Começo a andar em direção a floresta. Eu decidi que o melhor jeito é passando pelo lugar menos provável, vou pela lateral da cidade e andar pelas sombras, em meio às árvores ninguém vai me ver. Não conheço a floresta tão bem para que eu me aprofunde nela sem que eu me perca, então fico na beira dela por trás das pequenas casas. Esta muito fria à noite, mesmo sem nevasca alguma. Aperto o casaco mais firmemente no meu corpo e coloco o capuz prendendo o meu cabelo junto, sendo mais fácil de não me reconhecerem. Eu Poderia dar um jeito de passar a noite na floresta e na manhã seguinte ir embora, mas não consigo.
Minha barriga esta roncando muito e a dor da fome é eminente, preciso arrumar comida, não comia direito no lugar onde eu ficava e não consegui comer na cabana onde eu estava. Ando até algumas casas, fico por trás delas e tento achar alguma coisa por fora para comer. Não tem jeito vou ter que entrar um pouco na cidade... Se ao menos eu soubesse onde fica a vendinha.
Entro na cidade, ando de cabeça baixa tentando ver se encontro algum lugar onde eu possa comer sem ser vista. Por sorte a cidade não é muito grande e depois de uns oito minutos andando eu consigo achar um lugar que parecia um corredor, um beco com várias barraquinhas de cada lado. Começo a caminhar por trás de algumas barraquinhas e percebo que eu não tenho como comprar nada. Como vou fazer para comer? Penso, penso e penso até que uma idéia muito ruim vem a minha cabeça, mas eu não tenho escolha. Subo em um dos telhados de uma das casas que formam o beco e vejo tudo de cima.
Tem uma barraquinha com bolos e pães a venda do lado da barraquinha de peixes e outra de temperos. A barraquinha de bolo é o meu alvo, eu só preciso pegar um pouquinho de bolo ou até mesmo de pão e sinceramente estou muito ansiosa pra isso, faz muito tempo que eu não como bolo ou pão, a antiga cabana na qual eu habitava, eu só comia um pouco de arroz e uma coisa que eles chamavam de barra de inhame, era uma coisa gosmenta ao mesmo tempo em que era sólida, muito parecida com uma barra de sabão. Eu não me lembro bem o gosto de metade dos alimentos que eu estou vendo, mas quem sabe um dia eu coma tudo isso de novo.
Desço do telhado e volto para o chão onde fica até difícil de andar pela quantidade de gente. Caminho até a barraquinha de bolos e pães e fico do lado. O cara que parece ser o vendedor esta falando com uma moça morena, com uma pedrinha no meio da testa, de cabelos longos, volumosos e lisos penteados em uma trança para trás. Momento perfeito! Pego um belo pedaço de bolo e enfio em um bolso, depois pego uma fatia de pão que esta a cesta ao lado e enfio no outro bolso. Quando termino de fazer isso me viro para ir embora como se nada tivesse acontecido, mas dou de cara com um homem muito menor do que eu e se não fosse pela barba, a roupa e a cara de bravo eu facilmente o confundiria com uma criança.
O que você pensa que esta fazendo? -olho para os dois lados e volto para o homenzinho.
Desculpe o senhor esta falando comigo?
Eu estou falando com a ladrazinha de comida. - ele fala em um tom alto e firme fazendo com que várias pessoas nos olhem. Meu plano de ser discreta foi por água a baixo.
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Reino de cinzas
ФэнтезиAlina perdeu tudo aos cinco anos a família, a felicidade, a infância e a vida. Alina foi maltratada e torturada até os seus dezessete anos, e quando cresceu encontrou uma menininha que mudou o rumo de sua vida. Após tudo isso Alina resolve se reergu...