Sam

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Quando faltava pouco para minha saída JJ, Kie e os outros dois que costumavam completar o quarteto chegaram, com sorte Cameron tinha saído e pude voltar ao salão.
- Vão querer alguma coisa? - perguntei ao me aproximar da mesa deles, JJ foi o primeiro a me olhar e sorrir, isso atraiu meu sorriso também.
- Já estamos fechando Samantha, pode deixar que terminamos. - Anna falou do balcão onde conferia o dinheiro.
Fui para os armários, peguei minha mochila, troquei o uniforme pela jardineira e o top, caminhei para saída incrivelmente aliviada, chutei pedrinhas pelo corredor, mas antes de alcançar a bicicleta dei de cara com uma barreira de músculos forte.
- Aonde vai? - JJ perguntou depois que desamassei meu nariz de seu peito, arrumei a mochila,  apontei para bicicleta. - Você disse que ia com a gente pra festa.
- Ah, isso. - fiz careta tinha esquecido da droga de uma fogueira e adolescentes bêbados. - Não, estou a fim não.
- Vamos, Samie. Vai ser legal! - ele fez biquinho e os olhos, meu Deus, aqueles olhos pidões seriam minha ruína.

- Nem estou vestida pra ir, deixa para próxima.
- Você está ótima, vai ser a mais linda de lá tenho certeza. Vamos. - apertei os olhos com força. - Sei que está tentando outra desculpa só dessa vez, se não curtir vamos para casa na mesma hora, eu prometo.
- Posso voltar sozinha Maybank. - coloquei o dedo em seu peito, um sorriso satisfeito apareceu naquele rosto lindo. - Eu vou me arrepender...
JJ pegou a mochila das minhas costas e estendeu a mão me puxando para fora do corredor, seus amigos estavam parados ao lado da Kombi, sorriram ao nos ver, ainda bem que ele segurava minha mão ou não saberia o que fazer com ela.
- John B, Pope essa é Sam... - um olhar rápido para meu rosto e ele completou. - Mantha. Samantha. Kie que você já conhece. - acenei para filha dos meus patrões e ela sorriu gentil.
Depois de jogar nossas mochilas na parte de trás da Kombi, esperamos por Sarah Cameron que era namorada do John, quando ela apareceu, dei graças a Deus por ela não parecer em nada com o irmão. Sarah ocupou o lugar ao lado de John na frente enquanto os outros fizeram o mesmo nos seus lugares de costume, com a cabeça inclinada procurei um lugar para sentar, JJ me puxou para o que parecia ser um caixote como imitação de banco me sentei, então ele desceu para o chão se arrastou para fechar a porta se encostando nos meus joelhos.
- Poderia ter sentado no chão eu mesma. - sussurrei em seu ouvido, ele só pressionou os lábios assentindo, passou o braço por cima da minha perna e seguiu a conversa com os amigos.
Distraída pelo barulho das pessoas ao meu redor, nem percebi que fazia carinho nos cabelos dele enquanto seguíamos para festa.
- Sam... Mantha. - Pope chamou minha atenção e sorri.
- Sam, me chamem de Sam. - pedi, passei os dedos com um pouco mais de força no couro cabelo de JJ, senti sua gargalhada contra minhas pernas.
- Você já foi a uma festa da fogueira antes? - ele perguntou interessado, engoli seco quando todos pareciam demonstrar o mesmo interesse.
- Uma vez a muito tempo.
- Sério? Teria reparado. - JJ falou erguendo a cabeça, parei de mexer em seus cabelos e bufei.
- Não teria não, você estava ocupado demais fazendo boca a boca numa kook.
Risadas altas nos cercaram, dei de ombros.
- A fogueira acontece no seco. - ele estava se defendendo? Puxei seu cabelo, ele deitou de novo em meus joelhos, encarei os olhos azuis brilhantes.

- Exatamente, por que mais você estaria salvando alguém de um afogamento no seco? - ele reprimiu o sorriso antes que pudesse falar coloquei a mão sobre a sua boca, repetindo o ato da dispensa. - Não responde Maybank, sabemos a resposta. - seus lábios roçaram minha palma meu coração se agitou, me afastei no mesmo instante em que parávamos no estacionamento lotado.
Como se fosse combinado John B e Sarah, Pope e Kiara, JJ e eu seguimos para onde a fogueira iluminava a clareira, cerveja foi colocada em nossas mãos, a música explodiu de algum veículo próximo, levei o copo aos lábios um pouco receosa da mistura que estaria ali, mas precisava esconder meu divertimento com a releitura de um clássico do rock sendo transformado em reggae. Pogues e kooks coexistindo, dançando e bebendo juntos parecia bom demais para ser real.

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