JJ

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Eu só precisava me esconder, ao menos até pegar o idiota do Rafe sozinho, corri pela trilha buscando abrigo, não podia voltar para meu já conhecido esconderijo junto ao B, acabaria levando kooks para lá também. Estava a pé, eles de motos e quadriciclos, precisava controlar meu temperamento explosivo em contrapartida também precisava fazer Cameron engolir cada maldita palavra que ele falara sobre Kie. Depois de desviar e me esconder entre as árvores cheguei ao casarão abandonado exceto por ele não parecer mais abandonado. Flores meneavam um estreito caminho até a entrada, luz estava acessa lá dentro, minha escolha era fácil, enfrentar os kooks ou quem quer que se escondesse na casa.
Corri pela lateral da trilha, com dois pulos já estava a porta, girei a maçaneta e ela estava trancada, alcancei meu grampo no bolso agachei sobre a fechadura, não muito longe escutava os motores se aproximando, me apressei,  quando escutei o estalo da tranca se abrindo sorri, consegui entrar antes das luzes das motos me alcançarem. Me afastei da porta devagar sem tirar os olhos dela, me arrependi de estar sem a arma, mas meu arrependimento cessou quando esbarrei em algo. A cantoria desafinada atraiu minha atenção, só que tarde demais. Mal tive tempo de levantar os braços e ver a garota cair em cima de mim, foi uma bagunça de tinta, escada e pinceis sobre a gente.

Balancei a cabeça tentando entender a merda que havia acontecido, a garota estava caída sobre meu peito, a escada sobre nós

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Balancei a cabeça tentando entender a merda que havia acontecido, a garota estava caída sobre meu peito, a escada sobre nós. Com um nó na garganta desejei ter sido encontrado antes pelos kooks, ao menos morrer parecia menos ruim do que ter matado alguém. O medo aumentou quando levantei a mão e toquei a nuca dela um pouco acima da curva um calo crescia, senti a umidade vinda dele; sangue. Girei o corpo dela com cuidado para poder ficar em pé, apoiei sua cabeça na almofada e a coloquei na poltrona ao menos ainda respirava. Fui até a porta, me certifiquei de estar trancada, pelo vidro pude ver Cameron descer da moto, corri até a garota, olhando em seu rosto pela primeira vez a reconheci, era a garçonete do restaurante dos pais da Kie, Samantha. Virei a poltrona de costas para a porta me escondendo, com a garota desmaiada e sangrando, escutei os gritos de Rafe na porta segurei na mão dela e abaixei a cabeça.
O que pareceu a eternidade passou até que desistissem de entrar, ligaram as motos e partiram, soltei o ar aliviado e abaixei a cabeça nos joelhos a minha frente.
- Puta que pariu, merda, merda, merda. - xinguei ao ver o sangue ensopando a camiseta dela.
Dessa vez eu estava ferrado, mais ferrado do que em qualquer outro momento que achei estar, pensei em bater no rosto dela para ver se ela acordava. Idiota! Agredir uma inconsciente e possível morta. Não! Ela não estava morta!
- Ei, Samantha? - chamei pegando seu rosto, coloquei o dedo abaixo do nariz dela e senti a respiração quente. - Ei, acorda! - ela apertou os olhos se mexendo um pouco na poltrona.
- Au, hum! - gemeu, tentando levantar a mão a cabeça impedi segurando suas mãos.
- Não, não. Oi! Você caiu da escada. - achei melhor mentir ou achei que estava mentindo.
- O que? - ela abriu os lindos olhos castanhos dourados confusos, olhou em volta respirou fundo, depois focou em mim.

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