Selene, a energia dentro de mim estava agitada e querendo escapar, prova disso são as rachaduras em meus pulsos. Me tornei instável e precisava urgentemente voltar para meu corpo original antes de acabar causando algum acidente.

Uma batida na porta chamou minha atenção e por longos segundos pensei em não atender. Não sabia quem estava do outro lado, mas sinceramente? Não queria falar com ninguém. Minha mente tornou - se uma completa gelatina sem sentido e o que eu menos quero é um conflito com qualquer um, sem motivo. E mesmo assim me vi caminhando até a porta e abrindo a mesma. Do outro lado estava Roy com uma expressão cansada e um mínimo sorriso nos lábios, e em todos nossos anos de amizade, nunca percebi sua aura angelical como naquele momento; o peso de milhares de anos sobre seus ombros. O anjo adentrou o espaço no momento que dei passagem e fechei a porta atrás de nós.

─۫─̸ Aconteceu algo? ─۫─̸ Perguntei cruzando os braços, a preocupação presente na minha voz. O anjo de guarda negou com a cabeça.

─۫─̸ Precisamos conversar, ok? ─۫─̸ Ele estava preocupado e com o maxilar trincado. A sombra daquele sorriso havia desaparecido dos seus lábios.

Naquele momento senti medo. Não de Roy, porque nunca sentiria medo dele, porém senti medo do destino da nossa amizade. Éramos inseparáveis até pouco tempo atrás e de repente tudo virou de cabeça para baixo e nada parecia fazer sentido. Havíamos feito uma promessa no início; nossa amizade acima de tudo, e não era como se eu estivesse cumprindo com a promessa, mas não conseguia me sentir culpada quanto a isso.

─۫─̸ Desculpa...─۫─̸ Murmurei apressadamente, deixando os braços caírem ao lado do corpo ─۫─̸ Desculpa por ser uma idiota e ter te tratado daquela forma...

Estava me referindo a situação que ocorreu  no corredor com a vaca da Sophia. Não me arrependia nenhum pouco de cada palavra proferida contra ela. Contudo, me arrependia de ter sido ríspida com Roy - meu melhor amigo. Gardier pareceu relaxar um pouco com meus dizeres, e sentiu - se confortável para se aproximar de mim, as mãos sobre meus ombros, obrigando - me a encara - lo. Ele continuava igual. A mesma expressão de garoto travesso e recatado em seu rosto e ainda havia a cicatriz sobre sua sobrancelha, precedência do soco que levou para me defender na infância.

𝐋𝐈𝐁𝐄𝐑𝐃𝐀𝐃𝐄 & 𝐐𝐔𝐄𝐃𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora