Capítulo 4

222 15 0
                                    

A televisão parecia muda, as imagens não me faziam sentido, chegavam turvas em meus olhos e o som contorcido, abafado

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A televisão parecia muda, as imagens não me faziam sentido, chegavam turvas em meus olhos e o som contorcido, abafado.

Meus olhos eram fixos no aparelho, mas a mente ligada em pensamentos alheios. Claramente pensava na garota que tem me atormentado a mente nas últimas semanas.

Fecho meus olhos e pendo minha cabeça pra trás no encosto do sofá. Comprimo os olhos e deslizo meu corpo sentando-me agradavelmente de pernas abertas. Suspiro desolado e passo a mão pelo rosto. Menina perversa e incitadora!

Me tenta por uma semana inteira e de uma hora pra outra faz de conta que não existo. Não se aproximou mais, não me trocou palavras, me evitou sozinha no mesmo local, porém seu olhar continuou lascivo sobre mim nas aulas.

Tento reprimir e negar-me essa atração, porque é irredutivelmente errado desejá-la. É errado e pecaminoso, contudo não consigo evitar de pensar nisso, pensar nela. Tenho fantasias pecaminosas com a jovem e sinto-me enojado.

Mas seu olhar quente e tentador sobre mim atiça-me. Sua fala mansa, andar calmo, olhar lânguido, pele macia... tudo é extremamente convidativo. Um demônio angelical.

E senti-me odiosamente idiota por abater-me com tal ato da jovem, ela claramente me evitou nos últimos dias e senti-me um adolescente idiota de novo.

Contive meu impulso e não a chamei. Bom, pelo menos ela ia para as aulas e não me aparecia mais nas ruas perambulando pelas madrugadas. Seguiu meu conselho pelo que vi.

Pela milionésima vez solto o ar pesadamente, sinto-me pesado por estar em tal situação. É pegajoso e vergonhoso.

A noite de sábado se estende e tipicamente nada faço. Minha vida é tão aconchegante e monótona, o que mais almejaria? Pra que mudar o que já está em seu devido lugar?

Ouço batidas na porta e franzo meu cenho. Quem seria? Levanto-me lentamente e estico minha camiseta branca amassada, coço a barba e abro a porta. Meus olhos se arregalam.

– Posso entrar? – pergunta de supetão sem antes deixar-me falar.

– O que faz aqui?

Ela me encarava lascivamente.

– Posso entrar ou não?

Dou de ombros e a deixo passar. Encaro seu corpo ao passar por mim e inspiro o perfume doce que se desprega dela.

– Algum problema? – indago-a já fechando a porta.

Nega com um aceno de cabeça, mas pensa por um segundo .

– Bom... talvez sim.

Ela se vira e anda até a janela onde eu costumava observá-la. Se apoia na mesma, parte do corpo para fora da janela, observo seu vestido branco subir. Aproximo-me.

– O que foi, Carmen?

Ela vira para me encarar, sorri.

– É a primeira vez que me chama de Carmen.

Dangerous Girl | Jake GyllenhaalOnde histórias criam vida. Descubra agora