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Nina narrando.

É isso aí, eu era fraca.

Mas o que eu poderia fazer? Eu não tenho ninguém e não vão sentir minha falta provavelmente. Estou presa com três homens que me sequestraram e eu não faço a menor ideia do porquê. Minha mão sangra e o sangue escorre pelo meu braço formando um rastro até pingar no chão, e eu não consigo me mover, eu apenas fico parada. Por que eu to parada? Por que eu to aqui? Por que isso tudo tá acontecendo?!

Tudo isso roda na minha mente e não sei o que fazer, não sei o que pensar, não sei nada.

Minha mão lateja de dor como se esse corte pudesse me matar, talvez possa, talvez seja melhor assim... Não sei se aguento mais do que isso, mal cheguei aqui e já estou preferindo a minha própria morte do que continuar sob esses tratamentos.

Eu não consigo impedir as lágrimas de pararem de cair, não sei exatamente pelo que elas caiem. Seria pela minha mãe? Pela falta que ela faz? Ou por eu não ter ninguém que se importe comigo o suficiente para sentir a minha falta? Ou então pela minha carreira que vai cair no esquecimento? Ou por ter sido sequestrada? Ah, ou por estar presa aqui? Oh, ainda tem esse corte, não sei o que tá doendo mais, mas tudo dói, tudo...

Me sinto fraca, é, é isso que me sinto, fisicamente e mentalmente, eu sou uma fraca.

Sempre tive minha mãe ali sendo forte por nós duas e nada nunca me faltou, até que ela se foi e aí eu não tinha mais força, porque ELA era forte por nós duas, sem ela eu não teria chegado a lugar nenhum, é a verdade. E agora? Não tenho mais ela e não tenho mais um rumo, se até mesmo o meu sonho foi tirado de mim.

Tudo isso vagava na minha cabeça até que eu apaguei, talvez por fome ou falta de sangue, não sei, mas acordo em um lugar diferente.

Assim que abro meus olhos, noto que é um lugar bem melhor, um quarto com uma cama enorme na qual eu estou deitada e havia alguém em uma poltrona próxima da cama.

Tento me levantar mas travo quando percebo meu pulso algemado na quina da cama, me impedindo de fazer qualquer movimento, até mesmo me levantar, se não eu o quebraria no processo.

Minha movimentação chama a atenção do homem na poltrona e quando se vira, vejo que era Martino.

— SAI! — grito quando ele ia abrir a boca. — NÃO TE QUERO PERTO DE MIM, NÃO QUERO NENHUM DE VOCÊS PERTO DE MIM! — me debato tentando me soltar, o que é em vão como o esperado.

Martino se aproxima sem dizer nada e segura meus braços contra a cama, pondo um joelho apoiado ao meu lado, me debato ainda mais contra seu aperto e ele me segura mais forte, soltando um dos meus braços e pondo a mão na minha boca.

— Me solta! — resmungo contra sua mão e ele não a retira, quase me sufocando.

— Shiuu — ele pede silêncio. — Por favor, fica quieta! Ou eles vão te jogar lá de novo! — ele alerta e eu paro de tentar gritar, acalmando meus movimentos também. — Isso, boa garota. — reviro os olhos enfurecida com sua fala.

Aos poucos ele solta meu braço que não estava algemado e retira a mão da minha boca com cautela, vendo se eu não iria voltar a gritar e me debater.

— Por que estou aqui?! — sei que ele não irá me contar porquê me sequestraram, mas quero saber a razão para me tirarem de lá e terem me trago para esse quarto.

— Depois de muita luta e persuasão da minha parte, os convenci a deixar você aqui, claro, sob supervisão e presa, mas já é melhor do que lá, certo? — ele diz e ao longo que vai falando percebo seu lábio inferior com um corte recente, já que antes estava intacto, sem falar no seu nariz um pouco inchado e rocho.

Just call me a babyOnde histórias criam vida. Descubra agora