Se, naquela noite de 27 de Dezembro, você quisesse encontrar Tom Irish , você teria que dirigir para o oeste de Three Rivers pela estrada interestadual 80.Teria que pegar a saída de Seed holmes e depois a rodovia 81 até o centro de Woodyfalls (que não é muita coisa). Lá, você entraria na rodovia 92 no Bucky's Chicken ( Que vendia o melhor frango frito do estado de São Fierro) e, depois que estivesse em área rural de novo, pegaria a direita na rodovia 63, que segue reto como uma régua pela cidadezinha deserta de sand's shores e chega em Hartford Home. O centro de Hartford Home fazia o centro de Seedholmes parecer Nova York; a área comercial consistia em oito construções, cinco de um lado e três do outro. Havia uma barbearia Gleen Smash cut (preso na vitrine havia um cartaz amarelado escrito à mão de 35 anos antes que dizia : SE VOCÊ NÃO TEM DINHEIRO, CORTE SEU CABELO EM OUTRO LUGAR), o cinema que só passava reprises e a loja de U$ 1,99. Havia uma agência do banco Soares Homeowner's, um posto de gasolina firefly 86, uma farmácia 24h e a Loja de Ferramentas e Artigos Stanley M'cain para Fazendas, que era o único negócio da cidade que parecia ligeiramente próspero.
Perto do final da rua principal, um pouco afastado das outras construções como um pária e na beirada de uma área vazia, havia um bar comum: o Red Hell. Se você chegasse àquele ponto, veria no estacionamento de terra batida um Chevy caprice 1971 velho com antenas duplas de rádio amador na traseira. Havia um adesivo personalizado recém colado fazendo referência a uma antiga série de televisão que dizia: "I ❤ Jenny".
E ao andar em direção ao bar, você encontraria seu homem: alto mas ao mesmo tempo forte, com um porte atlético, usando camisa de cambraia, calça jeans surrada e um par de botas gastas. Cabelos rebeldes, olhos de um azul claro incomum, um sorriso simpático e cativante mesmo com a barba por fazer. Ele parecia mais jovem do que a idade que realmente tinha, 25 anos. Comia com vontade um Hambúrguer com uma porção de fritas, ele era muito bonito e chamava a atenção de todos, a garota que o acompanhava era igualmente bonita, um pouco pálida e com aspecto ligeiramente cansada, mas o sorriso havia voltado ao rosto, usava vestido, blusa e botas,estava com a jaqueta de veludo cotelê que pegou emprestada do namorado. Os cabelos castanhos presos em um coque caiam em cachos volumosos sobre os ombros, tinha um aspecto de menina mas um olhar mais atento revelava as curvas do corpo de mulher.
— O melhor Hambúrguer do estado! — Disse Tom de boca cheia. Jenny sorriu pra ele, o abraçou forte, deu-lhe um beijo no rosto .
— Olha, vou te dizer uma coisa senhor Irish, e escute com atenção! Eu te amo.Tom retribuiu com um sorriso de criança e a boca suja de molho. Ficaram ali até bem tarde, após algumas doses de tequila foram para o hotel.
Tom estava um pouco tonto por causa das doses de tequila e ao chegar, jogou as chaves em uma cômoda e sem perda de tempo agarrou Jenny por trás. Começou um beijo no ombro e pescoço, enquanto mãos ágeis despiram a garota e fizeram amor como nunca fizeram antes, depois de Algum tempo quando Jenny estava quase dormindo, Tom beijou a sua nuca.
— Vou pegar um refrigerante. Quer alguma coisa?
— Jenny mordeu o lábio e resmungou algo com um sorrisinho malicioso.O Hotel era como qualquer outro de beira de estrada, quem viu um já viu todos. Tom desceu as escadas, passou em frente a portaria, e recebeu uma encarada da dona do local que estava na portaria. A mulher de seios fartos, muitas rugas e pouca modéstia o olhou como um pedaço de carne no açougue. Lambeu os lábios e com uma voz carinhosa perguntou.
— Será que posso ajudar com algo querido?
— Ah!? Não, só 'to querendo achar a máquina de refrigerantes.
Tom continuou seu caminho, foi até a máquina e voltou. Quando passou pela mulher, viu que agora ela usava um batom vermelho e chupava um pirulito de forma a mostrar suas habilidades. Tom segurou a risada e pensou "meu Deus".
— Olha, se forem continuar com a brincadeira façam um pouco menos de barulho ok.
— De-desculpe — Disse Tom já ficando corado.
— Não que eu esteja reclamando, também sou boa em fazer barulho. — arqueou as sobrancelhas.
A vontade de rir voltou a tomar conta de Tom, e já estava quase perdendo a batalha de riso interno, principalmente depois de imaginar como faria a proposta de ménage a Jenny. Tom dispensou o convite da mulher e já estava subindo as escadas quando ouviu o telefone na portaria tocar. A mulher atendeu e naquele mesmo instante um arrepio percorreu sua espinha. Com uma expressão de espanto a mulher olhou para Tom.
— É pra você!
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Sombras do abismo
Mystery / ThrillerNinguém mais vai ao açude para nadar. Já faz anos. Isso se deve, em parte, ao fato de o maldito lugar simplesmente não oferecer segurança. Os pais contam aos filhos histórias sobre adolescentes que morreram afogados lá. Os adultos dizem às crianças...