Capítulo 2

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Estar sozinho já não me é mais rotina, é um padrão, um padrão de vida

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Estar sozinho já não me é mais rotina, é um padrão, um padrão de vida. Não me incomoda e nunca me incomodou, eu gosto.

Quando se está sozinho, não se está solitário, você pode fazer muitas coisas quando só, não haverá ninguém para lhe julgar e isso é o melhor. Bom, essa é a melhor definição de estar só que posso dar no momento, ao decorrer do tempo, talvez encontre mais definições que sejam contraditórias e sem sentido.

Olho ao redor, para meu amplo e vazio apartamento. Os móveis em tons marrons escuros o deixa sombrio e gélido, quase não há vida. Apenas a luz da televisão ilumina meu rosto passivo. Troco de canal umas dez vezes, nada me satisfaz.

Suspiro desolado e me levanto do sofá cinza. Atravesso o recinto escuro em minha samba-canção e paro na janela. Avisto a noite quente e vejo a rua vazia e sem entender uma decepção me abate, ela não está lá.

Faz quase uma semana que a garotinha não aparece. Talvez tenha se metido em problemas, tenha sido pega, nunca saberei. É realmente uma pena, pois a jovenzinha era uma doçura de se observar.

Meneio a cabeça e deixo a janela.

E mais uma noite entediante de aulas se foi. Logo já estava em casa, estacionei em minha habitual vaga, deixei o carro e adentrei meu antigo prédio. Subia as escadas de madeira com certo pesar, ouvia a madeira ranger a cada passo dado.

Pela milionésima vez afrouxei minha gravata e suspirei cansado. Meu olhar ainda baixo encarava meus sapatos de camurça bege, cocei os olhos e levantei meu olhar para o corredor.

Quase sem acreditar no que vejo, sinto minhas pernas travarem um pouco. Lá estava ela, a garotinha misteriosa, a pequena gangster. Na última semana tive o infortúnio de não vê-la mais, porém enxergando-a assim, de tão perto, valia a pena.

Ela encarava o teto, mas virou o rosto ao sentir minha presença. Estava encostada ao lado da porta de Sid, meu vizinho punk viciado em heroína.

Seu olhar caiu forte e frio sobre mim. Encarou-me sem escrúpulos como se soubesse da força das órbes verdes. Os cabelos cobre desarrumados, o shorts curto e a regata gasta a deixava inocente, não selvagem como ela queria que fosse.

Nossos olhares se conectaram por meros segundos, o que foi suficiente para perceber sua exuberante beleza. Uma flor exótica; assim eu podeira chamá-la.

Caminhei calmo até meu apartamento de nº 505. Tirei as chaves do bolso e introduzi calmo na porta. Escutei uma movimentação ao lado e olhei por um segundo, avistei o magro Sid em seu cabelo tingido de preto.

– Fala aí, Jake! – exclamou o rapaz pra mim com a garota misteriosa ao seu lado, seu olhar felino firme em mim – Tudo em cima?

Forcei um sorriso, qual não saiu.

– Tudo sim, Sid. Obrigado por perguntar.

O magro sorriu e fez um aceno com a mão.

– Falô, chapa! – disse Sid.

Dangerous Girl | Jake GyllenhaalOnde histórias criam vida. Descubra agora