IX

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Tudo estava tão silencioso que nem parecia ser a sua típica Gotham. Jeongguk olhou nos arredores e não avistou ninguém, nem uma única alma viva passando pelas redondezas. Estreitou o olhar ao perceber uma movimentação e virou sua cabeça na direção do barulho.

Abriu sua capa para planar com cuidado no chão e assim caminhou rapidamente até o local. Ninguém poderia pará-lo, não havia ninguém ali. Quem estava ? Jeon achou que poderia ser Alfred. Mas qual o sentido em ser Alfred? Seus pais? Nah, mortos.

Aproximou-se devagar para ver um depósito extenso e vazio. Mas o barulho continuava. O que seria isso? Que diabos seria isso? Pensou ter ouvido a voz de Gordon para que ele se afastasse, porém, ao tentar ver alguém, não via ninguém. Nem uma única alma viva.

Mas, então, uma. Uma alma viva. A única que ele poderia querer ver. Tentou conter um sorriso ao caminhar até Taehyung que jazia parado no meio do local. Imaginou que ele sorriria ou riria, mas não. Nada além de uma expressão odiosa. Jeongguk não se atreveu a dar mais um passo.

— Você realmente achou que eu te amasse? Haha, oh, Gukkie, como você é uma gracinha.

Magoado, Jeongguk tentou não demonstrar. Como assim? Ele realmente achou que Taehyung o amava. Se aproximou do outro para ver os olhos com as pupilas intactas, não dilatadas. Algo estava errado, tinha que estar.

— Fácil até demais de te manipular. Eu amei o nosso joguinho, Jeonggukie, mas já me cansei. E, convenhamos, como isso poderia dar certo? Nunca. HAHAHA.

Jeon quis correr dali, fugir. Porque ele estava te falando aquilo? Não parecia demonstrar tais sentimentos. Um Oscar pra você, Taehyung. Mas, ao invés de dar meia volta, ele correu em direção ao homem na sua frente e começou a lhe bater. E bater, e esmurrar, e arranhar, e lhe quebrar, até que risada que ele tanto gostava fosse cessada.

— Jeongguk!

Abriu os olhos. Piscou repetidas vezes até entender onde estava. Olhou para as suas mãos. Não tinham mais sangue. Olhou para o lado. Taehyung. Lhe olhando assustado. Na sua cama. Nu.

— Tae?

Dias já haviam se passado desde que ambos dormiram juntos pela primeira vez e Jeongguk pode, dia após dia, ter a certeza do que sente. Sua confusão agora se amenizava, mas ele não deixava de ainda ter pensamentos conturbados por diversos fatores diferentes.

O principal, é claro, era a dúvida se Taehyung realmente gostava dele. No fundo ele sabia que sim, mas e se não? Atualmente sua cabeça divagava sobre como esconder a situação dos dois, o relacionamento, amoroso ou não — eles sabiam que sim, apenas o Jeon que não admitiria ainda —, e como se portar na frente dos outros.

— Você quer me matar do coração? — Taehyung respirou fundo. — Que diabos te deu?

— Eu... — Jeongguk se sentou. — Pesadelo.

— Comigo, presumo, não parou de falar meu nome... Mas um não um muito bom. — Sorriu. Jeongguk o olhou.

— Não.

Taehyung tentou não rir, mas manteve o pequeno sorriso novamente e se sentou ao lado do outro, o beijando. Brevemente, Jeongguk contou o sonho e, pelos seus olhos, Taehyung percebeu o quão perturbado isso o deixou e quis rir com a situação.

— Sabe, pra isso dar certo, um dos dois terá que mudar mentalmente. — Jeon o olhou surpreso, e com receio. — E acho que sabemos quem será.

— Você só pode estar louco!

— Haha, eu estou! E você também! — Taehyung falou como se fosse óbvio e Jeongguk desviou o olhar. — Qual é, Batsy, você se apaixonou por mim.

The Joke of Love | TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora