Era início de Dezembro e a neve caia vagarosamente lá fora, todo o Jardim estava coberto pela neve a enorme mansão colonial dos Winters estava coberta pela neve.Olhando do portão da frente, parecia um enorme globo de neve, assustadoramente sem vida, deserta e vazia. Era visível fumaça saindo da chaminé. E esse talvez fosse o único sinal de vida que a casa demonstrava.
O interior era escuro, as inúmeras salas e cômodos estavam vazios, Décadas atrás fora uma casa cheia de vida. Acostumados a receberem a alta sociedade, os Winters, não pouparam nem um centavo em sua construção. Mas nos dias atuais era um enorme desperdício, paredes altas e cortinas que caiam como cascatas sobre as enormes janelas que iam do chão ao teto.
Os lustres de cristal e diamantes estavam no breu total, assim como os candelabros de ouro, as inúmeras porcelanas e jarros de inúmeros locais do planeta jamais viram a luz do dia, os talheres de prata e todas toalhas de mesa estavam guardadas em algum cômodo que o atual Winters não fazia questão de saber. O chão de tábuas finamente encerado nunca iria testemunhar a famosa Valsa de Inverno que a família Winters davam entre os fundadores.
O único cômodo visitado regularmente por Vincent era a enorme biblioteca, a quantidade de livros era uma herança da história dos Winters, em sua maioria historiadores e antropólogos e até mesmo arqueólogos. Apenas a última geração se especializou no ramo empresarial, decisão que o próprio Vincent questionava e julgava como estúpida.O silêncio do recinto era interrompido ocasionalmente apenas pelo crepitar e estalar da madeira, que queimava lentamente na lareira sendo esta a única Fonte de calor. A atenção de Vincent foi roubada com o alongamento de uma sombra que agora ocupava o canto da sala e desse canto Tom Irish saiu .
— Ahhhrg! Acho que nunca vou me acostumar com isso!
Tom já havia saltado inúmeras vezes entre a bizarra dimensão, e por vezes achou que iria enlouquecer assim como ocorreu a Ürick .
— Você tem falhado comigo Tom! — disse Vincent saindo do calor da lareira, e voltando a se sentar próximo a mesa onde inúmeros livros de línguas profanas a muito tempo esquecida .
— Não sou o seu cão! E ainda assim tenho limpado muita da sua sujeira ultimamente.Vincent o encarou por alguns segundos e logo em seguida estalou os dedos. Tom caiu no chão gritando de dor.
— Está enganado Tom! Você é sim um cão, e deve obediência a mim. E se te trazer a vida não for incentivo o suficiente, pense em Jenny.
A dor que percorria o corpo de Tom desapareceu.
— Onde ela está!?
— Depois de sua morte Jenny enlouqueceu, ela não tinha nenhum parente vivo então me responsabilizei com a internação e tratamento.— MALDITO! — Tom avançou sobre Vincent com fúria, mas antes mesmos de completar um passo caiu novamente gritando de dor.
— Faça o que mando, e logo poderá se reunir a ela tem a minha palavra.
— Já está feito! - Ele gritou enquanto lágrimas percorriam seu rosto.
No mesmo instante a dor parou, e Tom sentiu o alívio.
— Tem certeza? — Ele pergunta em ameaça a recomeçar com a tortura. Tom responde com um aceno.
— Então eu tenho mais um trabalhinho pra você Tom.
— Chega eu não aguento mais!
— Mate o Xerife Marshall e estará livre, vou até revelar a localização de Jenny e do seu irmão William.
— Matar Marshall ?! Mas por que?
— Tudo ia como o planejado na pedreira, mas assim que se iniciou a drenagem, surgiu muitos contratempos, primeiro desapareceu algumas licenças, logo na semana de inspeção, na semana seguinte uma chave caiu em uma engrenagem, mais dois dias de atraso e novamente documentos de encomenda da maldita peça desapareceram, e nessa semana surgiu um corpo na floresta próximo a pedreira e uma denúncia anônima, pronto tenho o Xerife no meu pé de novo.
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Sombras do abismo
Mystery / ThrillerNinguém mais vai ao açude para nadar. Já faz anos. Isso se deve, em parte, ao fato de o maldito lugar simplesmente não oferecer segurança. Os pais contam aos filhos histórias sobre adolescentes que morreram afogados lá. Os adultos dizem às crianças...