✦ㅤ𝐐𝐔𝐄𝐄𝐍 𝐎𝐅 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐒 ;ㅤ| 【 𝗢NE 𝗣IECE 】 ✦

Chapter 4

O fim da manhã se aproximava alguns dias depois, conforme Rosinante caminhava em passos lentos após desembarcar no Quartel General mais uma vez. Ver a estrutura de pedra da Marinha à distância sempre lhe trazia um alívio e conforto; mesmo que as suas brechas de tempo em que podia retornar e se manter afastado da Família eram curtas, o Comandante sempre as aproveitava. Sentia-se mais em casa naquele lugar do que em qualquer outro, e devia aquilo á Sengoku, sem dúvidas. As bandeiras azuis e brancas lhe traziam paz conforme o homem loiro as observava, e assim ele caminhou do porto em direção ao grande prédio. Ainda vestia seu traje costumeiro de Corazon, então simplesmente fez seu caminho até seus aposentos para que pudesse trocar de roupa.

Após anos usando aquele traje, Rosinante não o desgostava; pelo contrário, tinha aprendido a apreciar o estilo. Porém, quando estava de volta na Marinha tinha que permanecer discreto e manter o interesse em sua missão baixo, para que tudo corresse bem. Suspirando, o Comandante se aproximou da porta de seu quarto e se colocou para dentro, finalmente tendo um tempo para respirar fundo novamente.

...

Não muito tempo depois, o Comandante novamente abriu a porta de seus aposentos pisando para fora desta vez com as botas pretas de seu uniforme da Marinha, o resto de seu traje ajustado em seu corpo. Descontraído ele colocou o cigarro aceso nos lábios (um costume que havia adquirido na Família, e não conseguira se desacostumar mesmo que no QG) e suspirou, colocando ambas as mãos nos bolsos de sua calça branca antes de resumir seu caminho.

Pretendia talvez encontrar-se com o Almirante para uma breve reunião a fim de fazer seu relatório, mesmo que Sengoku insistisse que Rosinante descansasse primeiro antes de relatar o que havia de novo na missão. Perdido em leves pensamentos o Comandante murmurou consigo mesmo de forma silenciosa conforme andava descontraído até que algo chamou sua atenção e ele piscou.

Uma figura familiar se aproximava pelo corredor lateral, carregando uma grande caixa cinzenta. Maridia não olhava para frente quando estava prestes a tomar a curva no corredor então trombou de lado com a parede; quer dizer, com nada menos que o Comandante.

− Ai... – A mulher levantou o rosto franzindo as sobrancelhas como se estivesse pronta para 1. Xingar a si mesma pela falta de atenção por bater na parede ou 2. Repreender quem quer que tivesse parado ali em seu caminho. O que aconteceu então foi que Maridia precisou levantar ainda mais o olhar para perceber que o que estava ali à sua frente não era uma parede e muito menos alguém qualquer; e sim o próprio Comandante Rosinante, sua figura alta e sublime inconfundível. Quase que instantaneamente ela se enrubesceu de forma surpresa e exclamou. – Comandante...! Eu não sabia que o senhor já estava de volta!

Rosinante sorriu olhando para ela calmamente e acenou com uma mão ao que tirou ela do bolso. O filete de fumaça que saía de seu cigarro tremulou conforme ele falou. – Oi! Acabei de voltar.

Sorrindo de volta Maridia tentou se curvar apesar de ainda segurar o caixote.

− Desculpe por esbarrar em você, Comandante... Foi um deslize meu, estava olhando para o outro lado, e...

Balançando o rosto negativamente o loiro a interrompeu. – Não precisa pedir desculpas! Quer que eu te ajude com isso?

Ele gesticulou para a caixa.

Maridia piscou surpresa, e brevemente se atrapalhou com as palavras, não querendo parecer fraca na frente do superior. – Está tudo bem, eu consigo carregá-la! São só alguns equipamentos!

Antes que pudesse fazer nada, Rosinante havia se inclinado para a frente e pegou a caixa cinza de suas mãos com cuidado. Maridia não conseguiu evitar notar a facilidade com que ele a segurou considerando que era uma caixa pesada, e isso porque ela já era mais forte do que uma mulher comum por ter treinado muito. Piscando ela levantou o olhar para encontrar o dele conforme o Comandante sorriu de novo.