O novo membro da família

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Alguns anos depois...

- 𝕻orra! - segurou minha mão com força - AHHHHHHHHHHHHHHHH! - urrou de olhos fechados.

- Respira, amor! Você está quase conseguindo! - fechei os olhos com força quando ela apertou com força minha mão, quase fazendo meus ossos quebrarem! Mas não podia reclamar afinal sabia como ela deveria estar sofrendo, principalmente por ser parto normal.

- Já estou vendo a cabeça, só mais um pouco - o médico que estava fazendo o parto disse - força Juliette.

- Porra, porraa, PORRAA! - Eu só sabia olhar para ela e para o doutor, meu coração estava apertado por ver ela sofrendo assim, eu disse que cesária era melhor mas ela não me ouviu.

Juliette estava com o rosto suado e todo vermelho, tinha lágrimas nos olhos e apertava com força minha mão, essa tortura continuou por alguns minutos, até que eu ouvi um choro de bebê.

Juliette estava tão cansada que desabou fraca na cama, mas mesmo assim abriu um sorriso largo quando entregaram Sofia para ela, eu estava chorando igual uma criança de emoção, acho que chorava mais que minha filha.

- Oi Filha! - sussurrei para ela e aos poucos ela foi parando de chorar.

- Desde quando ela estava na barriga, você conseguia acalmar ela - Juliette sussurrou de volta com a voz mole.

- Precisamos limpar ela mamãe, e fazer os exames - a enfermeira falou chegando ao lado dela.

Juliette com pesar entregou a bebê para a mulher que rapidamente saiu da sala me deixando com o coração apertado.

- Amor, pode descansar, você fez um ótimo trabalho - beijei o seu rosto e Juliette sorriu fraco.

Pocah e Kerline, após muito choque de realidade e perguntas ridículas, acabaram meio que apoiando nosso relacionamento, mesmo que na época não fosse um relacionamento ainda, elas assim como os avós da Juliette, ficaram com um pé atrás, com medo das consequências, até Juliette estava assim na verdade, mas aos poucos fui tirando essa insegurança dela em relação a mim quando se mudamos para Veneza, ela após negar várias vezes, aceitou, afinal mesmo não admitindo não queria ficar longe da bebê dela, as vezes escapava, e ela ficava vermelha de vergonha.

Compramos uma cobertura, maravilhosa, mesmo eu achando muito grande. Juliette morria de medo de eu me enjoar dela, louca, porque se passaram anos e eu continuando sendo trouxa por ela.

A nossa casa é perto da casa da Ker e Pocah, que pouco tempo depois da gente se mudar, adotaram um menino, ele foi abandonado pelos pais e morou na rua até os 13 anos, depois foi para o orfanato, achei muito legal da parte delas adotarem alguém com uma idade não tão convencional, Kerline sempre falou que queria adotar uma criança com mais de 7 anos, pois eles dificilmente eram escolhidos, logo em seguida a Pocah fez uma inseminação artificial, uma menina linda nasceu, Emily, e depois adotaram mais duas crianças. Eu comecei a fazer faculdade de administração, e Juliette só me enrolava, falando que queria que eu ficasse mais velha para nos assumir.

Acabou que foi ela que me pediu em namoro.

"- Oi amor, não consegui achar ovo de codorna doce... - deixo a frase morrer quando vejo Juliette sentada na cadeira com um vestido vermelho justo lindo, ela estava descalça e com os cabelos soltos - Porque você está arrumada? - pergunto curiosa.

Quando eu cheguei da faculdade Juliette me expulsou de casa, alegando querer comer ovo de codorna doce, e que ia ficar de greve se eu não trouxesse, eu fiquei desesperada e fui atrás, rodeei a cidade inteira mas não achei, cheguei morrendo de medo dela ficar realmente de greve, mas encontrei a casa com um estranho cheiro doce e cheia de vela, observei o lugar ao redor curiosa.

- Não existe ovo de codorna doce...e eu também acho que se existisse seria nojento... Mas eu preparei um jantar para nós! - Juliette falou sensual a última parte cruzando os braços.

- Porque? - perguntei desconfiada.

- Porque eu quis! Se não quiser chamo outra pessoa! - falou impaciente se levantando.

