Let me sleep
I am tired of my grief
The wisp sings - Winter Aid
Barulhos irritantes soavam ao seu redor, o homem mal conseguia se mover sem sentir uma dor insuportável, o aparelho apitou ao seu lado, o forçando a saltar sobre o colchão para entender onde estava.
Hospital.
Respirou aliviado ao ver que seus ferimentos estavam todos bem tratados e os acessos devidamente colocados, mas ao lembrar da peça mais importante, o homem cuidou de arrancar as agulhas enfiadas em seu corpo, criando diversos caminhos de sangue.
— Ela está estável. — A voz de Izuna ecoou pelo quarto, o forçando a parar de se machucar e buscar o local em que ele estava. — Não faça esforço, pelo bem delas.
O Uchiha saiu das sombras do quarto e caminhou em direção ao seu irmão, observando com atenção o corpo mutilado desse. As manchas estavam se espalhando, os curativos pareciam frágeis perto da brutalidade que Madara sofreu.
— A verdade Izuna. A verdade! — Grunhiu.
— A bebê não corre mais perigo. — O Uchiha segurou o ferro da borda da cama com ira, tentando achar outro sentimento que não fosse a tristeza. — Porém não quer dizer que S/n vá acordar.
— Não, não, não... — as mãos doloridas do homem vaguearam por seus fios negros, os puxando com força, tentando sentir algo real. Aquilo só poderia ser um sonho.
— Fica quieto porra! — Izuna empurrou o irmão contra a cama, o forçando a ficar deitado. — Você precisa se recuperar o mais rápido possível para poder visitá-las!
— Izuna ela vai morrer, não vai? — Os olhos marejados do Uchiha entregavam a sua devoção e amor a mulher.
— Os médicos deram alguns meses a ela.
Izuna se calou, ele não ousou dizer mais nada a seu irmão, não podia. Ou o machucaria ainda mais. Um silêncio tomou conta do quarto inerte, deixando apenas que o som da respiração pesada do Uchiha ecoasse por lá. Nada além de lágrimas e tristeza habitava o ambiente.
— Eu quero vê-la Izuna. — Os olhos de Madara carregavam uma certeza, ele a veria, mesmo que em cima de uma cama, o homem a veria uma última vez.
— Em alguns dias, Madara. — Izuna apertou o ombro do irmão. — E se você melhorar até lá.
[...]
O tempo passa diferente para quem esperar o mover arrastado dos ponteiros, há uma dança bonita entre a ansiedade crescente e o brincar das horas. E entre uma melodia e outra, o senhor de tudo observa com muita atenção os apaixonados. Ele vê o amor com tanta beleza, que para ele, não há a necessidade de acelerar o passo.
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