segredos

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Todos os preparativos para começar o trabalho de drenagem na velha pedreira iam conforme o plano. Aaron já tinha repassado todo o custo para seus superiores, fizera uma revisão minuciosa das licenças. E os homens já estavam prontos para começar a trabalhar.

Tudo ia com o planejado até aquele telefonema. Era a senhora Florence a secretária do senhor Vincent presidente da Empreiteira Viridiam.

A princípio Aaron não compreendeu — Parar com tudo, como assim?

— Um rapaz morreu na pedreira, e até que as investigações terminem qualquer obra está suspensa. O senhor compreendeu senhor kaster?

Não demorou muito, e após finalizar a ligação, Aaron ouviu o Telefone tocar novamente. Era o seu patrão, com uma voz jovem em um tom muito cordial, convidava Aaron a ir até à casa dele. Subiu para falar com Jonah, mas percebeu que o filho estava dormindo. Desceu pegou as chaves do carro e saiu.

A casa de Vincent se localizava fora da cidade em uma colina. A casa no passado pertenceu aos Winters, uma antiga e poderosa família que junto a outras onze famílias fundaram Three Rivers. A casa era bem conservada, mas antiga, possuía uma grande varanda e sua estética remetia a década de 20. Estava cercada por um enorme muro com muitas trepadeiras, possuía um enorme portão de ferro que o próprio Aaron teve de abrir; Um gramado muito bem aparado era visível mesmo de fora do terreno, mas não tinha ninguém a vista. O local tinha algumas estátuas que pareciam observar Aaron.

Após estacionar se dirigiu até a residência subiu um lance de escadas até alcançar a varanda,  bateu na enorme porta de madeira. Não demorou muito para ser atendido por um homem de meia-idade, nariz longo e fino muito bem-vestido, tinha cabelos negros no topo e brancos nas laterais.

O homem fez sinal para que Aaron o acompanhasse, ele o seguiu até uma sala que parecia ocupar toda a frente da casa. Aaron percebeu ser uma biblioteca, o chão era completamente coberto por um carpete vermelho muito bonito e provavelmente muito caro. As paredes eram brancas e pareciam que foram retocadas a pouco tempo, as janelas ali também possuíam cortinas a fraca luz da manhã nebulosa enchia o local dando uma sensação de funeral.

O local parecia abandonado, mas não havia nenhum sinal de teia de aranha nem nas paredes e menos ainda no teto. Mas o que Aaron achou mais estranho era que o aposento não tinha cheiro nenhum.

— Aguarde — Disse o mordomo, e essa foi a única palavra que Aaron ouviu o homem pronunciar.
O homem saiu e fechou a porta, que era tão grande e Branca quanto às paredes.
Alguns minutos depois, Aaron ouviu um aspirador de pó. Que vinha de algum lugar na casa!

Aaron suspirou e se acomodou na cadeira tentou desamarrotar a calças. Olhou pela janela e viu o terreno era grande Aaron calculou que o terreno devia ter mais de 1 km e era só a parte da frente. Viu sacos de lixo próximo ao portão que esperavam o caminhão da coleta e uma casa de cachorro semi destruída. Aaron se levantou e começou a andar na biblioteca. Era enorme a maior que Aaron kaster já vira, tendo dos mais diversos livros de cores, tamanhos e assuntos. Aaron tinha certeza que se tentasse, morreria de velho e não chegaria a ler todos aqueles livros.

— Perdão por faze-lo esperar.

Ele era alto e magro tinha cabelos brancos e uma pele que não sabia o que era sol havia muito tempo. Usava um terno Preto. Era Vincent, e Aaron se surpreendeu ao perceber que Vincent parecia muito pior do que antes. Sua pele estava enrugada Vincent havia envelhecido vários anos em apenas alguns dias. O que alguns dias atrás eram um homem forte com olhar sagaz agora não passava de um velho com uma saúde debilitada? Era até mesmo possível notar que os cabelos agora pareciam fios de fumaça sobre uma testa calva.

— O senhor queria me ver?

— Ah sim! meu rapaz, acredito que nada mais justo, fizemos tantos planos aquele dia, julgo que não fui muito honesto com você quando aceitou o cargo como supervisor na pedreira.

Sombras do abismoOnde histórias criam vida. Descubra agora