✦ㅤ𝐐𝐔𝐄𝐄𝐍 𝐎𝐅 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐒 ;ㅤ| 【 𝗢NE 𝗣IECE 】 ✦

Chapter 11

Depois de retornar mais uma vez ao Quartel General da Marinha e fazer seu relatório com o Almirante Sengoku, Rosinante estava em seus aposentos silenciosamente olhando ao seu redor. Desde as últimas vezes que tinha retornado havia diversos pensamentos tomando conta de sua mente, e o loiro tinha o olhar pensativo ao se sentar em sua cama. Sua mão tocou os lençóis macios e o Comandante olhou para a cama absorto em lembranças, pensando no momento em que ficou com Maridia naquela noite, tomando conta de que ela permanecesse aquecida e que se recuperasse do resfriado. Mesmo que tivesse se atrasado para voltar a Família, os membros de lá não tinham lhe dado muita atenção quanto a isso. O tinham como um tolo então voltar sempre no mesmo horário seria suspeito, portanto Rosinante sempre tomava cuidado para pelo menos não se demorar demais. Apesar de aliviado por sua cobertura não ter sido descoberta, ele suspirou.

Colocando uma mão em sua têmpora, Rosinante suspirou exalando uma nuvem de fumaça branca devido ao cigarro. Estava ciente de que tinha dificuldades em esconder sua preocupação quanto á tenente Maridia, mas estava começando a ficar cada vez mais difícil esconder seus sentimentos e sua afeição por ela. Era quase que impossível não se deixar levar no momento, mas o Comandante temia as consequências.

Será que não seria complicado demais? Ele já havia praticamente a envolvido em sua missão, e agora... Seu coração queria que se envolvesse com ela mais ainda. Isso podia ser perigoso, e Rosinante estremeceu de leve em pensar no que poderia acontecer com Maridia se a Família descobrisse sobre ela, além da verdadeira identidade de Corazon. Balançando o rosto para expulsar os pensamentos, ele inspirou profundamente fazendo a ponta do seu cigarro se acender, antes de pesadamente expirar fumaça outra vez.

A segurança e bem-estar de Maridia estava sempre em sua mente, não importava se era ele que estava fora, ou ela. Rosinante queria vê-la bem, a salvo, sorrindo; e queria simplesmente vê-la, sempre. E agora aquilo o consumia por dentro, sem saber o que fazer. Olhou para a palma de sua mão, sabendo que agora muitas vezes já tinha tocado nas dela... E queria mais. O Comandante sabia o que estava fazendo, sabia todas as vezes em que estendia suas mãos para tomar as dela, em uma tentativa desesperada de alimentar a chama que crescia em seu peito, pedindo por ela.

A expressão de Rosinante era repleta de conflito e ele fechou os olhos, levemente cerrando as sobrancelhas. O cigarro em sua boca soltava um fio de fumaça lentamente.

Seus pensamentos vagaram mais. Rosinante pensou em tudo que já passara com Maridia, desde o momento em que se conheceram até a noite em que se aconchegaram juntos. Parecia até que fazia uma vida que a conhecia, e ao mesmo tempo o dia todo em que passava com ela não era o suficiente. Seus sentimentos giravam como um furacão em seu peito e o loiro murmurou de forma conflitante. Porém... Ele também sabia que podia confiar sua vida a ela. Que ambos podiam se entender sem mesmo dizer uma palavra, que estavam lá um pelo outro. Que Maridia faria tudo por ele assim como ele faria por ela. Rosinante pensou em como andavam juntos, roçando um no outro, como tinham uma confiança plena e mútua. Era algo que não possuía e nem possuiria com mais ninguém.

Lentamente o loiro levantou seu rosto, soltando um suspiro desejoso.

Rosinante estava falhando em esconder o que sentia... E não sabia mais por quanto tempo.

...

Alguns minutos depois, Rosinante escutou passos no corredor. Assim que chegou, havia pedido a um soldado para avisar a tenente de que ele estava de volta e de que requisitava a presença dele em seus aposentos, mas conforme os passos tornavam-se mais próximos o Comandante sentia seu peito se apertando, incerto do que faria. O batimento de seu coração se acelerou no que Rosinante endireitou as costas assim que a porta de sua sala se abriu, e no portal estava Maridia. A luz do dia brilhava por trás dela e sem perceber, ele já sorria assim como ela.