-Não! Eu quero... Adorei a surpresa, amor. Mesmo tendo revirado a cidade inteira de graça - sorri e fui até ela dando um selinho na boca com batom vermelho - Você está linda! - sorriu satisfeita e eu puxei sua cintura aprofundando um beijo.

- Não começa! Vamos jantar primeiro! - deu leves tapinhas nos meus ombros e nem meu biquinho funcionou.

Após o jantar que foi magnífico, foi vinho tinto e lasanha porque Juliette só sabe fazer isso, mas mesmo assim amei porque foi ela quem fez.

Juliette me levou para a parte descoberta do apartamento, onde ficava a piscina, me fez sentar na borda da piscina e foi buscar uma garrafa de champanhe.

Mas voltou só com duas taças, após me entregar a minha, ficou me olhando em expectativa.

- Amo você - sussurrou com os olhos brilhando.

- Não mais que eu - sussurrei de volta e pisquei, virei a taça inteira num gole apenas, afinal, era champanhe.

- SARAH! - quando terminei comecei a tossir igual louca pois algo além do champanhe estava na taça, provavelmente um caco de vidro! - não era para você engolir tudo! Você é muito tapada! - meus olhos estavam vermelhos e eu não conseguia respirar, Juliette parecendo desesperada começou a dar tapas nas Minhas costas para me ajudar"

Após todo o ocorrido eu consegui jogar para fora o que depois descobri ser um anel, Juliette se declarou depois para mim, mas tivemos que revirar a piscina pois o anel da família dela estava lá, perdido, graças a Deus conseguimos achar, ele era um anel simples de prata com contornos em esmeraldas e ouro branco, quando eu tinha exatos 20 anos assumimos nosso namoro, mas o noivado veio dois anos depois e o casamento três messes após isso, com um ano de casamento Juliette quis engravidar, nasceu Gael, um menino lindo que hoje está com três anos, eu sou apaixonada por crianças, e Gael é igual a eu com olhos verdes, é o menino mais lindo do mundo, quando Gael completou 2 anos Juliette quis engravidar novamente, eu fiquei super feliz, minha meta é ter 5 filhos, três cachorros, e um porco, mas Juliette não quer ter nem o cachorro e nem o porco, pois diz ter alergia a animais além de mim. Eu sofri com a gravidez da Juliette ela me acordava de madrugada para ir atrás de coisas estranhas, tipo ostra para comer com açúcar, me fazia andar olhando para cima na rua, pois quase morria de ciúmes de mim durante a gravidez, tentou até bater na mulher que limpava a galeria uma vez, ficava com vontade de chorar e logo depois com vontade de me bater, e quase esfolou meus dedos e língua, queria toda hora transar, e era bem aleatória, estava chorando e do nada chegava "Sarará, quero que você me chupe" mas eu estava quase explodindo de felicidade, eu amava a Juliette mais que tudo, e ela estava esperando um filho nosso!

O choque do nosso relacionamento não foi tão grande, Juliette sempre foi reservada quando estava com meu pai, e sempre preferiu o sobrenome Freire, mas mesmo assim até hoje em dia o povo da empresa fica de cara com isso, achando em parte que é interesse dela, mas eu estou pouco me fodendo e Juliette também.

Eu sempre preferi deixar ela no controle da empresa, pois não entendo disso, até quis passar metade pro nome dela, quando nos casamos, mas Juliette se recusou, mas eu não dei bola, não não preciso passar pro papel para saber que tudo que temos é em conjunto, a empresa só cresceu tanto pois ela estava no comando.

Eu só saí do hospital para passar em casa rapidamente, e tomar um banho, eu sai correndo da galeria quando Juliette entrou em trabalho de parto, ela ficou a madrugada inteira tendo contrações, eu também tinha que comprar o ursinho de nascimento da Sofia, era uma tradição nossa, quando o Gael nasceu eu comprei um coelhinho de pelúcia pequeno para ele, Juliette diz que é o coelho da sorte dele, então vou comprar um para a Sofia também, e também tenho que buscar o colar que eu encomendei para a Juliette.

A Má-Drasta (Sariette)Onde histórias criam vida. Descubra agora