V

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Taehyung ocupava seus pensamentos. Jeongguk não pregou os olhos esta noite. Ao amanhecer, apenas se despediu.

No tardar da noite, ele parecia mais desanimado do que de costume para poder ir às ruas de Gotham. Suspirou. Jeon suspirava demais ultimamente. Mas não tinha como controlar. Não queria falar. Mas ao mesmo tempo queria. Por mais reservado e frio e calculista e misterioso que fosse, ele queria conversar com alguém sobre o que estava acontecendo.

Pela primeira vez na vida, se sentia confuso. E perdido.

Não seria Taehyung o seu parceiro para o bate papo. Muito menos Bárbara — se é que ela já não suspeitava de algo. Gordon nem imaginava que o próprio Jeongguk fosse o Batman, nem em mil anos, então não falaria com o comissário sobre possível paixonite — ele se arrependeria de pensar dessa forma — por Taehyung. E... os morcegos?

Sobrava, enfim. Alfred. Seu fiel aliado e mordomo. Infelizmente, Jeongguk sabia que podia confiar plenamente e cegamente em Alfred. E sabia que, possivelmente, deveria contar a ele o que tanto ansiava sair de sua boca. Suspirou, de novo. Não era pra ser assim, não era pra ser assim, não era pra ser assim. Por que Taehyung sequer existia em sua vida? Com essa pele branca, rosto desenhado e palavras bonitas. Tão... Irresistível.

Jeon grunhiu. Não. Não podia se sentir assim. Era errado, completamente errado. Uma loucura. Ele quis rir. Desde que se tornara o Batman, sua vida inteira tinha sido uma loucura. E solitária. Não que quisesse, só era mais fácil dessa forma. Até agora.

Observou, no céu, seu símbolo do batsinal ser clareado. Apressou os passos para que chegasse a tempo. Lá, Gordon o esperava. Sorriu pacientemente enquanto observava um Jeongguk mascarado se aproximar de si. Desligou o sinal que havia feito a sua utilidade e se virou para o outro novamente.

— Bom, pegamos o Charada.

— Eu ouvi falar.

— Achamos que Erin McKillen esteja envolvida nos negócios de Sal Maroni e vamos investigar, não acredito que suas máfias sejam inimigas.

— Entendo.

— A Mulher-Gato segue fugitiva. Estamos atrás dela.

— Ok.

— E o Coringa... Bom... — Jim respirou fundo. Jeongguk esperou. Será que sabia? — Nenhum sinal. Parece que... Evaporou. Está desaparecido.

Será que... Coringa parara sua maldade excessiva para viver um louco amor com o Batman? ... Mas que diabos Jeongguk achava que estava pensando? Louco amor? Isso não é uma história em quadrinhos, é vida real. Nem se quisesse ele conseguiria ter um relacionamento no mínimo aceitável com o outro. Eram inimigos.

— Não está, não. — Ouviram uma voz na penumbra do outro lado do prédio e assim o homem caminhou para frente. — Eu o achei. — Superman andava devagar até eles.

— Você o quê? — Gordon quis parabenizá-lo.

— Você o quê? — Jeongguk quis socá-lo.

Se aproximou dele para que Jim Gordon não ouvisse o seu sussurro.

— Clark, o que você tem a ver com isso? — Superman apenas o ignorou e continuou caminhando até Gordon, para ficar entre os dois, imaginando que deveria esclarecer a sua vinda até Gotham.

— Coringa tentou... Fechou os olhos. — Tentou acabar com Metrópolis. Eu que lhe pergunto, Jeo- Batman, o que ele tem a ver com a minha cidade? — Arfou. — E ameaçou a Lois. — Seus olhos se avermelharam.

— Ele o que? Acabar com Metrópolis? — Não fazia o menor sentido. Jeongguk tentava entender.

— Mas você o achou? Ele está lá? — Gordon colocava a mão na lateral de calça para pegar o seu walkie-talkie.

The Joke of Love | TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora