OBS:O livro fica completo aqui até o dia 25 de fevereiro de 2022. Depois disso, somente capítulos de degustação. Para ler inteiro, somente na Amazon.
Dentro de nós é a parte final do primeiro livro: Dentro de mim.
Aqui reencontraremos Jordana e Vigg...
E tem também lançamento meu na Amazon. Já foram espiar? Romance explosivo!
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Lançamento: A SUGAR BABY - Nana Pauvolih. (Selo Leituras Rápidas da Amazon). Uma história explosiva esperando por você Sinopse:Kin Yoshida Alves é uma sugar baby. Bem jovem, com segredos e um passado complicado, encontrou solução em um relacionamento com homens mais velhos, que a ajudam financeiramente: os sugar Daddy.Tudo parecia basicamente controlado, seguindo seu rumo, quando ela conhece o rico e poderoso empresário Vicente De Lucca. Vicente se assusta, pois Kin tem uma semelhança incrível com uma pessoa que foi muito importante na vida dele e da qual nunca esqueceu. Ambas descendentes de japoneses, lindas. Mas com personalidades bem diferentes.A atração entre eles é imediata, mas também complicada. Ainda mais quando Vicente descobre que Kin é sugar baby de um dos seus conhecidos e ela fica dividida entre o desejo por ele e suas escolhas.Paixão, loucura e segredos vão sacudir os dois, jogando-os em relacionamento explosivo e cheio de dúvidas. Talvez o amor não seja suficiente no meio de tanta desconfiança.
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Capítulo 10
Viggo
Meu pai colocou a caneca na mesa, após dar um longo gole no café. Sua expressão era triste.
— Foi assim mesmo?
Acenei e pareceu não acreditar. Do mesmo modo que eu ainda não acreditava. Ficou em silêncio, pensativo.
No apartamento tocava uma de suas músicas antigas, Mel ainda dormia. Eu tinha acabado de chegar naquela manhã de sábado para ficar um tempo com eles, depois levar minha filha para casa.
— Era outra pessoa. — Falei baixo, ainda abalado demais.
— Acha que foi a bebida? — Ele buscou alguma resposta. — Pelo que disse, não parou de tomar uísque o tempo todo.
— Ou algo mais.
— O quê? Não. — Sacudiu a cabeça. — A Jordana não...
— Uma vez disse que havia uma maldição em sua família. A avó era alcóolatra, a mãe viciada em drogas. — Eu não queria sequer cogitar aquilo, mas muita coisa me perturbava. — Sempre pareceu ter medo de seguir pelo mesmo caminho. Pai, tem muita gente assim no meio artístico. Usam coisas pesadas para ficarem mais soltos, terem coragem de enfrentar o público. Outros para fugirem da realidade.
— E Jordana tem todos os motivos para querer essa fuga. Ela me disse também sobre essa questão familiar. — Sua tristeza aumentou. — Mas não consigo a imaginar assim. Não ela! Percebeu algum sintoma, além desse distanciamento emocional, das mudanças de personalidade?
— Ela parecia desfocada, uma alegria não natural. Pupilas dilatadas. Feliz demais.
Apertei minha caneca quente, precisando do calor. Era difícil pensar nela sob aqueles termos, entender ainda mais a gravidade do problema. Encarei-o.
— Posso estar enganado. Espero estar. Alguns amigos ficam assim quando misturam álcool e drogas.
— Meu Deus... tadinha... — Empalideceu, aspecto mais abatido. — Era frágil, doce. Jordana não merecia nada disso. Nem você, garoto. O que vai fazer agora?
— Falar com ela. Vou descobrir onde e como. Insistir até conversar de verdade comigo.
Não escondi a raiva, a revolta. Assim como o desânimo, que parecia a ponto de me derrubar. Explodi:
— Ela saiu de lá com aquele cara e a amiga. Só de imaginar...
— Não se martirize ainda mais.
Levantei-me, passando a mão pelo cabelo, o coração apertado. O ciúme também contribuía naquela loucura dentro de mim.
— Sei lá, até cogitei que tivesse conhecido alguém nesse tempo, que a ajudou. Pensei em tudo! Sozinha, dilacerada, morta. Depressiva. Tentando se reerguer, se tratando, conhecendo pessoas boas. Mesmo que me esquecesse, que doesse como o inferno, eu entenderia. Se fosse para seu bem. Mas isso? Essa loucura toda, o jeito diferente, uma coisa ruim por lá... tudo tão...
— Irreal. Inesperado. Viggo, você precisa...
— Me acalmar? — Virei, irritado. — Era só o que o Marquinhos me pedia ontem! E do que adiantou, pai? Não sei mais de nada!
Ele suspirou, também chateado, sem respostas. Murmurou:
— Já sabe o endereço dela? Queria ir até lá.
— Marquinhos vai ter que me dar. Hoje.
— Garoto, por que não me deixa sondar primeiro, conversar com ela? — Abri a boca para retrucar, mas disse rapidamente: — Você e Jordana tiveram uma coisa muito forte, Viggo, que talvez ainda não saiba como lidar. Ainda mais se estiver mesmo se drogando. Está nervoso, arrasado, talvez precise mesmo se acalmar.
— Como?
— Me deixe falar com ela primeiro. Forçar a barra pode piorar tudo.
Quis soltar um palavrão, sem controle, sem paciência para aceitar a realidade. Tudo que eu queria era ir até Jordana, a sacudir, a abraçar e beijar, cuidar dela. Espremer aquelas dúvidas, afastar a saudade e a dor. Garantir que ainda tínhamos o amor de antes, que quando disse que viria para mim, era verdade. Eu continuava esperando por ela.
— Acordei! — Mel veio correndo do corredor, pulando toda feliz com seu ursinho na mão. — Vovô, papai, Mel tá aqui!
A alegria da minha filha foi o bastante para tirar a pressão absurda que quase me fazia explodir. Eu me abaixei e a peguei no colo, de pijama e descabelada, toda quentinha e feliz. Abracei-a forte, fechando os olhos.
Apertou meu pescoço, beijou meu rosto. Deu seu sorriso de dentes tortos para mim, piscando:
— Ontem eu e vovô cantamos e dançamos no tik tok! Você viu o vídeo, papai?
— Ainda não.
— É sério isso? — Se sacudiu e a pus no chão. — Vou pegar o celular!
— Hei, cadê meu beijo? — Meu pai cobrou e correu para ele.
Os dois se agarraram entre risos, depois voltou correndo para o quarto. Ele me encarou.
— Leve Mel para casa. Faça algo com ela. Vou pegar o endereço com Marquinhos e procurar Jordana. Por favor.
— Tenho que fazer isso.
— Mais tarde. Confia em mim?
— Claro, pai. Sempre.
— Aqui! Ficamos lindos! — Mel voltou sem o ursinho e veio me mostrar o celular.
Tentei me concentrar, a cabeça girando, os sentimentos atacando de todos os lados. Não sabia o que fazer, só que precisava estar de novo com Jordana. Ela sóbria, sem gente em volta, sem tentar escapar.
Era difícil esperar mais. Ainda assim, concordei com meu pai, segurei minha ansiedade, meus medos.
A sensação era de que as coisas ainda poderiam piorar mais.
