1 - Prólogo

149 37 80
                                    

"Numa noite de verão, num bosque, quatro jovens enamorados encontram-se e desencontram-se: Lisandro ama Hérmia que ama Lisandro e é amada por Demétrio, que é amado por Helena; depois, Demétrio ama Helena, que ama Demétrio e é amada por Lisandro, que é amado por Hérmia. Na manhã seguinte, tudo se resolve, e há um casamento triplo, pois casam-se também o Duque de Atenas e a Rainha das amazonas. Na festa, no palácio do Duque, apresenta-se uma peça de teatro amador, escrita e encenada por trabalhadores locais. É hilariante de tão ruim a "comédia trágica", que teve ensaio naquela noite de verão."- Sonhos de uma noite de Verão - Shakespeare

******

Isa - Isaura dos Santos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Isa - Isaura dos Santos

******

A música começa a tocar, respiro fundo e dou meu primeiro passo, pisoteando as pétalas de rosas caídas pelo chão, assim como fui instruída, eu dou dois passos e faço uma pausa, duas crianças fofas, repetem as mesmas pausas a minha frente, jogando as pétalas antes que eu dê meus passos, todos estão felizes e radiantes, mas este pode ser o pior dia de minha vida, o pior, pois apesar de nunca ter tido certezas sobre meu futuro, minhas especulações a partir de agora são todas pessimistas.

Meu coração bate acelerado, minha mão sua, o homem ao qual estou segurando pelo braço, dá um tapinha em minha mão, tentando me tranquilizar, mas como posso me tranquilizar se eu nunca vi esse homem na minha vida? Na verdade eu nunca vi nenhuma dessas pessoas que me olham sorridentes, enquanto caminho, não conheço esse lugar, muito menos o homem que me espera no altar, a única pessoa que conheço é aquele cara sombrio, que me vigia encostado na porta dessa construção considerada sagrada, e eu prefiro cair nos braços desses desconhecidos do que daquele cara. Ele vai me machucar se eu sair correndo daqui, meu Deus, o que será de mim a partir de agora?

Apesar de não conhecer esse lugar já tentei entrar em outros parecidos, mas sempre fui expulsa, nunca fui digna de fazer uma prece, de pedir socorro aos céus, essas mesmas pessoas, que me expulsaram, as vezes me davam algo de comer, não porque me agradariam com aquilo, mas porque agradariam ao Santíssimo, garantindo-lhes um lugar ao lado dos anjos quando partissem, mas desde cedo aprendi que nunca conquistaria o meu lugar, eu não conseguia nem me ajudar, imagina ajudar as outras pessoas, com certeza o santíssimo nunca me notou, e é por isso que estou passando por tudo isso. Eu não tenho escolhas, sou apenas um pedaço de papel sujo, rasgado, sendo levado pelo vento, e esse vento nos últimos dias se tornou uma tempestade, me empurrando violentamente para muito longe, me trazendo até aqui.

Esse vestido tem panos demais, é pesado com muitas pedrarias, no meu rosto tem muita maquiagem, que fazem meus olhos arderem, um véu cobre o meu rosto, me fazendo não enxergar quase nada a minha frente, apenas silhuetas, esse sapato aperta o meu pé, e pelo menos me colocaram em um sapato sem salto, pois meu joelho está machucado por ter caído com o sapato com salto, que me colocaram anteriormente.

Sonhos de uma Noite de TempestadesOnde histórias criam vida. Descubra agora