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Mattia narrando.

Foram horas de viagem e eu não consegui dormir nem na ida, quanto mais na volta. Minha cabeça não parava nem por um instante, tem um questionamento que eu tenho me feito desde do dia que foi oferecido esse acordo... Por que ele mesmo não vinha atrás da garota? Foi fácil demais... Não quero admitir, mas Matteo estava certo, poderíamos até mesmo ter mandado a Loira pra resolver isso, ela daria conta facilmente, talvez vom mais facilidade que nós até.

Tem algo por trás disso, eu sinto, ele não mandaria buscarmos uma garota qualquer aqui, sendo que ele poderia ter diversas outras com facilidade... Não sei o porquê dessa sua obcessão com a garota, ok, ela é muito atraente, mas é só uma boceta porra, vale a pena isso tudo? Bem, para nós ficou fácil, temos a garota, ou seja, também temos a aliança, porém algo está cheirando mal nisso, nada vem fácil, principalmente para nós que vivemos nesse lado do mundo, tem algo por trás nesta situação toda, eu só não sei ainda o que, mas irei descobrir, eu preciso descobrir.

Todos nós descemos do jatinho, finalmente na minha terra outra vez, aqui eu tenho o poder em minhas mãos, aqui eu me sinto bem, e só aqui eu me sinto verdadeiramente eu.

Martino ficou de ir no seu impala para casa, Matteo e sua maldita moto, já eu irei com o meu carro particular, Il verro e a bendita garota largada no meu banco de trás, ela está desmaiada a horas já, cacete.

Encaro a paisagem a cada rua pela qual passamos, é tudo tão familar que me esqueço de todos os problemas as vezes, só que a realidade bate na porta quando chegamos em minha casa, minha fortaleza, como dizia o filho da puta do meu pai.

— Traga-a contigo. — dou a ordem para Il verro, ele assente um pouco antes de abrir a porta traseira e carregar o corpo mole daquela menina.

Andamos um pouco adentrando a casa e percebo que tanto Martino como Matteo já haviam chegado.

— Siga-me. — faço um sinal com meus dedos e Il verro continua a carregar a garota em seus braços, seguindo minhas instruções.

Até que chegamos nos fundos onde há um jardim morto por não estar sendo cuidado, possui um caminho de pedras e uma fonte desativada com mato crescendo.

— Me dê. — estico os braços para pegar o corpo aparentemente e parcialmente morto da garota.

Ele a entrega para mim e eu o despenso imediatamente, ele não me questiona e nem fica curioso sobre nada, é assim que tem que ser, não gosto de intrometidos.

Continuo seguindo pelo caminho de pedras que me levam até um pequeno labirinto de arbustos médios, conheço esse caminho como a palma da minha mão, por isso não demora muito para que eu encontre o esconderijo que descobrimos quando pequenos. Abro a porta e a jogo no chão, aqui não é um spa e muito menos uma casa de repousos, preciso entregá-la viva, não quer dizer que ela precisa estar como uma boneca quando isso acontecer.

Mas para o meu espanto ela acordou.

— Que isso? — seus olhos estão semicerrados como se os abri-los por completo fosse doer demais.

— Não importa. — saio batendo a porta atrás de mim.

Disse aos rapazes que conversariamos 
com ela juntos, não irei falar nada com Nina agora, provavelmente ela vai cair desmaiada mais uma vez antes que fique consciente definitivamente.

Faço o mesmo percuso de antes, voltando para dentro da casa e me recordando que precisava falar tanto com Martino, quanto com Matteo. Então sigo até meu escritório que dever ser onde eles estão, esperando para a reunião que tínhamos que fazer após capturar a garota.

Just call me a babyOnde histórias criam vida. Descubra agora