a fruit of our love.

4.7K 281 39
                                    

𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒.
point of view.

— Já posso sair, mamãe? — Nicolas fica batendo os pezinhos no tapete da porta, ansioso para sair

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Já posso sair, mamãe? — Nicolas fica batendo os pezinhos no tapete da porta, ansioso para sair.

— Espera aí Nick, você vai virar gelo se chegar lá fora com essa blusinha fina. — olho para seu corpinho minúsculo, se remexendo de ansiedade.

— Mas é impossível, mamãe! A gente não pode virar gelo! — ele balança a cabeça, incrédulo.

Reviro os olhos e abro um sorriso.

Nicolas sempre foi muito espertinho para sua idade. Fala mais que o homem da cobra, e já sabe ler a palavra "mamãe".

Tirando os olhos, tudo nele lembra seu pai. Ele é um clone. Se seus olhos fossem castanhos da cor de mel, igual aos do pai dele, ele seria um Victor versão criança.

Os olhos dele no começo eram claros, iguais aos do Victor, mas com o tempo ele foi escurecendo, ficando escuros iguais aos meus.

Ao longo de todos esses anos em que tive Nicolas - nos três anos - eu fui muito mais feliz do que um dia achei que ia ser de novo.

Era como ter Victor ao meu lado. E agora, tem um fruto do nosso amor, me alegrando todos os dias. Eu vivo me perguntando o que Augusto pensaria sobre isso, se ele ainda lembrasse de tudo.

Será que ele seria um bom pai? Não sei.

Só de lembrar de que ele não está mais aqui, um calafrio passa pelo meu corpo. Ando evitando lembrar das coisas que aconteceram, e substituo por lembranças boas e felizes.

Eu amo Nicolas, e não pensaria duas vezes entre tê-lo, ou continuar no mar de espinhos que eu vivia.

Nicolas Camilo Passos.

Não sei por que dei o sobrenome de Augusto primeiro. Na verdade, o motivo é óbvio, mas eu poderia ter dado o meu sobrenome primeiro.

— Mãe? — Nicolas cutuca minha perna, chamando minha atenção.

— Ah, desculpa. — pego seu casaco pequeno e envolvo em seus bracinhos.

— De vez em quando você fica pensativa assim, mamãe. — diz ele, com seus olhos castanhos escuros penetrantes.

Todos que o veem, concordam que ele parece comigo, mas eles dizem isso porque não conheceram o dono do esperma.

Nicolas não sabe sobre Victor. Ele já me perguntou algumas vezes, mas eu sempre o proibia de falar sobre esse assunto, ou o distraía com alguma outra coisa.

— Ah, é? — sorrio, o pegando no colo e passando a chave do lado de fora do apartamento.

— É. Tipo assim, ó. — ele faz uma cara de pensativo.

Dou risada, e então, pegamos o elevador e descemos.

Quando chegamos no saguão, coloco Nicolas no chão, que vai correndo para fora da porta automática de vidro.

Como sempre, a neve o encanta. Alguns floquinhos de neve caem em seu cabelo castanho, enquanto ele corre para frente do prédio. E eu, dando uma de mãe paranóica, vou atrás dele, com medo de que aconteça alguma coisa.

— Temos que ir, Nick! — depois de ter brincado por alguns minutos e jogado neve na minha roupa pela quarta vez, eu me levanto do banco e estendo a mão.

— Nós vamos para vovó? — ele pergunta, enquanto pula ao meu lado, chutando a neve fofa.

— Sim, você vai ficar lá enquanto a mamãe trabalha. — digo.

— Depois você vai me buscar, né mamãe? — ele pergunta.

— Claro! O que você quer fazer hoje? — pergunto.

Já sei bem a resposta: sopa de letrinhas.

— Sopa de letrinhas! — ele grita, soltando sua mão da minha para bater palma.

Eu sorrio e rio, enquanto andamos até a casa da minha mãe.

Quando chegamos, o carpete está cheio de neve. Eu mando Nicolas limpar os pés antes de entrar, mas ele sai correndo para dentro.

— Olha quem chegou, Adinan! — minha mãe grita, ao receber Nick em seus braços.

Meus pais ficaram um pouco surpresos com a minha gravidez, mas foram as pessoas que mais me ajudaram durante o período ruim. Porém, mesmo assim, se tem uma pessoa que ame Nicolas mais que tudo, são meus pais, - depois de mim, obviamente -.

Meu pai desce as escadas e dá um abraço em Nicolas.

— Ele anda mais magro que o normal. Você está alimentando esse garoto, Bárbara?! — minha mãe mede o braço de Nick, fazendo uma careta.

— Ele não está magro mãe, e mesmo que estivesse, seria saudavelmente magro. — digo.

Ela dá de ombros e vai até a cozinha junto com Nicolas.

— A mamãe e eu vamos fazer a noite da sopinha de letrinhas em casa hoje! — ouço Nick contar entusiasmado.

Dou um sorriso.

— Como anda o dinheiro? — meu pai começa a perguntar.

— Eu já disse que estou bem, pai. Estou ganhando o meu próprio dinheiro, e não quero que fiquem me ajudando demais — falo. — Vocês já cuidam do Nicolas.

— Bárbara, se tem uma coisa que faríamos mil vezes sem pensar duas vezes, é te ajudar, de qualquer forma. — ele diz.

— Obrigada pai. Mas no momento, não vou aceitar nenhuma doação de vocês. — retruco.

Ele revira os olhos e me abraça.

— Eu já vou indo. Não quero chegar atrasada no trabalho. — pronuncio, me soltando dele.

— Mamãe, a vovó vai fazer chocolate quente com marchimalou. — Nicolas vem correndo da cozinha.

— Que bom, filho. — eu o abraço.

A sensação de o chamar de filho ainda é nova, mas eu me sinto orgulhosa toda vez que pronuncio essa palavra.

— E é marshmallow. — soletro, para que ele aprenda.

Ele faz uma careta.

— Agora a mamãe vai trabalhar. Beijos, eu te amo. — dou um beijinho na sua testa. — Não tire o casaco, obedeça a vovó e o vovô, e não coma besteiras. Ouviu mãe?! — grito.

— Pode deixar! — ela grita de lá.

Nick me abraça com seus bracinhos pequenos, e depois sai correndo para a cozinha de novo.

— Eu vou indo, pai. — pronuncio.

Ele balança a cabeça, e eu saio pela nevasca, correndo para dar tempo de eu pegar o metrô.

𝐄𝐌𝐏𝐓𝐘 𝐒𝐏𝐀𝐂𝐄, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora