I

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Gotham estava mais calma que o normal nesta tarde de segunda-feira. Escura pela poluição que a circundava e pelo crime que já fazia parte de sua raiz, a deixando cada vez mais sombria, a vida continuava da menos pior maneira que era possível.

O promotor Harvey Dent conversava com o comissário Gordon em sua sala na prefeitura. Algo precisava ser feito sobre a criminalidade em Gotham e um homem fantasiado de morcego definitivamente não podia ser a solução.

Gordon suspirou. Confiava no Batman. Dent era indiferente, mas não fazia bem para a sua imagem que um justiceiro mascarado fizesse o seu trabalho. Ou pelo menos parte dele, pois juntos – ou não – eles conseguiam colocar vilões atrás das grades.

Em sua mansão afastada da cidade, Jeongguk observava a lua através da grande janela da sala. Era quase noite e ele aguardava o momento em que o comissário o chamasse o recrutando para a missão de hoje. Não que ele soubesse do que se tratava.

Foi até o fundo da sua terceira sala de estar e apertou o botão do busto de David. A parede se abriu e ele começou a descer para a caverna. Desceu calmamente, com as mãos nos bolsos e sentou na cadeira, olhando para as infinitas telas em sua frente. Nenhum sinal do céu ainda.

— Seu café, senhor Jeon.

Alfred deixou uma caneca ao lado de Jeongguk enquanto segurava uma bandeja e observou as telas junto ao patrão. O Jeon bebericou o líquido quente e se levantou. Passou por seu traje e encarou seu reflexo no vidro. Alfred se retirou e Jeongguk se preparou para se vestir.

Rapidamente, entrou em seu carro e deu a partida. Jeongguk observava a pacata Gotham definhar como fazia todo dia e, infelizmente, ele não podia cuidar de absolutamente tudo. Ele tentava, e ainda tinha muito o que fazer. Como num piscar de olhos, o grande sinal o chamando foi aceso no céu e Jeongguk levantou o queixo, já próximo.

Chegou ao edifício e deixou seu carro em modo blindado e discreto. Com a ajuda do seu cinto de utilidades, subiu até o terraço do prédio e, dois minutos após Gordon ter acionado o sinal, ele apareceu na sacada, agachado. O comissário tomou um susto. Se recompôs.

— Batman. Que bom que veio. — Jeongguk saiu da sacada e ficou mais próximo do comissário. — Bem, precisamos que vá a-

— Precisamos?

Perguntou desconfiado e se virou. Gordon era confiável. O mesmo ajudou Jeongguk quando seus pais morreram no passado e sempre foi muito solícito a si e seus negócios. Por mais que não soubesse que ele era o Batman — apesar de ter suas dúvidas — simpatizava com o homem morcego.

— Sim, eu e Harvey.

— Hm. E O senhor Dent sabe que o comissário está me pedindo algo? Que eu saiba, ele não gosta muito de mim.

— Harvey tem seus motivos, mas não é nada pessoal. Enfim, Batman, preciso que você vá a Arkham City.

Disse receoso. Sabia que os maiores inimigos do Batman estavam lá, mas ele era o único que poderia fazer esse favor ao comissário.

— Arkham? Prisão ou hospital?

— Hospital.

Jeongguk suspirou. Não seria fácil, é claro. Todos internados naquele lugar querem matá-lo pelo simples fato de que ele os pôs lá. Onde se "tratavam" e seguiam para a prisão no prédio do lado.

— Harvey e eu achamos que algo lá está errado, uma fuga talvez. O sistema de segurança falha diversas vezes e imaginamos que seja culpa do Coringa, é claro. Começou quando ele entrou lá. Uma piada, não?

Gordon riu. Jeon não.

Ele esfregou as têmporas e suspirou. Subiu na sacada do terraço novamente e voltou a observar a lua. A mesma lua. Olhou mais ao horizonte e dali mesmo era possível ver Arkham City depois de toda a fumaça habitada em Gotham.

— Te deixo informado amanhã à noite. Aqui. Mesmo horário.


ᕋӜᕈ


Jeongguk estacionou distante do seu destino. Subiu novamente no telhado de um prédio próximo e foi possível ler "Hospital Psiquiátrico Arkham". Olhou pelos cantos do seu teto de concreto e se impulsionou para frente para que a corda de apoio chegasse até lá.

The Joke of Love | TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora