Cap 50

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Fernanda

Acordei no domingo com uma ressaca horrível e com vontade de matar a Sarah por ter me deixado beber tanto. Eu não lembro de nada.

- Você tá bem?- ouvi a voz do meu irmão bem longe, mas quando abri os olhos constatei que ela tava do meu lado, com um corpo de água e um comprimido na mão.

- Quem me trouxe pra cá?

- O Chris e a Sarah ué. Não lembra?- neguei- Vocês chegaram de madrugada, você tava dormindo e o Chris me ligou pra eu descer e buscar você.

- Minha cabeça tá explodindo.

- Toma o comprimido e um banho e depois vai comer.- deu um beijo na minha cabeça e saiu do quarto.

Eu fiquei mais uns dez minutos deitada mas depois fui tomar banho. Lavei o cabelo, coloquei uma roupa bem confortável, escovei os dentes e saí do quarto.

- Você arrumou minhas coisas?

- Foi a Sami. Vai querer ovo mexido?- assenti.

- A Samantha arrumou minhas coisas?

- Foi.

- Por que motivo?

- Pois é. Ela faz de tudo pra você gostar dela e você só implica.

- Eu não implicou com ela nada. E não sou eu que tenho que gostar dela, é você.

- Mas ela acha que você tem que gostar. E ela não tá errada, porque sua opinião é importante. Pra você não fazia diferença porque eu gostava do Brian, ainda gosto.

- Não começa com essa história.

- Que história? Só tô falando a verdade.

- Então começa a mentir, porque não vai dá pra eu superar se, a cada cinco minutos, o nome dele sair da sua boca.

- Não vem com esse papo Fer. Inclusive, a gente tem que conversar.

- Sobre o que Felipe?

- Você sabe.

- Eu vou voltar pro quarto, que eu tava muito melhor lá.

- Não começa a fugir.- Veio pra mesa com uma frigideira.

- Não tô fugindo, só não tô afim de falar sobre isso.

- Você não tem que falar, só ouvir. Pode entrar por um ouvido e sair pelo outro.

- Fala logo.

- Você ainda não me falou o motivo de ter terminado com o Brian.

- E precisa falar? Não tá na cara?

- Se tivesse eu não tava perguntando.

- Felipe, ele tem um filho. Um filho de outro relacionamento.

- E daí? O que isso tem a ver com você?

- Tem a ver que o nosso relacionamento não ia dá certo.

- Como você sabe? Foi ele que disse isso?

- Não, ela falou que tava bem do jeito que tava.

- Tá vendo.

- Mas não tava tudo bem. Eu tava mal, você não sabe porque não tava lá. Mas eu chorei durante uma semana só de pensar que enquanto ele se preocupava com o filho eu que ia sustentar nosso namoro. Porque a partir do momento em que aquela ruiva desgraçada entrou naquela casa eu e ele não trocamos nem duas palavras e quando a gente conversava, era sobre o Davi. Então, eu não tava bem e eu não culpo o Brian por isso. Não foi escolha dele ter um filho, não foi escolha dele a gente terminar. Mas eu não aguentava mais.- comecei a chora, como em todas vezes em que eu pensava no Brian- Só tinha se passado sete dias e eu já não aguentava. Imagina uma vida Felipe. Você consegue imaginar? Então você não pode vir aqui e me julgar como se eu tivesse sido egoísta em terminar com ele. Porque eu juro, tudo que eu menos queria era ficar longe dele. Eu amo o Brian, você sabe e ele sabe. Então, não, eu não tô afim de conversar sobre ele, porque eu não aguento mais chorar, não aguento mais pensar nele e na Patrícia. Dá pra entender?

- Me desculpa.- quando eu percebi ele já tinha me abraçado e eu tava soluçando de tanto chorar- Eu não sabia que você tava se sentindo assim. Me desculpa de verdade.

- Eu não quero falar sobre isso.

- Tudo bem.

Brian

- Vai sair todo dia agora?- hoje fez duas semanas que eu conheci o meu filho e eu nem sabia que era capaz de amar uma pessoa desse jeito.

- E você vai ficar me regulando?

- Desde que você chegou, não parou um dia em casa.

- E o que você tem a ver com isso?- Patrícia falou se arrumando.

- Eu quase não vejo o Davi. Você fica pra cima e pra baixo com ele, isso não faz bem. Quando ele aparecer doente, não reclame.

- Eu levo ele porque você não fica.

- Patrícia eu faço faculdade, não fico de cara pra cima gastando o dinheiro dos outros.

- Não vem com essa história.

- Eu tô mentindo?

- Eu sou a mãe do seu filho

-E é tão capaz de conseguir um trabalho quanto eu.

- Alguém tem que criar o Davi.

- Isso não impede e você sabe muito bem disso. Eu posso pagar alguém pra ficar com ele. Só não quero ver você arrastando o meu filho pra todo canto, como se ele fosse um boneco.- peguei o Davi no colo- Eu não vou te bancar pro resto da vida.

- Você que sabe, eu posso ir embora e levar o Davi, se você preferir.

- Ir embora pra onde? Pra onde você tava, vivendo da boa de vontade dos outros?

- E eu não tô fazendo isso agora?

- Eu não tô fazendo um favor pra você. Você só tá aqui por causa do Davi. E eu vou parar de te dá dinheiro pra comprar roupa todo dia, pode ir procurar um emprego, porque eu já tô te dando teto e comida. Você não precisa de mais nada.

- Você não tá nem doido de me deixar sem dinheiro. Eu vou na justiça.- gritou e o nosso filho começou a chorar.

- Tá satisfeita?- saí do quarto com ele no colo e a Laura veio na minha direção.

- O que foi?

- A Patrícia dando chilique.

- Eu vou sair, fica com o Davi.

- Vai pra onde?

- Sair com umas amigas.

- Vai demorar?

- Não te interessa. O leite dele tá na cozinha.

- Se chegar tarde vai ficar pra fora. E nem grita pra não acordar o meu filho.- ela me ignorou e saiu com aquele nariz empinado dela.

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O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora