what am i doing here?

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𝐕𝐈𝐂𝐓𝐎𝐑 𝐀𝐔𝐆𝐔𝐒𝐓𝐎.
point of view.

— Se cuida, okay? Qualquer coisa me liga, pelo amor de Deus

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Se cuida, okay? Qualquer coisa me liga, pelo amor de Deus. — ouço a minha voz.

Eu te ligo. — uma voz doce diz.

Logo vejo uma foto minha, distraído. O engraçado, é que nunca vi essa foto antes.

[...] — Vai... — ouço um gemido vindo da sala de estar, o que me desperta.

Travo o maxilar, saindo do quarto e fechando a porta. E, como se já não bastasse mais uma surpresa ontem, pego Melanie e mais um carinha se beijando na parede da sala.

De repente, tudo o que passamos e que ela falou para mim não significou mais nada.

Nunca parei para pensar se eu realmente a amava, pois estava mais preocupado em me fazer de feliz para minha "nova vida".

Ela me vê e arregala os olhos.

— V-Victor? Achei que estivesse dormindo. — ela diz, com um sotaque embriagado.

— Sai daqui. — é a única coisa que eu consigo dizer.

Nunca achei que ela fosse desse tipo. Achei que ela me ajudaria em tudo, mas todas as saídas escondidas e supostos remédios que ela me dava eram para...me usar.

Cerro meu punho com força. Melanie me olha confusa, enquanto o carinha dá risada.

— Eu acabei de te falar...

— Desculpa! — ela me interrompe.

Venham! O teatro já começou.

— Meu Deus, não sei o que eu fiz... — ela se faz de sonsa.

— Para, Melanie. Eu sei exatamente o que você fez, e anda fazendo. Só vaza, ok? Nada aqui é seu, tudo é meu, que eu construí achando que você me apoiaria e me ajudaria...mas tudo que você fez foi...me usar.

— Coringa, por favor, eu...

— Use ele agora. — maneio minha cabeça para o cara ao seu lado. — Sai daqui, só vou falar uma última vez.

Ela começa a ficar furiosa. Morde o lábio inferior com força enquanto anda até o quarto para pegar suas coisas, dando de cara com Babi, mas não fala nada.

— Seu otário...como você pôde...

— Melanie, sério isso? Eu gostei de você, não ao ponto de te amar, claro, e o que você fez? Hein? Acha que eu sou idiota a ponto de acreditar em "amiguinha"? — falo.

— Depois de dois anos...

— Dois anos jogados fora. Eu só perdi tempo com você. — falo. — Agora por favor, sai daqui com aquilo que você chama de amiguinha.

Não tenho certeza se ela vai ficar magoada ou não. Para mim, é frustrante perceber que ela estava me traindo esse tempo todo, pois sempre achei que ela fosse uma boa pessoa. Mas, não é tão frustrante ao ponto de quebrar meu coração em mil pedacinhos.

Ouço a porta do quarto bater com força. Respiro fundo.

Quando entro no quarto, Babi se mexe e coloca a mão na cabeça. Ela se levanta e depois de me olhar por um longo tempo, fica pasma.

— O que eu estou fazendo aqui? — ela pergunta, baixinho.

— Foi você mesma que veio aqui. — respondo, dando um sorriso compreensivo para ela.

Bárbara balança a cabeça e morde os lábios.

— Nós... — ela pergunta, com certa esperança nos olhos.

Faço que não com a cabeça, ajeitando minha bermuda meio caída.

Ela dá um sorrisinho, e depois olha para a minha camisa em seu corpo.

— Você queria, mas...eu não podia fazer aquilo com você naquele estado. — falo, enquanto a observo cheirando a camiseta.

— Eu te beijei? — ela pergunta, com a voz falhada.

Seus olhos começam a ter um tom avermelhado.

Nunca estive tão emotivo ao ver essa cena na minha vida. Estendo meu pescoço para ela ver a marca meio roxa que a mesma deixou na noite passada.

Ela coloca a mão na boca e depois fecha os olhos.

— Meu Deus...

— Você ficou com outras pessoas na festa, não foi? — não me contenho e pergunto.

— Foi. — ela responde. — Mas não foi minha intenção...a Milena e a... — ela se interrompe. — Eu saí com algumas amigas e...não imaginava parar bem aqui, no seu apartamento. — ela diz. — Foi um erro.

Ela se levanta e joga as cobertas na cama, tirando minha camisa do corpo numa rapidez.

Fico com cara de interrogação, mas dessa vez, eu não vou deixar escapar nada, ela precisa me dizer o que tem de errado comigo, com a gente.

Chego perto da mesma e ela recolhe seu vestido brilhoso do chão.

Numa noite, ela estava me obrigando a transar com ela e, mais um pouco, eu teria tirado tudo dessa garota e só Deus sabe o que faria. Mas agora, ela está negando qualquer contato entre a gente.

— Bárbara. — tento chamá-la, mas ela insiste em continuar juntando suas coisas. — Fala comigo, por favor. — imploro.

Seu peito sobe e desce cada vez mais forte. Ela morde os lábios e tenta desviar o seu olhar do meu.

— Fala, por que é que uma hora eu acho que você me quer, mas outra não...

— Não...eu só...não sei...eu quero ficar com você Vic, mas... — ela soluça. — Quero esquecer de tudo também. — ela susurra, numa voz doce.

— Esquecer do quê, Babi? Pelo menos uma vez na vida, pensa no que você quer, no que te faz feliz...

— Você. — ela responde de imediato.

Meu coração dá um pulo.

— Então por que você não aceita que eu também te quero, Babi...tem algum problema comigo? Algo assim? Eu não te entendo, sinceramente. — me aproximo dela, mas a mesma recua.

— Você tem uma vida, Victor.

— Que vida caralho?! Eu perdi minha memória há três anos, que vida eu tenho? — pergunto, desesperado.

Por alguma razão, ela não fica surpresa.

— Eu ando tendo que procurar uma maneira de ser feliz, uma razão pela qual eu ainda existo ou era feliz na vida que eu esqueci...e você me causa uma sensação tão boa... — tento me aproximar novamente.

Uma lágrima escapa de seus olhos.

— Você pode só me dizer? De uma vez por todas Babi, me diz o que tem de errado comigo. — falo.

Ela abaixa a cabeça e mexe nas suas mãos. Logo depois olha para mim, abrindo a boca para falar algo. Mas seu telefone toca.

— Desculpa...eu preciso ir. — ela diz, pegando tudo e saindo.

Desabo na cama, passando as mãos no cabelo de preocupação.

Eu quero ela, e não tê-la do meu lado me deixa frustrado. Cada vez que fico mais perto dela, me sinto estranho e ao mesmo tempo me sinto mais vivo. É como se algo tivesse despertado meu corpo morto, sem vida.

Fico pensando no sonho que tive, antes de acordar com os gemidos medíocres de Melanie. Embora tenha sido apenas um sonho, ainda fico assustado, pensando no quanto aquela voz doce parecia a dela, de Bárbara...

𝐄𝐌𝐏𝐓𝐘 𝐒𝐏𝐀𝐂𝐄, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora