Origins - O Aprendiz Do Tempo

Capítulo II - O Princípio do Tempo

"Para você... O que é o tempo?"

   [Primeira Regra. Uma matéria em repouso tende a permanecer nesse estado se a força resultante sobre ela é nula. E uma força só promove ações determinadas na matéria equivalente a sua energia.]

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   Após o choque da minha energia com a do objeto desconhecido que eu chamei de "Centelha da Realidade", no momento da explosão pude o ver
liberando uma descarga de energia que varreu e modificou totalmente toda a "Imersão Distorcida" como se ela nem existisse. E daí em diante, a minha percepção sobre tudo mudou, eu pude ver duas matérias tão minúsculas se espalhando em uma velocidade absurda preenchendo aquele infinito vazio de maneira quase imperceptível, eu presenciei tudo, cada evento simultâneo que aconteceu... Mas em um determinado momento, simplesmente tudo, tudo estagnou... Cada partícula que se espalhava simplesmente estagnaram, minha visão que ia até o que eu chamei de "Dobras do Vazio" o limite de até onde as partículas conseguiram alcançar. Me lembro que naquele momento mesmo com meu pouco entendimento, sabia que não era pra que aquilo acontecesse, mas não importava o quão longe fosse minha visão, simplesmente nada acontecia.

   Não sei quantas vezes adormeci minha consciência das memórias repetidas que guardava enquanto vagava naquele lugar. E de novo. De novo. De novo... Cada vez que eu despertava me sentia cada vez mais puto com algo que eu nem entendia. Mas, em um momento quando despertei, percebi que a energia que corria dentro do meu ser, a mesma que recebia daquelas tempestades na "Imersão Distorcida" estavam agora se manifestando externamente do meu corpo, e depois de muito observar, percebi que tudas as partículas que estavam próximas o suficiente de mim para ser tocadas pela energia, por um breve momento pareciam se mexer, de maneira momentânea, mas se eu me concentrasse o suficiente conseguia perceber.

   E naquele momento inconscientemente me perguntava, "E se essa energia for o que é preciso para que elas voltem a se mover? E se eu for a resposta?"... Então a partir desse momento que eu estava decidido a dar viva a aquelas partículas, eu não queria mais ser o único ser livre para vagar... Eu parei de vagar sem rumo... E me concentrei. Passei a concentrar toda a energia dentro do meu ser... Em um único ponto, como havia visto na "Centelha da Realidade".

   No momento em que comecei a concentrar minha energia, sentia como se um pesar cobrisse meu corpo o amassando aos poucos, a sensação era de desgaste, como se aos poucos eu estivesse perdendo minha consciência, por várias vezes acabei adormecendo, mas nunca deixei de seguir meu objetivo, não haveria nada capaz de parar a minha determinação. E então em algum momento, ela estava pronta, a "Engrenagem do Destino", aquela que daria a permissão para que o que tivesse que acontecer a partir daquele momento seguisse o seu próprio caminho.

   Enquanto comprimia cada vez mais o núcleo da energia, maior era a agitação do que tinha ao redor, raios cortando em todas as direções, e enfim, o colapso do núcleo. Uma descarga de energia em uma escala tão forte que poderia ser facilmente sentida até mesmo depois das "Dobras do Vazio".

   A explosão da energia fez com que as partículas que preenchiam o vazio totalmente estagnadas fossem sobrecarregadas da energias, assim fazendo com que elas voltassem a se mexer, colidindo umas com as outras. Mesmo estando completamente acabado naquele momento, eu poderia dizer uma coisa a você, os sentimentos fazem parte da existência de qualquer ser que tenha a capacidade de ver, ouvir e sentir, e naquele momento eu vislumbrava inconscientemente a essência da felicidade.

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Capítulo II - O Princípio do Tempo (Parte II)