interrupted at the best time.

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𝐕𝐈𝐂𝐓𝐎𝐑 𝐀𝐔𝐆𝐔𝐒𝐓𝐎.
point of view.

O trajeto de volta para a nova casa de Crusher é tranquilo. Fomos em uma lanchonete, onde ele contou sobre como é estar finalizando sua faculdade.

Ele me disse tudo, desde o momento em que entrou, até hoje.

Fico me perguntando, porque diabos não prossegui com a minha Universidade? Minha idade não diz nada, posso muito bem correr atrás, ainda.

Essa é uma das primeiras vezes que não fico de vela para o Crusher, porque Carolina ficou em casa.

Nunca mais resolvi entrar naquele meu apartamento. Não só por causa de Melanie, mas de todo o resto das coisas falsas que vivi ali.

Estou com Arthur por enquanto.

A musiquinha do carro me deixa um pouco incomodado, principalmente pelo silêncio constrangedor.

Olho para as gotas de água escorrendo na janela, e as luzes das ruas. Durante todo o caminho, pensando em Bárbara.

Maldita hora em que essa garota apareceu na minha vida, bagunçando minha cabeça, mas deixando minha vida estranhamente melhor.

── Tá com a cabeça a onde Coringa? ── pergunta Arthur, olhando para mim, parado no semáforo.

── No estranho mundo de Bárbara. ── respondo, sem a maior vergonha.

Apoio o rosto nas mãos, e dou uma olhada em Crusher, que me olha com uma expressão exasperada.

── Bárbara? ── ele repete o nome dela. ── Quem é essa aí? ── ele se vira e continua dirigindo, segurando o volante com um certo nervosismo.

── Sei lá, ela apareceu do nada na minha vida, e já me deixou assim ó, caidinho por ela. ── comento. ── Acho que você não a conhece...cabelo castanho, olhos também castanhos ou...pretos? ── me pergunto. ── Enfim, parece uma deusa.

── Nossa, está apaixonado mesmo hein? ── Arthur comenta.

É impressão minha, ou ele está mais...tenso?

Falando em ficar tenso, estou meio ansioso para começar a terapia. Será que vou conseguir me lembrar de alguma coisa? Será que minha vida de fato, vai começar a fazer sentido?

Não tenho certeza de nada, mas estou bem curioso para o que essa terapia pode me revelar.

── Ansioso pra terapia? — Crusher pergunta.

── Demais. ── respondo de imediato.

Arthur para na calçada da nova casa dele, e nós entramos, encarando Carolina rodeada de livros, sentada no chão da sala.

Eu subo imediatamente para o quarto de convidados, para deitar na cama e ficar pensando na vida, como geralmente faço.

Como eu sabia que Carolina e Arthur iam ficar se pegando lá em baixo, resolvi dar uma desculpa e sair de casa, falando que ia dar uma passada no mercado.

𝐄𝐌𝐏𝐓𝐘 𝐒𝐏𝐀𝐂𝐄, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora