VII

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Não havia de ser tão tarde da noite quando Jeongguk jazia ajoelhado no parapeito do prédio de delegacia de polícia de Gotham. Aguardava pacientemente o comissário Gordon chegar ao seu encontro para que fizesse o requerimento.

— Prendemos Erin. — Anunciou ao seu fazer presente. — Ao que tudo indica, ela realmente tratava de negócios com Maroni. — Jeongguk  assentiu e se aproximou. — Nada da Mulher-gato, e descobrimos uma nova: Arlequina.

— Doutora Harleen Quinzel.

— Precisamente. Ela foi hoje cedo visitar o Coringa, disfarçada, é claro. Aparentemente, ele não gostou muito da sua visita, já que minutos mais tarde ela saiu correndo e gritando. Os policiais tentaram alcançá-la, mas ela foi mais rápida. Estamos atrás dela. Acredita nisso? Mais uma criminosa em Gotham.

Distraído, Jeongguk  apenas assentiu. Não tinha prestado mais muita atenção no que o comissário lhe dissera a partir do momento em que ele entendia que Taehyung não gostou de vê-la. Gostaria, ele, de ver o Jeon?

— Quero fazer uma visitar à prisão. — Gordon o encarou. — Velhos amigos. — Jim riu.

Com o pedido concedido, seguiram juntos até a penitenciária. Ao passar pelos portões, guardas lhe lançavam olhares raivosos, e outros até de encantamento. Gordon caminhou com Jeongguk, indicando o caminho até um das últimas celas, a que ele sabia onde este desejaria ir primeiro, apenas pelo gosto de ver o inimigo atrás das grades - no caso, era o que ele pensava.

Jeon passava por outras diversas celas que tinham seus prisioneiros se esgueirando pelas grades, gritando seu nome em ódio ou luxúria, querendo atacá-lo. Tantos que ele pusera ali. E não se arrependia. Ele estava ali para isso, era o seu trabalho, o que gostava de fazer e faria até o fim.

Só tinha uma pessoa que ele não queria ver atrás das grades. Mas lhe faria uma visita justamente lá.

Devagar, Gordon abriu a janela de grades da porta mais ao fundo do extenso corredor. Bateu duas vezes com seu bastão, fazendo um alto barulho e chamando a atenção do Kim, que encarava o teto enquanto estava deitado, murmurando algo qualquer que ninguém conseguia escutar.

— Nos deixe à sós, por favor. — Jeongguk disse ao comissário e este apenas assentiu, deixando o outro para trás. Confiava nele.

Ao ouvir aquela voz, Taehyung sorriu abertamente e pulou da cama dura onde estava para o chão duro da cela, andando apressado até a porta. Jeongguk observou o macacão laranja que o mesmo usava. Lembrava de todas as vezes em que ele tinha vestido aquilo.

Lembrava de ir até a prisão, asilo ou hospital, verificar como estava e sempre passando e parando pela cela ou quarto de Taehyung, apenas para checar se ele estava bem. Não que antes — de saber o que sentia — ele quisesse realmente saber se o outro estava bem, mas sempre sentia que deveria ir vê-lo.

Na última vez em que esteve na prisão, pelo mesmo motivo de agora, tentou persuadir Taehyung para o seu lado. Para o bem. Ele imaginava que a sua loucura poderia ser revertida, mas, na verdade, a sua loucura estava revertendo o próprio Jeongguk. Ele não estava triste com isso, por incrível que pudesse parecer.

— Sentiu saudades? — Sorriu.

Taehyung quis rir, como sempre fazia. Porém se sentia fraco. Levou um tiro. Depois, a porra de um soco de ninguém mais, ninguém menos que o Superman. Ele se sentia bem fraco. Mas sabia que isso iria passar.

— Talvez.

Tentou permanecer com o sorriso no rosto, mas, diante da resposta, tudo que Taehyung fez foi franzir o cenho. Desde que começara a nutrir sentimentos por Jeongguk, que cada dia mais aumentavam, ele se sentia bem. Se sentia ótimo. Fantástico. Vivo.

The Joke of Love | TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora