Capítulo 27.

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Tudo bem? Estou um pouquinho atrasada, e espero que relevem. Pensei bem sobre o cronograma, e tenho planos de postar duas vezes por semana, mas por enquanto sem dia fixo. Espero que entendam. Boa leitura!

Levei alguns segundos para assimilar a informação, e entendi na hora o seu choro dolorido

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Levei alguns segundos para assimilar a informação, e entendi na hora o seu choro dolorido. A mentira, a magoa e a raiva.

Liv nunca tinha visto essa criança, mas agora estava preocupada com ela, ligada à ela agora pela verdade tardia. Minha amiga estava de frente para uma decisão que mudaria totalmente a vida dela, a vida que ela estava construindo aos poucos, com o seu esforço e longe das intrigas que a mãe dela a forçava a conviver quando mais nova.

Liam não estava em casa quando chegamos, e eu senti que o momento era propício para a bebida, muito álcool fazia Liv se abrir e ela estava precisando desabafar, colocar tudo para fora. Eu peguei a tequila que ficava escondida no armário para emergências.

Quer emergência maior que descobrir uma irmã mais nova? Uma irmã mais nova que a sua mãe relapsa estava tentando jogar a responsabilidade em cima devocê? Uma criança inocente no meio dessa confusão toda. Será que ela sabia que tinha uma irmã mais velha? Que Liv existia?

O ar frio de outubro nos rodeava, por isso não tiramos os nossos casacos e preferimos sentar no mesmo ponto onde somente algumas semanas atrás, fiz companhia a Theo. Naquele dia admiti que havia uma grande tensão sexual entre nós dois, mas concordamos em ser amigos. E isso não durou muito. Agora estávamos enrolados em uma relação que o sexo era o principal fator.

Eu não tinha falado com ele ainda, depois do pesadelo que me acordou hoje cedo e os preparativos para a chegada de Liv, eu me mantive distraída. Não era raro passar um dia sem notícias dele, mas mesmo assim Theo costumava mandar pelo menos uma mensagem para saber como eu estava. Era triste admitir, mas eu estava esperando por algum sinal seu.

— Aqui é lindo. — Liv murmurou, enquanto sentava em uma das cadeiras que ficavam perto do lago.

— Meu irmão quis construir a casa dele aqui por causa disso. — apontei de modo geral, porque Liam realmente gostava das montanhas, do espaço e de não ter vizinhos ao redor. Além do fato de ter o lago perto da casa.

— E cadê o seu irmão? — Liv perguntou, eu percebi o que ela estava fazendo na hora. Queria ganhar tempo com papo furado.

— Ele saiu, provavelmente foi atrás de alguma amiga ou saiu com os meninos, já que está de folga hoje.

Liv assentiu e suspirou. Enchi primeiro o copo dela, e ela virou sem cerimônia. Levantei a sombracelha, mas não disse nada e enchi o copo novamente com outra dose.

— Minha mãe disse que Lilian está doente e que não consegue cuidar dela, não tem dinheiro e nem condições de ajudar a menina. — os olhos azuis de Liv me encararam, e eu vi dor transbordar deles. E um pouquinho de inveja. — Talvez ela ame a menina de verdade, porque veio me procurar pra ajudar, mesmo tendo escondido a existência dela de mim.

— O que ela tem?

— Eu não perguntei, Ava. Sou muito ruim? — ela quase gemeu de desgosto. — Eu sou médica, pelo amor de Deus, e não perguntei o que a minha irmã tem.

— Você não é ruim, só está em estado choque. — eu disse com convicção, mas Liv somente estendeu o copo na minha direção e eu revirei os olhos.

— Eu a deixei sozinha, plantada no meu apartamento e corri para o aeroporto. Como ela pode fazer um negócio desses comigo?

— Você viu a menina? — eu perguntei em troca, porque não tinha uma boa resposta para Liv.

— Não, mas ela me mostrou uma foto. Ela parece comigo, Ava. Ela é uma mini eu de quatro anos. — Liv sorriu um pouco, e eu imaginei o que ela estava descrevendo.

— Está se sentindo melhor?

— O álcool está fazendo efeito, você pode perguntar de novo daqui a pouco. — Liv disse, mas parecia um pouco mais composta, não parecia que iria desmoronar a qualquer segundo. — Eu não sei o que fazer. Mas sei que não vou conseguir sair da cama se virar as costas para uma criança doente, uma irmã que eu não sabia que existia, mas que precisa de mim no momento.

— Eu sei que você vai fazer o que é certo. E eu estou aqui para o que você precisar, ok?

— Eu sei disso, Ava. Obrigada. — Liv sorriu, e eu retribui. — E eu sei que te prometi passar uma semana aqui, mas talvez tenha que voltar antes. Não vou conseguir ficar aqui e descansar com isso na cabeça.

— Tudo bem. Não se preocupe com isso. — foi a minha vez de beber. — Vamos só aproveitar que você está aqui hoje. Quer continuar bebendo ou vamos conhecer a cidade?

Eu ofereci, querendo tirar a mente dela do caos em que estava. E Liv pulou na oferta com entusiasmo.

— Vamos conhecer a cidade. Eu posso muito bem conhecer um bar também e a gente continua bebendo, você pode me contar mais sobre o seu bombeiro gostoso e talvez me apresentar um amigo dele também. — Liv disse meio brincando, mas eu concordei. Ela poderia ter qualquer coisa de mim hoje.

Eu queria ver uma outra maneira dela lidar com essa situação que a mãe dela tinha jogado nela, mas eu sabia a decisão que Liv tomaria. Essa era a minha melhor amiga afinal de contas, aquela que quando eu mais precisei não me decepcionou e não saiu do meu lado. A cabeça dela poderia estar um caos em andamento, se questionando qual seria o próximo passo, mas ela iria fazer o melhor para a pequena Lilian. E o melhor era Liv. Ponto.

Liv tinha descoberto uma irmã e teria que arcar com as consequências disso mesmo estando com raiva pela mentira e magoada com a situação.

Não gostaria de estar na pele dela, por isso foi mais fácil encontrar um lugar onde Liv poderia se distrair.

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Ferida - Série Bombeiros de Asheville.Onde histórias criam vida. Descubra agora