Capítulo 7

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Oiiieeee!!!

Vamos ler um pouquinho? Tem capítulo 8 na sequência <3


Capítulo 7


Jordana


Era uma conhecida sensação de atordoamento e, ao mesmo tempo, de euforia. Como se eu fosse capaz de fazer qualquer coisa. Poderosa, dona de mim, sem nada para me abalar.

Gostava daquele vestido leve roçando meus mamilos, os saltos me davam segurança. Só precisava de mais uma bebida para tudo parecer perfeito, para nenhuma ameaça me alcançar. Foi assim que entrei no apartamento de Marquinhos, dizendo a Alejandra que ela ia se apaixonar por ele.

Não pensei muito naquele dia, no medo, nas dores, nas lágrimas que teimavam em aparecer nos meus olhos desde que pisei no Rio de Janeiro. Odiava aquele desequilíbrio que me acompanhou toda a vida e passou a ser um inimigo passional. Eu aprendi a lidar com ele. Mesmo temendo o instante em que veria Viggo novamente, em que teria que lidar com ele.

Agora estava bem, solta, com vontade de rir e de me divertir. Nada me abalava.

Gostei do lugar movimentado, da música, do falatório. Alejandra comentou que ia se acabar, já buscando o bar, pessoas bonitas e interessantes para interagir. Ela sempre precisava de muita ação para ser feliz. E eu entendia bem aquilo. Afinal, era para isso que a vida estava ali.

A mente girou um pouco, o olhar desfocado. Mesmo assim, um tanto solta, eu senti o coração batendo forte, uma agonia tentando me sabotar. Senti Viggo bem antes de vê-lo. Foi tão forte que meus pelinhos do corpo se arrepiaram.

Desprezei as sensações, precisando desesperadamente de mais alegria, daquela armadura boa que jogava toda perturbação para um canto e me transformava no que sempre quis ser. Por isso avancei, decidida, um pouco excitada.

— Jordana... Ah, Jordana...

Marquinhos veio, espalhafatoso como sempre em suas roupas coloridas e seus olhos sentimentais. Ri e nos agarramos. Falou de saudade, contei que estava feliz por voltar. Elogiou-me e o beijei. O tempo todo o alerta estava no fundo, eu tinha vontade de olhar em volta, procurar por Viggo. Mas não me concentrei naquilo. Deixei fluir.

Apresentei Alejandra. Disse a ele que precisávamos brindar e concordou. Íamos sair quando só virei o rosto, sabendo exatamente para onde olhar. Rodopiei internamente quando encontrei seus olhos escuros nos meus.

Perdi um pouco o conceito de realidade. De uma hora para outra, a agitação se extinguiu, pareceu cair aos meus pés. A dor veio com tudo, trazendo em seu rastro uma saudade latente, uma esperança que foi esmagada ao nascer. Vi sorrisos, desejos, traição. Vi raiva, culpa e morte. Era Viggo ali, real, mais lindo do que nunca. Olhando-me do jeito que fez naquela noite, quando dançamos juntos a última vez.

Algo me rasgou e virei, fui para Marquinhos, pedi uma bebida. Até ri, recuperando parte daquela euforia. Um vazio terrível começou na boca do estômago, enquanto o peito ardia sem parar, numa inquietação que me sacudia. Precisava de mais ou aquilo tudo voltaria. E eu não saberia lidar com ele.

— Cerveja? Drinque?

— Tequila! — Alejandra se animou diante da pergunta de Marquinhos, chegando perto do bar.

— Uísque puro. — Falei baixo.

— Ah, meu amor! Não acredito! Que felicidade! — O meu amigo me abraçou de novo, olhos molhados. — Tão linda! Temos tanto para nos falar!

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