o pai da minha melhor amiga

Chegou o dia do casamento

Gustavo:

Faziam exatamente 2 semanas desde a última vez que vi Kayle.
No dia da nossa discussão.O dia em eu a tratei mal e ela pôs um fim ao nosso caso,mesmo assim eu não queria aceitar que havia acabado.
Soube por Ramon que ela decidiu ir mesmo para Oxford,e que ela,Claire e James estavam saindo muito juntos.
Logo após ela se decidir,Claire me informou que também iria,que não ficaria longe da melhor amiga,e também que queria ficar longe de Hannah,já que não a suportava e eu estava mesmo decidido a me casar.
Não pude argumentar contra ela,afinal Claire já era maior de idade.
Só me restou aceitar que "as duas iriam ficar longe de mim".
Faltando uma semana para o casamento,Ramon nos convidou para jantar na casa dele,e eu resolvi usar a oportunidade para me desculpar com Kayle,e tentar reatar nossa relação.
Bem egoísta e cafageste da minha parte,eu sei,mas eu queria ela por perto,não há quilômetros e quilômetros de distância de mim.
Mas,para minha surpresa aquele moleque,o tal de James também estava lá,e ver ela sorrindo igual idiota para ele me deixou irado de raiva.
E para piorar a situação,eu parecia estar invisível para ela que me tratou formalmente como apenas o pai da sua melhor amiga,e nada mais que isso.
Durante o jantar eu reparei bem na forma como ele olhava para ela,e era o olhar de quem tinha interesse.
Ramon rasgava elogios sobre ele,dizia que ele era o genro dos sonhos que todo pai desejava.
E ela para minha surpresa apenas sorriu para o tal James.
Eu nem entendia mais o que estava acontecendo.
O clímax do jantar foi ela nos desejando felicidades durante o brinde,e parecia nem se importar com isso.
Aquela não era a minha Kayle,não mesmo.
Aquela não era a garota que há menos de um mês atrás estava praticamente me importando para desistir de me casar.
Parecia outra pessoa.
Sem contar que agora que Kayle não ia mais na minha casa,Claire nem sequer parava mais em casa,dormia quase todo dia na casa de Kayle,e mal falava comigo.
A impressão que eu tinha era de que ao perder Kayle,eu estava perdendo minha Claire aos poucos também.
Esperei até o fim do jantar quando Kayle se afastou um pouco de todos e fui atrás dela,tirar satisfações das quais eu não tinha mais direito de tirar,ou melhor, nunca tive o direito, pois nunca a tratei como alguém realmente importante para mim.
Quando ela abriu a porta do quarto para sair levou um susto ao dar de cara comigo na porta.
—O quê está fazendo aqui?—ela perguntou confusa.
—Não é óbvio?—segurei em seu braço e a empurrei de novo para dentro do quarto.
—Está me machucando!—ela disse ríspido se soltando—Seu animal.
—O que aquele moleque está fazendo aqui?—questionei
—Essa não é a sua casa!—ela disse séria—É a minha casa,posso trazer quem eu quiser aqui!
—Não brinca comigo garota!—falei irritado.
—Qual é o seu problema,cara?—ela pôs a mão na cintura—O vinho afetou seu cérebro?
—Se eu sonhar que você é aquele moleque tem alguma coisa...
—Vai fazer o quê?—ela me interrompeu—Você não é nada meu para me impor,ameaçar ou impedir de algo,não sou sua filha,muito menos sua mulher,se toca.
—Você é minha sim,Kayle!—a puxei contra mim e a beijei.
Ela nem sequer correspondeu ao meu beijo,me empurrou de forma fria e indiferente.
—Não ouse mais me tocar!—ela ameaçou—Ou vou te denunciar por assédio.
—Quem é você?—questionei incrédulo—Pode ter a mesma aparência e a mesma voz,mas você não é a minha Kayle.
—Sua Kayle nunca existiu—Ela limpou a boca com um lenço—E nunca vai existir, pois você nunca quis nada verdadeiro comigo.
—Kayle,me escuta,eu gosto de boca!—falei—Volta para mim,eu sempre quis estar com você.
—Acontece,tio,que eu não te quero mais!—ela sorriu—Pessoas como você são tóxicas a todas ao seu redor.
—Kayle...
—Saia do meu quarto!—ela pediu abrindo a porta.
Saí de lá sem esperança alguma de tê-la de volta.
Hannah e eu esperamos mais alguns minutos e então fomos embora.
E o caminho todo foi ela me entendo o saco falando que com certeza Kayle e James estavam tranzando.
E só de imaginar isso eu já ficava cego de ódio.
Os dias que se seguiram pararam lentos e torturantes.
Kayle não me atendia,não lia minhas mensagens,não retornava minhas ligações,ela definitivamente não estava mais nem aí para mim.
E foi assim até o dia do meu casamento,a igreja estava lotada,meu amigos,funcionários,sócios,todos presentes.
Claire estava no altar comigo,mas eu não vi nem Kayle nem o moleque que agora seguia ela para todo lado.
TALVEZ ela não quisesse me ver casando,e por isso não foi.
Isso aumentou minhas esperanças.
Mas eu estava prestes a descobrir que não passava de falsas esperanças.
Subi ao altar desejando que tudo o que eu disse a ela antes desaparecesse no ar, assim como fumaça.
Mas infelizmente,as coisas não eram fáceis assim,e Kayle não retornaria para mim tão fácil.
Mesmo havendo chegado o dia do meu casamento, eu ainda persistia em querer tê-la comigo, mesmo sabendo que jamais poderia dar a ela o que ela realmente queria,eu ainda

A marcha nupcial começou a soar, Hannah entrou na igreja com um sorriso enorme.
Ela estava realmente bonita,todos pareciam felizes com aquela união,então o que eu estava fazendo era realmente o certo a se fazer.
Ter a esposa perfeita ao lado.
O padre começou a celebrar o casamento e no momento dos nossos votos Claire disse que tinha uma homenagem para fazer para nós dois.
—Obrigada a todos por comparecer ao casamento do meu pai e de Hannah!—ela dizia enquanto o telão exibia fotos de nós dois juntos—Hannah, esposa perfeita para um empresário de sucesso.—Ela sorriu diabolicamente—Mas...
—É uma pena que o casamento perfeito...—Kayle entrou pela sacristia com um microfone na mão—Não vai acontecer,não é mesmo Claire?
—Exatamente Kayle!—elas sorriram uma para a outra.
—Mas,o que está acontecendo?—Hannah perguntou confusa.
Aquelas garotas estavam aprontando alguma,e algo me dizia que era algo grande.