➤ 𝖢𝗁𝖺𝗉𝗍𝖾𝗋 𝖲𝖾𝗏𝖾𝗇𝗍𝖾𝖾𝗇

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Se eu não conhecesse tão bem minha esposa, poderia acreditar que tudo estava bem e agir como se nada tivesse acontecido, mas eu a conheço, conheço tão bem a ponto de saber o que se passa por aquela cabecinha apenas pelas mínimas expressões que atr...

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Se eu não conhecesse tão bem minha esposa, poderia acreditar que tudo estava bem e agir como se nada tivesse acontecido, mas eu a conheço, conheço tão bem a ponto de saber o que se passa por aquela cabecinha apenas pelas mínimas expressões que atravessam seu rosto.

Tudo começou com a ligação de Namjoon naquela manhã. Finalmente, depois de meses com uma equipe de detetives particulares investigando o caso do roubo da empresa, tínhamos conseguido chegar ao clímax do caso: o aparecimento de uma testemunha.

Eu já imaginava que o responsável seria alguém de dentro da empresa, mas não havia passado pela minha cabeça que seria uma mulher como Victoria Aveyward. Nós nunca nos falamos, mas sabia por Lalisa que era uma estilista ambiciosa e que já tinha seu território demarcado dentro da empresa. Além disso, a mulher vinha de uma família muito rica, o que me fez questionar sua motivação para ter sido cúmplice de um roubo milionário.

"Eu não vi a cor desse dinheiro."

Eu lembro dela me jurar enquanto estava diante do delegado, com manchas pretas escorridas ao redor dos olhos. Ela estava frenética e vulnerável, visivelmente muito assustada. Eu não acreditei dela, não de início, mas quando ela contou que também tinha sido responsável por espalhar a foto de Lalisa e eu para imprensa eu quase perdi a cabeça.

Ela tentou se justificar, dizendo que foi movida pela inveja e a raiva que Russel implantou nela. Ela queria tomar o cargo de Lalisa a qualquer custo e faria qualquer coisa por isso, incluindo dormir com o próprio chefe.

Então ela deu sua cartada final, revelou que estava grávida e sozinha, que sua família provavelmente não queria saber dela ou daquele bebê. Russel a perseguiu durante todo esse tempo, fazendo ameaças. Ela veio até mim exclusivamente porque sabia que eu era o único que poderia ajudá-la.

Eu senti pena por ela, por seu gênio fraco, mas principalmente pelo bebê.

Pensei muito antes de tomar a decisão de que mandar uma mulher grávida para cadeia não seria a solução, então apenas a ordenei que ela saísse de Nova York e não voltasse a se aproximar da minha família.
Dez mil dólares não eram nada na minha conta bancária, mas o suficiente para que ela fosse embora. Obviamente ela não contestou, nem sequer poderia.

O foco agora era encontrar Russel e o fazer pagar pelo que ele fez.

Na viagem de volta para Nova York, Lalisa adormece e eu nem cogito a ideia de acordá-la. Saber que logo teremos que discutir esse assunto me deixa ansioso, porque a última coisa que precisamos fazer nesse momento é discutir.

Sua gravidez tem duplicado o meu senso de proteção e as vezes eu preciso me lembrar que devo dar a ela um pouco de espaço. Admito que a ideia de colocá-la em uma sala repleta de travesseiros onde eu posso cuidar dela e ter a certeza de que ela não vai se ferir é realmente tentadora, mas ela certamente iria me contrariar.

Abandono o meu lugar na poltrona a sua frente para sentar ao seu lado. Sem fazer movimentos bruscos, ajusto o cinto de segurança sobre seu corpo na tentativa de deixá-la confortável, sentindo sua cabeça tombar para o lado e encontrar meu ombro.

Eu sorrio, passando os dedos por seu rosto e arrumando o cabelo rebelde que cai sobre ele. Seus olhos vão se abrindo lentamente até encontrarem os meus e ela solta um ruído preguiçoso antes de tornar a fechá-los.

— Nós estamos prestes a pousar — eu digo baixinho — Falei com Nam e minha mãe, eles estão com Nic e seus pais. Foram assistir um musical de natal.

— É mesmo? — Lalisa murmura, apenas fazendo a menção de que está me ouvindo — Eu adoro musicais.

— Podemos ver juntos na próxima vez. Nós quatro.

Contra o meu ombro, eu sinto Lalisa sorrir.

— Parece bom.

•••

Quando enfim pousamos no aeroporto de Nova York, nosso carro e Jin já estão nos esperando. Enquanto ele termina de colocar nossas malas no carro, recebo uma mensagem.

Lalisa nota a minha tensão quando olho para o celular e se aproxima.

— Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

— O delegado quer marcar uma reunião agora. Não tenho tempo suficiente para passar em casa antes disso, vou pegar um táxi e você volta com o motorista.

Eu espero uma resposta negativa de Lalisa, mas quando ela não vem quase me sinto preocupado. Ela apenas balança a cabeça, aparentemente exausta.

— Não quero que fique cansada ou se estresse com isso...

— Eu sei. — ela não me deixa terminar — Vou te esperar em casa.

Meus ombros caem um pouco e um nó sobe por minha garganta. Aperto os lábios e me aproximo, segurando seu ombro e beijando o topo de sua cabeça.

— Vou voltar tão rapidamente que nem sentirá minha falta. — minha mão faz um carinho em seus cabelos — Me espere na banheira.

Ela balança a cabeça, sorrindo um pouco. Eu a guio para o banco de trás do carro, me certificando de que ela está segura como todas as outras vezes.

Quando vejo o carro se afastar, sou tomado por uma estranha sensação de vazio.

𝑴𝒆𝒖 𝑺𝒆𝒏𝒉𝒐𝒓 Onde histórias criam vida. Descubra agora