Meu coração estava acelerado. Eu realmente iria sentir os lábios suaves da mulher mais bela que já havia visto?!
Por alguns segundos perdi a paciência por não sentir nem um toque de sua boca na minha, então decidi abrir um dos meus olhos, mesmo que viesse acontecer algo embaraçoso.
No entanto, vi a princesa se afastando lentamente de mim, sentando no chão à minha frente, e colocando a mão sobre sua barriga.
— Estou com fome. — disse Bryana.
Não sabia como continuar naquela situação, nem mesmo me comunicar, fiquei um instante em silêncio, balancei minha cabeça para os lados e falei.
— É... Aguente só mais um pouco, acho que vi algumas luzes bem fracas ali no meio da floresta. — olhei para o rumo onde havia visto.
Olhei para a belíssima jovem de cabelos longos e ondulados, ela parecia fraca, não sabia se já havia comido algo antes de tudo aquilo.
Certamente ela deveria estar colhendo as amoras para comer, ou talvez fazer algum remédio ou receita.
Me senti no dever de dar algo para ela, mesmo que também sentisse muita fome naquele momento, também não poderia deixá-la ali.
Com um pouco de dificuldade me levantei apoiando mão e pés sobre o chão, sentia fraqueza e aquele corte ainda doía.
Me aproximei da moça de olhos castanhos claros e estendi a mão até ela. Gwendolyn continuou olhando para baixo com suas mãos sobre sua barriga.
— Você consegue se levantar? — decidi perguntar.
— Hm... — ela gemeu de dor, certamente pela sua barriga.
Fiquei preocupado, mas logo me aprontei para colocar ela sobre minhas costas, fazendo ela envolver seus braços em meu pescoço, e eu iria segurar suas pernas para que não pudesse cair.
A bela dama era realmente muito leve, carreguei a mesma entre em meio as folhas e árvores, a dor que sentia por causa do raspão ainda me incomodava.
Um barulho de folhas secas e galhos sendo quebrados a cada pisar, passou próximo de nós.
Senti um pouco de medo e no dever de proteger a linda moça, acelerei meu passo até chegar em uma cabana no meio da floresta.
Era uma cabana velha, caindo aos pedaços, quando abri a porta da frente houve um ranger por causa da suas dobradiças enferrujadas.
Havia um pão sem fermento sobre a mesa, parecia que ainda estava quente, pois dispersava um vapor sobre o mesmo.
Ainda com Bryana sobre minhas costas, virei e fechei a porta, logo a deixando deitada sobre uma cama de lã que estava sobre o chão.
Andei até a mesa onde estava o pão, peguei o mesmo e retirei uma lasca, e coloquei na boca, para verificar se estava bom para o consumo da princesa fugitiva.
A lasca estava deliciosa, e não havia me causado nenhuma dor de barriga, corri até a belíssima jovem que estava deitada, e a toquei com entusiasmo.
— Bryana! Eu encontrei um alimento para você!
Ela estava com seus lábios pálidos e levantou suas pálpebras lentamente revelando seus belos olhos castanhos claros.
A mesma não conseguia se expressar com palavras, pois estava muito fraca, apenas dava gemidos baixos.
Rapidamente peguei um pedaço pequeno do pão e coloquei em sua boca, a pálida mulher mastigou lentamente o pedaço, o que abriu seu apetite e fez comer todo o pão.
Estava sentido muita fome, mas por algum motivo eu deveria sempre priorizar a vida da mulher mais bela que já havia visto.
Conhecia ela a poucos dias, mas já quando percebi, a jovem das amoreiras era minha prioridade de vida.
Mesmo com suas roupas rasgadas e sujas, continuaria sendo ainda mais linda, tanto como sua face como deu corpo, eram perfeitos.
Gwendolyn descansou por algumas horas, não sabia muito bem, meu estômago ainda doía muito por causa da fome, mas eu iria sobreviver.
A de cabelos longos se levantou e encostou na parede de madeira da pequena cabana velha.
Seus lábios já estariam novamente rosados, quando decidiu falar.
— O que aconteceu? — falou olhando para mim enquanto bocejava.
— Encontrei essa cabana e um pão que ainda estava quente sobre a mesa, te dei de alimento e você dormiu um pouco depois disso. — continuei. — Parece que você recuperou as suas forças.
Ela balançou a cabeça concordando e disse.
— Sim, estou me sentindo bem melhor que antes, com mais força. — ela deu um sorriso. — E obrigada por cuidar de mim, foi muito meigo da sua parte.
Seu sorriso era tão belo, me encantava de diversas maneiras, demorei alguns segundos até descer dos céus da minha mente e respondi.
— Ah... Não precisa agradecer. — terminei a frase olhando para as frestas do telhado da cabana, onde pesavam algumas frestas de luz. — Podemos procurar alguma civilização por aqui, ainda está de dia.
Imediatamente a linda moça se pôs de pé, pronta para retornar a jornada e falou.
— Então vamos logo, tô ficando cansada de ficar aqui.
Levantei também, me sentindo revigorado pelas energias da moça cheia de vigor.
Saímos da cabana e continuamos seguindo o rumo aonde estavamos, um pouco longe dali ouvimos um grito.
— QUEM ENTROU NA MINHA CABANA??!!
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Amoras, Vermelhas Como Sangue
RomanceEssa fanfic é destinada para a pessoa que amo, e continuaria amando mesmo que se nos conhecêssemos na era medieval. Que é o tempo dessa história, onde é contada sobre a vida de um cavaleiro solitário, único sobrevivente de um ataque que houve em sua...