Capítulo 16

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-Isso? Não era para você ver. Digo me aproximando e pegando a embalagem, tentando ganhar tempo.

-Hum. Ela emite um som como quem está aguardando resposta ao que foi perguntado.

-Encontrei uma caixa aberta em uma das gavetas do banheiro, então peguei as que havia lá dentro e guardei na minha mala.

-Está pensando que vamos transar de novo quando voltarmos ao barco? Pergunta apoiando as duas mãos na cintura e fazendo uma cara de quem pegou alguém no flagra.

-Não, não estou pensando nada. Mas você mesma disse que um homem precavido vale por dois, não é? Já que encontrei, quis levar, eu disse que não cometeria o mesmo erro duas vezes.

-Bom, levar você pode, mas não vamos precisar. Eu disse que aquilo que aconteceu não...

-Eu sei, fique tranquila. Você não era para ter visto isso, apenas quis prevenir, vai que eu encontre alguém mais tarde quando chegar em LA.

-Ah, vai encontrar alguém? Pergunta erguendo as sobrancelhas e tirando o chapéu.

-Está com ciúmes? Digo sorrindo para implicar com ela, porque realmente parece que está. 

-Ciúmes? Claro que não, por que estaria? Não temos compromisso nenhum um com o outro, podemos sair com quem quisermos.

-Você está pensando em sair com alguém, já que não temos nenhum compromisso? A conversa acabou tomando um rumo perigoso, mas não resisti e acabei perguntando.

-É melhor irmos, não é? Fala colocando o chapéu na cabeça novamente e saindo do quarto. Saio logo atrás e fico com essa intriga na mente, será que ela está com planos de sair com alguém ao invés de sair comigo?

Descemos e levam nossas coisas até o iate, entramos e em pouco temos já estamos em mar aberto de novo. Já estamos na metade da manhã, resolvemos parar em um local um pouco mais afastado, pois havia outras embarcações mais próximo à costa. Paramos e nos sentamos na parte traseira nos sofás que ficam ao ar livre, agora armaram um grande guarda-sol para que eu pudesse ficar à vontade e viemos em silêncio até aqui. Acho que Fernanda ficou meio incomodada com minha brincadeira.

-Nanda, eu estava brincando quando falei de encontrar alguém em LA mais tarde, não vou encontrar ninguém.

-Não precisa explicar, realmente você é livre para sair com quem quiser. Responde calmamente e ela não imagina como eu gostaria de ouvir o oposto disso.

-Aceitam uma bebida? O rapaz que veio conosco para fazer o almoço aparece perguntando e corta nosso assunto.

-Gostaria de um Whisky duplo, duas pedras de gelo, por favor.  

-O mesmo para mim, obrigado.

Escolhemos nossas bebidas e ainda está um clima estranho, não sei como desfazer isso, por que eu tinha que abrir a boca para fazer uma brincadeira idiota dessas? Não sabia que ela era ciumenta, na verdade tem muitas coisas sobre ela que ainda não sei. O rapaz traz nossos copos e ajeita na mesa ao nosso lado a garrafa e um balde com gelo e pegador para podermos nos servir quando quisermos. Junto coloca uns petiscos e se retira.

-Mas então, como anda seu departamento? Resolvo entrar num assunto de trabalho que sei que é seguro para sairmos daquele clima e ela voltar a se soltar.

-Está uma loucura, o começo da segunda parte do ano letivo sempre é bem tumultuado, entram novos alunos no programa de pós graduação, alguns alunos estão terminando suas teses, enfim, é um período bem tumultuado. Mas gosto disso, adoro poder contribuir com os trabalhos deles, são todos muito dedicados, saem ótimos resultados.

Homem no espelho - O encontroOnde histórias criam vida. Descubra agora