Brian
Ligação
- Ele tá bem? Já comeu?
- Ele tá bem, igual a cinco minutos atrás, quando você ligou.- Laura falou do outro lado da linha.
- Já tá tarde, ele comeu ou não?
- Comeu, Brian. Ele já comeu e eu tô tentando colocar ele pra dormir. Por isso viu desligar.
Desligou.
- Ela desligou na minha cara. Acredita?- olhei pra Fernanda, qua tava dirigindo e bocejando- Para o carro.
- O que foi? Aconteceu alguma coisa com o Davi?
- Para o carro. Você tá cansada, deixa eu dirigir.
- Não, a gente já tá chegando.
- Eu já tô bem. Posso dirigir.
- Não precisa.
- Fernanda, por favor.- ela bufou e encostou o carro.
×-×-×-×
A gente chegou e o Davi tava no berço, dormindo, e eu nem fui lá pra não correr o risco dele acordar.
A Fernanda foi direto pro quarto. Eu tomei um banho e fui ver se ela ainda tava acordada.
- Oi.- abri a porta do quarto- Te acordei?
- Não, tava avisando ao Felipe que vou dormir aqui. Tá tudo bem?
- Ele tá dormindo.
- E você? Vai ficar bem?- me chamou pra sentar do lado dela.
- É, parece que eu ganhei um filho, acho que vai ficar tudo bem.
- Que bom.
Um silêncio constrangedor tomou conta do quarto, até que ela pigarreou.
- O que você tá pretendendo fazer?
- Tenho que ligar pro advogado. O Davi ainda não tava registrado, a Patrícia enrolou, acho que ela sabia que isso podia acontecer, o pai dele aparecer assim, do nada. E se ele quiser tomar o Davi de mim? O que eu vou fazer? O Davi ainda é filho dele, não é?
- Brian, vai ficar criando paranóia? Se ele não apareceu até agora por que ele viria? E aliás, ele não registrou o Davi também, então você tem os direitos sobre ele. Mas isso você vai resolver com seu advogado.
- Verdade, verdade. E a babá? Eu tenho que achar alguém. Tem que ser de confiança, não posso deixar meu filho com qualquer um.
- Calma, vai dá tudo certo. A gente fala com a minha mãe, ela deve conhecer alguém.
- Tá bom.- silêncio de novo.
Ela tava com os olhos vermelhos e pequenos. Parecia cansada.
- Você deve tá com muito sono. Obrigada por ter ido comigo hoje, eu não sei o que teria acontecido...
- Tá tudo bem, Brian. Eu tô aqui, pra você. Pro que precisar. Não precisa agradecer.
A gente tava tão perto que eu podia sentir a respiração dela no meu rosto. Eu sentia muita falta dela e ver ela tão perto assim mecheu comigo. Olhei pra boca dela e ela percebeu.
Eu tava prestes a beijar ela, mas não deu tempo, quando eu vi ela já tinha colado nossos lábios.
Puxei ela pra mais perto, eu nem sabia que precisava dela tanto assim. E quando o beijo começou a esquentar ela se afastou e levantou, tão rápido que eu fiquei atordoado.
- A gente não pode.
- Fernanda...
- Não Brian, a gente não pode. Você tem um filho, um filho que precisa da sua atenção.
- Isso não tem nada a ver com o Davi e você sabe disso, isso é sobre você e sobre como você decide tudo. Foi
você quem terminou, foi você quem decidiu não lutar por nós, foi você quem saiu de casa, e é você que tá decidindo, de novo, que a gente não vale a pena.- Você vai vir aqui, agora, e jogar na minha cara que eu quem escolheu abrir mão de você?- alterou a voz.
- Vai dizer que fui eu?
- Não fui eu quem apareceu , do nada, com um bebê de três meses.
- Um bebê que eu nem sabia que existia. Você fala como se eu tivesse te traído, como se eu tivesse escolhido fazer aquele filho pra ter um motivo pra gente terminar, mas você sabe que não foi assim.
- E não foi por minha vontade que eu deixei você.
- E foi pela vontade de quem? A minha?
- Não Brian, foi por amor e no dia você concordou. Então não venha falar como se fosse uma escolha unilateral.
- Mas foi.- dei uma risada irônica- Eu nunca quis que você fosse.
- E você acha que eu queria ir, Brian? Você acha que eu queria abrir mão de um ano com você? Um ano? Você acha que eu não pensei mil vezes antes de terminar tudo, que eu não fiquei chorando e choro até hoje por ter te perdido? Acha que eu não vejo você pra cada canto que eu olho, que eu não penso em tudo que a gente planejou? Acha que eu não te amo mais? Eu amo tanto você que tava diaposta a ficar sentada vendo você formar a sua família e ser feliz.
- E você acha que eu ia ser feliz? Como eu seria feliz sem você do meu lado? Se é por você que meu coração sempre bateu? Desde o dia em que eu te vi naquele aeroporto eu tive certeza de que era você, sempre soube, mas quando você veio aqui e me disse que não valia a pena tentar...
- Eu tava errada.- ela tava chorando- Eu tava errada, sempre estive. Por você vale apena, porque eu amo você.
O mundo ao redor não existia, era só eu e ela, ali, parados, olhando um pro outro.
- Eu quero tentar de novo. Quero tanto que chega a parecer errado, que chega a parecer egoísmo. Porque agora você tem um filho, que precisa de você.
- E de você também.- me aproximei- o Davi precisa de uma mãe. E eu sei que você sempre quis ter um filho. Eu sei que você é nova, que tá começando a faculdade, sei que vai ter que pensar e se ajustar, mas eu acho que a gente pode fazer dar certo, acho...
- Sim.- me interrompeu- Eu quero o pacote completo.
- Sim?!- abrimos um sorriso tão grande que tava pra ver todos os dentes da boca.
Eu abracei ela forte e ela enrolou as pernas na minha cintura. Rodei com ela nos meus braços e dei vários beijos nela.
Aquele foi um dos dia mais felizes da minha vida.
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Perdoem, o capítulo tava pronto e eu esqueci de postar
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O Filho Do Meu Padrasto
Teen FictionEM REVISÃO! Obrigada a ir morar com a mãe, ela conhece seu padrasto e o filho dele... +18 (PLÁGIO É CRIME)