Capítulo 03

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(Alguns dias depois)

Entro na sala da Sosso, e vejo que mais uma vez ela não está na aula. Sinto meu peito contrair em preocupação.
O restante do dia passa como um borrão, para falar a verdade, só noto que é hora de ir embora, quando eu saio da última sala do dia.

- Até semana que vem turminha, bom final de semana para vocês.
- Para você também professora Alina. 

Mando um beijo no ar para eles, e vou direto para o meu armário, pego minhas coisas, e saio do colégio, dia de sexta eu normalmente tenho uma aula a menos. Caminho até meu carro enquanto converso com minha mãe, que pede para eu passar no mercado, pois ela faria um jantar para as visitas. 
- Oi mãe, já estou aqui.
E assim ela me pede para pegar as coisas, e eu agradeço por estar de carro. 

*****

Assim que chego em casa, estaciono o carro na garagem e começo a descarregar as compras. Entro em casa pela porta da cozinha, e dou de cara com minha mãe parecendo uma barata tonta andando de um lado para outro.
- Ainda bem que você já chegou - ela diz pegando as sacolas das minhas mãos e me dando um beijo na bochecha. 
Termino de descarregar o carro, assim que eu bato a porta do porta malas, a campainha toca. 
- Gio, atende para mim por favor - minha mãe diz gritando da cozinha e logo ouvimos a porta ser aberta.
- A paz - ouço alguém cumprimentar minha irmã que responde.
- Filha? Você pode olhar aqui para mim? Enquanto eu dou um pulo na sala, para receber eles? 
- Claro.

Termino de fazer o que ela tinha começado, coloco tudo no fogo, e fico sentada mexendo no celular enquanto ela não volta.

- Oi - ouço uma voz vindo da entrada da cozinha, tiro meus olhos do celular e levanto a cabeça.
- Oi, a paz - falo para o moço que meu pai me apresentou no domingo como sobrinho da dona Lydia. 
- Conseguiu limpar o vestido? - ele pergunta se sentando à mesa de frente para mim, olho para ele confusa, e eu acho que ele percebe - Eu esbarrei em você, sorvete, shopping.
- Ah, nossa - falo prestando atenção nele pela primeira vez - Não, o vestido já era - falo deitando o celular na mesa - Me chamo Alina, aliás. 
- Pedro.
E então minha mãe entra de novo na cozinha. 
-Obrigada Lina - ela diz indo para o fogão.
- De nada mãe, vou ir lá dentro guardar minha coisas, e já volto.

Pego a pilha de papéis, e não, eles nunca acabam, minhas bolsas e sigo o corredor para o meu quarto.

- A paz dona Lydia - digo quando passo por ela.
- A paz - ela diz dando um sorriso cansado.
- Gio, pai - falando mandando um beijo de longe para eles.

Assim que chego no meu quarto, jogo tudo em cima da minha cama, e pego meu celular, ligo para o acolhimento que a Sosso ficava, já se passava das 18h00, mas vai que eles atendem.

- Diretoria - uma mulher diz assim que atende.
- Oi boa tarde, eu sou a Alina, professora do colégio da Sophie Levy
- Pois não?
- É que ela não foi para a escola essa semana, queria saber se está tudo bem - pergunto me jogando na cama.
- A Sophie está no hospital.
- O que aconteceu?
Ela me explica que ela precisou ser internada para realizar alguns exames, pergunto à ela se eu poderia ir visitar a Sosso, ela diz que sim e me passa o endereço.

Saio do meu quarto e volto para a sala, onde uma conversa estava acontecendo, fico brincando com meu celular, que nem percebo quando a pergunta é direcionada à mim.

- Lina - minha irmã me cutuca.
- Sim? 
- Você me ajuda a colocar a mesa?
- Claro - digo me colocando de pé - Licença. 

Acompanho minha irmã até a cozinha, a ajudo a colocar a mesa, e logo começamos a jantar.

Assim que todos terminam a sobremesa, eu ajudo minha mãe a tirar a mesa, eles vão para sala, e eu saio para o quintal, me sento na grama e fico rodando o celular na minha mão.

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