VI

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Jeongguk quis se mover, mas não conseguiu. Clark Kent era forte, ele sabia disso. E, com sua força, um murro poderia acabar com uma parede, um carro, um prédio. Uma pessoa. Quando observou sua mão vir rapidamente para o impacto, ele conseguiu que uma única palavra saísse como um rugido da sua garganta. Arregalou os olhos, mais assustado do que tudo.

— Não!

Gritou, fazendo Superman parar o murro bem na barriga de Taehyung, que tinha um sorriso no rosto. O machucou, o feriu. Um roxo enorme com certeza cresceria ali e, pela cara contorcida do palhaço, com certeza doera. E muito. Mas não o matara.

Taehyung riu com dificuldade. Superman o jogou no chão.

Ouviram o barulho de vários passos apressados, pessoas correndo. E, assim, a brigada policial seguida do comissário Gordon entrou no local. Rapidamente três homens bem protegidos se puseram a frente e pegaram o Kim do chão, que ria sem parar. Ria alto, para todos ouvirem. Para todos saberem que estava vivo.

Para Jeongguk saber que ele estava bem.

Mas o mesmo não sabia se podia perceber isso. Ele não sabia de muito, no momento, apenas que estava assustado. Muito assustado, diga-se de passagem. Havia presenciado uma cena que nunca imaginou passar pela sua cabeça. Se não tivesse gritado, o resultado seria muito pior. Jeon amaldiçoou Clark mentalmente.

— Obrigado, Batman, Superman. — Gordon os agradeceu ligeiro antes de se juntar ao grupo armado que escoltava um Taehyung risonho até a prisão. Era do melhor conforto de todos que dessa vez ele não fosse ao asilo, ao hospital. E, sim, para a prisão. Haviam adotado essa nova tática e, por enquanto, se mostrava eficaz.

Arfou. Ainda tentava entender o que tinha acabado de acontecer. Jeongguk só queria salvá-lo. Clark ia matá-lo, entende a magnitude de tal fato? Um horror. Não queria relembrar. Iria passar mal. Pelo menos mais do que já estava passando. Aguardou que todos os desconhecidos saíssem da fala, até sobrar apenas ele e Superman, e tirou sua máscara.

Estava sufocado. Precisava respirar.

Clark, então, aguardando uma reação um pouco — muito — melhor, franziu o cenho. Estranhou, esperava que houvesse um cumprimento amigável ou um aceno de cabeça, um agradecimento, até um pequeno bate-papo enquanto saiam atrás dos policiais.

Ficou encarando Jeongguk esperando que este falasse algo, mas tudo que viu foi o mesmo segurando sua máscara, apoiado na mesa, olhando para o chão e arfando sem parar. Até se acalmar. Clark juntou as sobrancelhas.

— Você está... — Secou a garganta. — Bem?

Jeon não o respondeu. Aos poucos, Clark começou a entender o que se estava se passando. Sua feição ficou séria e ele fez uma careta. Empinou o queixo e se aproximou a passos lentos do outro, que levantou o rosto o olhando indefeso.

Inspirou. Clark procurou se afastar novamente para pensar com mais cuidado no que falaria. Para pensar no que acabara de acontecer. Jeongguk estava mesmo transtornado com a situação? Mais que isso, havia se preocupado, o alarmado a fim de impedi-lo. Se importava. Mas não com Kent. Clark respirou fundo, sendo possível ouvir por Jeon, e se virou para ele. Estavam distantes.

*Você ama ele... — Jeongguk arregalou os olhos encarando o chão. — Não é?

— O quê?* — O olhou pasmo.

*Você não ficaria de luto por Metrópolis. Ficaria de luto por ele. Você está com raiva de mim por tê-lo tirado de perto de você.* Por quase tê-lo matado! — Gritou a última parte. O Jeon fechou os olhos e colocou a máscara de volta no rosto. — *Isso aí. Se esconda atrás da sua máscara. Você ama tê-lo por perto. Vocês dois ficam nesse jogo estúpido enquanto pessoas morrem.*

The Joke of Love | TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora