Capítulo 2

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Olá, queridos! Tudo bem?

Vamos ler mais um pouquinho? Lembrando que os capítulos estarão aqui todas as terças e quintas. E que o livro DENTRO DE NÓS já se encontra completo para venda na Amazon.

Beijos!

Capítulo 2

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Capítulo 2


Viggo


— Você ouviu isso, garoto? — Meu pai deu uma risada alta. — A Mel disse que quer um piano de presente de aniversário.

— E uma flauta! E uma guitarra! — Ela pulou do sofá no meio da sala, fingindo tocar um instrumento imaginário, fazendo barulhos com a boca. — Vou ser "roqueila"!

— De onde tirou essa ideia? — Ele olhou para mim, se divertindo a valer. — A gente quase não ouve rock por aqui.

— Mas eu gosto, vovô. O tio da aula de música disse que eu posso ser o que eu quiser.

— Está certo. Então, temos que comprar uma guitarra e uma roupa preta pra você. Mas onde entra o piano aí?

— Meu papai me dá piano, vovô me dá guitarra. — Pensou um pouco. — Vou pedir a flauta a tia Anna.

— O que conversamos sobre pedir presente aos outros? — Falei com carinho e fez uma careta, meio arrependida.

— É feio, né?

No último aniversário, ficou tão empolgada que correu para todo convidado que chegava, pedindo seu presente de modo afoito. Eu a chamei num canto, disse que era errado fazer aquilo. Não entendeu, até eu explicar melhor que o que importava era a presença dos amigos, não o que eles levavam. Por fim concordou, mas continuava amando ganhar presentes.

— Só vou pedir pra vocês, são da família. — Concluiu, fazendo nova lista: — Então "quelo" também uma boneca que mexe a cabeça, uma bolsa igual da...

Desandou a falar, enquanto meu pai fingia anotar tudo em uma lista. Eu me distraí um pouco, olhando na direção da janela, certa preguiça me envolvendo após o almoço farto. Observei como o céu estava azul, sem qualquer nuvem.

— Viggo, o que você tem?

A voz do meu pai penetrou meus pensamentos e o fitei. Mel saiu correndo, dizendo que ia buscar caneta e papel. Ele me olhava com atenção.

— Nada.

— Está calado. Algo o perturba?

— Não.

Sondou-me melhor. Eu não sabia explicar, havia algo em meu peito, apertando. Talvez tivesse sido a conversa sobre Kiara com Mel, o fato de odiar aquela mulher ser a mãe da minha filha. Na verdade, era a única coisa que Kiara fez: me dar Mel. Ou talvez fosse a presença de Jordana, bem forte naquela manhã. As coisas que purgavam, preocupavam, me deixavam mal e impotente.

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