25-"cidadão de bem"

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Eu vou embora amanhã, eu não ia te contar.

Seu nome é mesmo Calli? – Não quero mentir para ele, mas eu não contei tudo pra ele e nem os mínimos detalhes então não tem necessidade já que eu vou embora.

Sim. Fica tranqüilo, não vou atrair os guardas para a sua casa, amanhã cedo vou embora.

E para onde você vai? Como você disse você não conhece ninguém.

Não sei, para algum lugar afastado talvez.

...

Pode ficar aqui se quiser.

Não preciso de sua caridade. – Eu me afastei da Hanna para que não a peguem junto comigo, não posso arrastar o Charlie também.

Não é caridade. Olha, se você for embora os guardas vão achar você rapidinho.

E se eu ficar aqui, os guardas vãos nos achar rapidinho. –falo apontado para nos dois em sinal de vai e vem.

Quanto a isso não precisa se preocupar. Eu não sei se você percebeu, mas nós estamos no meio da floresta onde nenhum guarda vem, então fique tranqüila porque aqui é o lugar mais seguro do reino.

Mas os guardas têm medo de floresta? –falo em um tom sarcástico.

Eles não consideram as florestas parte do reino, além de odiarem animais. 

O que os animais fizeram pra eles?

Nada, mas o rei não gosta de coisas que não vão agregar nada ao reino.

Mas tem animais que agregam ao reino.

Sim. Mas isso não é problema dele, os aldeões que se virem para conseguir colocar comida em seus pratos e no do próprio rei, além de pagarem os seus impostos.

Muita gente passa fome nas aldeias?

Pode apostar que sim! As pessoas desse reino fingem estar bem e felizes. O rei odeia quando falam mal dele ou quando falam que ele governa apenas para si mesmo, odeia quando dizem que ele é egoísta com o próprio povo e que ele só quer poder e nada mais porque ele sabe que é verdade, mas não aceita que os aldeões critiquem isso. Nós somos pobres, ele é rico, nós somos fracos, ele é forte e nós não temos conhecimento algum enquanto ele, ele é poderoso.

Não posso ficar aqui.

E porque não?

Porque eu quero ser livre e se eu ficar terei que me esconder e viver sob as sombras de uma floresta.

Eu não me apresentei direito pra você, não é?

Como assim? – depois da minha pergunta ele abre um sorriso com dinamites e se levanta da sua cadeira.

Muito prazer senhorita Calli, meu nome é Charlie Greem aventureiro, explorador e filho do ex- melhor aventureiro mais bem dotado de toda Madow, porque o melhor sou eu! – Ele faz uma reverencia muito exagerada e me olhando sorrindo como uma criança que acabou de ganhar um doce. – bom, como a senhorita quer ser livre eu posso te levar às minhas aventuras ou te indicar os melhores lugares de cada reino para você ir.

É sério isso? – Falo sem acreditar.

É claro que é!

Espera, porque você estava sendo seguindo pelos guardas? – Ele deu uma gargalhada.

Eu roubei um punhado de ouro de um dos guardas. – ele fala com um sorriso no rosto dando de ombros. 

Espera aí o que, porque e o que quê você roubou? – Pergunto incrédula.

Bom, eu estava andando pelas ruas da cidade e vi um dos guardas recolhendo ouro de alguns aldeões para levar para o rei, então eu roubei o ouro dele e devolvi para os que foram roubados, porém eles me acharam e eu tive que correr.

Então você deu uma de Robin hood?!  –Faço uma voz sarcástica.

Como você conhece isso?

Bom a muito tempo atrás ouvi umas crianças falarem dele. Dizem que ele era alguém que tirava do rei para dar aos pobres.

Sim, mas o rei proibiu de falarem dele aqui, por isso muita pouca gente o conhece.

Por que o rei proibiu isso? Esse Robin não é só um personagem?

Sim, porém ele proibiu de falarem dele porque ele tem medo de alguém um dia tentar ser esse personagem.

Como você?

Não sou como ele. Eu não dedico a minha vida a ajudar os mais necessitados, eu dedico a minha vida a infernizar os guardas reais e o rei hahah.

Como assim?

Reino de cinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora