Capítulo 10

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Sabe o Zezé dos incríveis? Então, acho que eu acabei de tomar o posto dele. Já se passaram exatamente duas semanas desde que eu fui no abrigo conversar com a coordenação a respeito da Sosso, e eu nunca vi tanto papel na minha vida, e olha que eu sou professora. Daqui a uma semana é Natal, e eu só quero conseguir trazer a Sosso para passar o Natal com a gente. 

- Oi Pedro, a paz.
- A paz Lina, tá pronta pra reunião?
- Quase.
- Ok, passo aí em cinco minutos. 

O Pedro é o advogado que tá me ajudando nisso tudo da Sosso, e devo admitir que ele é muito bom no que faz. Quando guardo o último papel na bolsa, ouço a buzina do seu carro.

- Tô indo mãe.
- Vai com  Deus filha.

Saio correndo e entro em seu carro.

- Bom dia
- Bom dia - ele diz dando um sorriso e dando partida no carro - tá nervosa?
- Um pouco, mas sei que Deus tá no controle de tudo.
- Ele tá sim.

Ficamos em silêncio e ele coloca um louvor pra tocar, e quando percebo, ele já está estacionamento o carro.

- Pronta?
- Humhum.

Desço do carro e fico esperando o Pedro colocar o terno dele e pegar a sua pasta.

- Tia Alina, tio Pedro - a Sosso vem correndo em nossa direção. 
- Oi anjinho. A gente precisa ir na reunião agora, mas já já eu venho falar com você tá bom?

Entramos na sala da diretora e ficamos cerca de duas horas lá dentro.

- Agora você é a responsável legal de Sophie Levy.

Olho para aquele pedaço de papel que eu estava correndo igual uma louca nas últimas duas semanas, e sinto meus olhos marejarem.

- Quando posso levar ela pra casa?
- Hoje mesmo.

Olho para o Pedro que me olha com um sorriso. Me levanto, agradeço a todos que estavam ali, saio da sala e abraço o Pedro.

- Obrigada.

Ele me acolhe em seus braços.

- Não precisa agradecer Lina.

Assim que me acalmo, fomos até a sala onde a Jo falou que a Sosso estava me esperando. 

- Oi anjinho - digo me sentando ao seu lado - Vamos para casa? - falo sorrindo com os olhos cheio de lágrimas. 
- Sério?
- Humhum - ela se levanta e me abraça, acolho aquele corpinho em meus braços, é oficial agora. Estamos indo para casa.

Ajudo ela a arrumar as coisas dela, ela se despede de todo mundo, e vamos para o carro. Fico o caminho todo olhando para Sosso pelo retrovisor.

- Vai entrando que eu já vou - falo pra Sosso assim que o Pedro estaciona o carro.
- Tá bom.

Ela desce do carro e sai correndo e gritando a "Tia Sônia", minha mãe a recebe na porta. Aceno pra ela sinalizando que eu já iria. 

- Obrigada Pedro - digo virando para ele e sentindo meus olhos arderem "não chora Alina, não de novo"
- Não precisa agradecer Lina - ele diz pegando em minha mão.
- Lógico que preciso, eu estaria perdida se Deus não tivesse te colocado no meu caminho.

Ele apenas dá um sorriso. 

- Obrigada de verdade - falo dando um beijo em sua bochecha e desço do carro - Vai com Deus.
- Amém - ele diz e sai com o carro. 

***

Pedro - narrando 

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