Sete

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Denki desviou o olhar do tablet onde se concentrava em aprender uma musiquinha brasileira e mirou as íris douradas nervosamente na direção das escadas. Havia ouvido um barulho. Sons entristecidos sendo misturados entre balbucios semelhantes a de um bebê, foi a deixa para se levantar e ir correndo até o quarto onde Shinsou estava.

O coração já começava a bater mais rápido, tentava não imaginar o pior e sempre naqueles momentos o caminho parecia ficar maior até finalmente chegar. Arfou pesadamente devido a corrida em pouco tempo, e ao parar na porta, encontrou Shinsou de barriga pra cima com o edredom estando uma bagunça, suas bochechas se encontravam vermelhinha e molhadas pelas lágrimas recentes.

— Shinshimie? — Sussurrou preocupado, aquela altura já indo as pressas se sentar na cama perto de seu pequeno. Ele pegou o arroxeado com cuidado, estranho pelo mesmo estar molinho, parecendo não ter conhecimento dos movimentos do corpo além de se encolher mais no colo de Kaminari. — O que aconteceu bolinho?

Hitoshi choramingou mais um pouco, os dedinhos cobrindo seus olhos úmidos enquanto balançava a cabeça pros lados, aquilo só deixou o loiro mais tenso, já que Shinsou parecia não conseguir formular palavras corretas além dos balbucios confusos.

Ele havia entrado em baby space?

— T-tete… — O pequeno sussurrou, sua voz saindo quebrada ao olhar para Kaminari. — Boo, tete…

— A pepeta? — Arriscou, franzindo o cenho de forma confusa. Hitoshi suspirou, aparentemente não entendendo o que seu cuidador estava falando. Ok, certamente era aquilo, então ele esticou o braço na direção da cômoda ao lado da cama, sabendo que havia ali uma chupeta com desenhos da moranguinho, e logo mostrou na direção de Shinsou. — Isso aqui bebê, pepeta.

— Pu pu! — Negou com a cabeça, os bracinhos empurrando levemente o objeto para longe. Kaminari suspirou, claro que ele iria querer a chupeta do ursinho pooh, mas havia ficado no maldito carro e ele esquecera de tirar.

— Ok, vamos pegar a tete do pu pu.

Kaminari colocou a chupeta de volta na cômoda e se levantou da cama com Shinsou em seu colo. Não poderia lhe deixar sozinho agora que estava no baby space, o perigo certamente era maior. Foi deixando beijos carinhosos na bochecha úmida do rapaz, este que resmungava a cada passo cuidadoso que seu cuidava dava até o primeiro andar, se mostrando entristecido sem o objeto de conforto.

Foi levemente complicado ir até a garagem com aquele bebê grande no colo, especialmente para abrir a porta usando somente uma mão, chegou a fazer malabares até finalmente conseguir pegar a vendida chupeta. Shinsou comemora soltando risadinhas típicas de um bebê, conseguindo assim Kaminari sorrir bobo quando o viu pegando a chupeta do ursinho pooh na boca.

Se bem que ouvir o barulho do celular tocando vindo da sala fizera aquele sorriso ir embora. Deixou um suspiro pesado escapar e ajeitou Shinsou no colo, não conseguia acreditar que as pessoas preferiam ligar do que mandar mensagens, não se podia mais aproveitar um momento com seu pequeno?

Shinsou fora posto sentadinho no sofá espaço, mas acabou inclinando o corpo para trás até estar deitado no móvel preguiçosamente. A procura do celular, Denki suspirou uma última vez antes de atender a chamada vinda do melhor amigo.

— Não deveria estar na casa dos pais do Bakugou?

— E estamos. — Kirishima retrucou, o tom de voz entediado deixando claro quanto aquilo poderia estar sendo chato. — Mas ele queria falar com o shinsou.

— Ah, sobre isso… — Ele mirou o olhar na direção do pequeno, este que tinha seus braços e pernas abertos, mexendo ambos enquanto parecia fingir que estava fazendo algum anjo na neve. — O shin tá em baby space, não acho que consiga-

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